Reitor liga cor dos trabalhadores à situação da universidade
O reitor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Paulo Gabriel Nacif, está sendo acusado pelos estudantes da instituição de crime de racismo por ter afirmado que "a cor dos trabalhadores influencia no funcionamento da universidade".
O comentário do reitor teria sido proferido ao justificar a falta de estrutura da instituição. Em uma declaração gravada durante uma reunião com uma comissão de alunos que solicitava melhorias, Nacif citou a cor e a renda dos trabalhadores como justificativa para os problemas.
Na declaração completa ele diz: "A interiorização vista de diversas formas por vocês tem que ser concebida também do ponto de vista de formar uma relação de servidores técnicos administrativos, formar uma relação de gestores, que não é só o reitor. Então, assim, a universidade funciona precariamente mesmo. Sabe, uma universidade que nasce no interior, cujos trabalhadores são dos interiores... Se a gente for ver pela cor do trabalhador, se a gente for ver pela renda do trabalhador que nós temos na UFRB a gente vai ver que.... a formação do trabalhador, a gente vai ver que aqui tem um desafio maior".
Assista ao vídeo com a polêmica declaração do reitor AQUI.
Os estudantes da UFRB fizeram uma paralisação e ocupação da instituição por 40 dias com uma pauta de 101 pedidos. Entre eles, biblioteca básica, professores e quadra para aulas de esportes. Uma comissão de dez alunos foi composta para a negociação e gravava a conversa com o reitor no último dia 6 de outubro quando ele fez a justificativa que foi interpretada como racista.
"O problema de estrutura não tem nada a ver com os funcionários, muito menos com a cor deles", diz Ezilda Ferreira Barreto, 23 anos, aluna do 4º período de Serviço Social que estava presente na reunião. De acordo com a estudante, nesta reunião a reitoria se propôs a atender parte das reivindicações e a desocupação dos prédios ocorreu no último dia 10.
"Vídeo editado cuidadosamente"
Em nota divulgada no site oficial da UFRB, o reitor afirma que o vídeo no qual aparece teria sido "editado cuidadosamente para ocultar o contexto" das suas colocações e acusa um grupo de alunos, "alguns legítimos militantes de partidos e outros coletivos políticos" pela divulgação na internet.
Em entrevista ao iG, ele afirmou que falou o que está gravado e repetiria, mas dentro de um contexto. (Leia aqui a entrevista).
Nacif diz que a edição publicada do vídeo não permite ver que ele foi impedido de completar seu raciocínio e que na verdade, tentava expressar seu "orgulho pelos nossos trabalhadores e da nossa história de luta que dura quase meio milênio". Chamado de "racista" pelos presentes à reunião e de "Hitler" em outras ocasiões, o reitor classificou o episódio como "lamentável".
O reitor diz também que por "ser oriundo de família negra e pobre", conhece o real significado do racismo e que faz parte do seu cotidiano combater essa prática. Para Nacif, as acusações não passam de agressões e calúnias, e informou que vai tomar todas as "medidas cabíveis" para reparar os danos causados à sua honra e à imagem da instituição.
Fonte: IG
Editado por: Hugo Freitas
Bom dia Hugo Freitas, obrigado pela oportunidade de manifestar-me em seu espaço. Não é mais possível discutir qualquer quer seja o assunto. Há sempre uma proposital interpretação maldosa. Toda semana depara-se com notícia de crime racissta. Oculta-se a realidade para não assumir os fatos. Somos negros, somos pobres, somos discriminados e, nos discriminamos e abusamos e obrigamos a nos dizerem verdades! Terminamos por fazer com os outros, aquilo que achamos errado fazerem com nosco. Eu moro em uma cidade, que quase ninguem respeita a sinalização de transito . Eu respeito!!! Abraço. Reinaldo Cantanhêde Lima
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