quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

RETROCESSO: Congresso aprova projeto de "Lei Antiterrorismo"


O Plenário da Câmara dos Deputados rejeitou na tarde desta quarta-feira (24), o substitutivo do Senado para o PL 2016/15, de autoria do Executivo, que tipifica o crime de terrorismo no Brasil.

Os líderes dos partidos decidiram acatar o parecer contrário do relator Arthur Maia (PS-MA) e manter o texto aprovado pela Câmara em agosto, que segue agora para aprovação da presidente Dilma Rousseff.

Veja aqui as diferenças entre os textos apresentados pelo governo federal, pela Câmara e pelo Senado.

Para organizações de direitos humanos, o projeto representa um grave retrocesso à democracia porque, sob a justificativa de proteger o país, criminaliza movimentos sociais, organizações e ativistas que lutam por direitos. De acordo com essas entidades, a abrangência na definição de terrorismo e as penas muito severas a condutas já previstas pelo Código Penal são os pontos mais polêmicos.

Rafael Custódio, coordenador do programa de Justiça da Conectas, afirma que “às vésperas de sediar os Jogos Olímpicos, o governo cedeu à pressão internacional do GAFI [Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo] e aprovou um projeto em regime de urgência, sem qualquer discussão com a sociedade, e que se tornará mais um instrumento de criminalização de movimentos reivindicatórios".

“Mais uma vez, o terrorismo serviu como desculpa para restringir o espaço democrático de protesto e as liberdades individuais. Nenhum país do mundo se tornou mais seguro por endurecer suas leis contra o terrorismo. O legado das Olimpíadas para o Brasil será o enfraquecimento da democracia”, completa.

Repúdio generalizado

A ideia de tipificar o crime de terrorismo no Brasil foi duramente repudiada por órgãos internacionais, movimentos sociais e organizações de direitos humanos. Em novembro, quatro relatores especiais da ONU afirmaram em pronunciamento conjunto que “a definição do crime estabelecida pelo projeto de lei pode resultar em ambiguidade e confusão na determinação do que o Estado considera como crime de terrorismo, potencialmente prejudicando o exercício dos direitos humanos e das liberdades fundamentais”.

No mesmo sentido, o relator especial da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA) para liberdade de expressão, Edison Lanza, afirmou que “há jurisprudência e casos abundantes na América Latina que mostram que leis antiterrorismo redigidas em termos vagos e ambíguos servem muitas vezes para de algum modo criminalizar grupos que são vozes muito fortes, dissidentes, mas não necessariamente grupos terroristas”.

Em manifesto de repúdio, entidades como a Conectas Direitos Humanos, a Anistia Internacional, o Greenpeace, a CUT (Central Única dos Trabalhadores), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) afirmam que “a lei sobre organizações criminosas – e todos seus instrumentos tais como colaboração premiada e infiltração – já se aplica às organizações terroristas internacionais cujos atos de suporte, de preparação ou de execução ocorram ou possam ocorrer em território nacional”.

Acadêmicos, familiares de vítimas da ditadura militar e personalidades na luta por direitos humanos no Brasil também enviaram carta aberta à presidente Dilma Rousseff pedindo a retirada da proposta. Entre os que assinaram o documento estão a psicanalista Maria Rita Kehl, membro da Comissão Nacional da Verdade e a militante Maria Amélia Teles, diretora da União de Mulheres de São Paulo.

Com informações do Portal Conectas

Leia também:

Manifesto contra a "Lei Antiterrorismo"


Siga nosso perfil no Twitter e curta nossa página no Facebook

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

"QUEDA-DE-BRAÇO": Contrariando o MP, Flávio Dino homologa resultado do concurso de professores


Por Hugo Freitas

Contrariando a Recomendação do Ministério Público do Maranhão, que "identificou 25 questões com fortes indícios de plágio nas provas elaboradas pela Fundação Sousândrade" para a realização do concurso para professores da rede estadual de ensino, o governador Flávio Dino (PCdoB) decidiu, de forma unilateral, homologar o resultado final do certame.

Ao tomar essa decisão, poucas horas depois do anúncio da manifestação ministerial, por meio de Decreto e sem nenhuma justificativa, Flávio recrudesce uma "queda-de-braço" com o MP do MA. Para o comunista, acatar uma Recomendação de realização de novo concurso, com novas provas, seria dar sinais de fraqueza e de fracasso, além de conferir a si (ex-juiz federal) e ao seu staff de bacharéis, perante a sociedade maranhense, um "atestado de incompetência" e de desalento em relação a esse tão aguardado concurso, que chegou próximo dos 100 mil inscritos para a disputa de 1.500 vagas.

Todavia, ao medir forças com o MP, que afirmou categoricamente que "as irregularidades comprometeram a lisura do concurso, em razão da falta de observância dos princípios constitucionais que devem nortear a ação da administração pública", (CONFIRA AQUI), Flávio Dino pode ampliar ainda mais a imagem de "ditador" que seus adversários políticos e boa parte da sociedade civil vem talhando sobre ele no curso de seu mandato.

Pesa ainda contra o governador o fato de ter sido aprovado, no dia 25 de maio de 2015, o Projeto de Lei, de autoria do próprio Executivo estadual, já sob o comando dinista, Orçamento que previa o preenchimento de 3.001 vagas para a carreira de professor do Estado, conforme noticiou portal do UOL especializado em concursos em todo o Brasil (CONFIRA AQUI).

No entanto, apesar da aprovação pela Assembleia Legislativa do Maranhão, apenas metade desse total foi ofertado para este polêmico certame, já eivado de muitas irregularidades e denúncias de fraude que pipocaram em diversas regiões do estado. Aqui, cabe a pergunta: O que foi feito do dinheiro previsto no orçamento para a outra metade das vagas? Com a palavra, os Leões.

Outra grande expectativa em relação ao mercado de empregos públicos no estado é o "seletivo da Saúde", com cerca de 8 mil vagas, cargos estes que poderiam ser preenchidos também por meio de concurso público. Entretanto, através da empresa estatal EMSERH, criada no Governo Roseana Sarney, Flávio Dino optou pela "contratação temporária" de servidores, uma forma de manter sob as rédeas curtas um setor estratégico para qualquer agente político em posto de comando.

Mas isso é assunto para um próximo post.

Por ora, o que se imagina é que assim como o concurso do Tribunal de Justiça se tornou um dos "calcanhares de Aquiles" do Governo Roseana Sarney (PMDB) por se arrastar nas Cortes (in)competentes, o concurso para professores do estado tende a ter o mesmo grau de gravidade para o governador, que já acumula "brigas homéricas" com os servidores do Judiciário por conta do não pagamento de reajuste previsto em Lei (21,7%).

Essa "queda-de-braço" entre Ministério Público e Governo Dino está apenas começando... Agora é aguardar o desenrolar dessa nova "novela"... na Justiça.

Siga nosso perfil no Twitter e curta nossa página no Facebook

MP recomenda reaplicação de provas do concurso para professor do Estado do Maranhão

Manifestação ministerial estipulou prazo de até 30 dias para a reaplicação das provas

Em reunião realizada na tarde desta segunda-feira (22), na sede das Promotorias de Justiça da Capital, o Ministério Público entregou uma Recomendação ao Governo do Maranhão para que sejam reaplicadas, em até 30 dias, as provas do concurso público para os cargos de professores de diversas áreas, realizado em 2015.

O Ministério Público do Maranhão identificou 25 questões com fortes indícios de plágio nas provas elaboradas pela Fundação Sousândrade.

A reunião desta segunda foi a terceira realizada pelo Ministério Público com a presença de representantes do Executivo Estadual e da Fundação Sousândrade. No encontro, o procurador-geral do Estado, Rodrigo Maia Rocha, apresentou o posicionamento oficial do governo de que não haveria motivação jurídica para a anulação das provas ou mesmo das questões denunciadas. O posicionamento foi ratificado pelos secretários Marcelo Tavares (chefe da Casa Civil), Rodrigo Lago (Transparência e Controle) e Lilian Régia Gonçalves Guimarães (Gestão e Previdência), também presentes.

O secretário Rodrigo Lago também afirmou que o Estado ainda não realizou uma análise técnica sobre as questões e que, se confirmado plágio, poderá acionar a Fundação Sousândrade. O secretário considerou que a reaplicação das provas traria prejuízos ao calendário escolar e aos próprios candidatos.

Os secretários se comprometeram a levar o documento ao conhecimento do governador Flávio Dino (PCdoB). A Recomendação prevê prazo de 48 horas para que o Estado do Maranhão se manifeste sobre o seu cumprimento.

RECOMENDAÇÃO

Na Recomendação, assinada pelos promotores de justiça Paulo Silvestre Avelar Silva (4ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa da Educação de São Luís) e João Leonardo Sousa Pires Leal (29ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa), o Ministério Público afirma que as irregularidades comprometeram a lisura do concurso, em razão da "falta de observância dos princípios constitucionais que devem nortear a ação da administração pública".

Para os promotores, "o expressivo número de questões reproduzidas coloca em patamares diferentes candidatos que tiveram acesso às referidas questões e aqueles que não utilizam do meio eletrônico em seus estudos, realidade ainda de alguns residentes de municípios do nosso estado, cujo acesso à rede mundial de informações ainda é precário".

Ao final da reunião, o promotor Paulo Avelar afirmou entender a diferença de posicionamentos jurídicos, ressaltando que o Ministério Público tem total interesse no sucesso do concurso, que é resultado de um acordo firmado entre as duas instituições. Ele pediu, no entanto, que os representantes do Poder Executivo fossem além da fundamentação jurídica e "analisassem a questão pelo aspecto da moralidade".

A foto e as informações são do Ministério Público do Maranhão

Siga nosso perfil no Twitter e curta nossa página no Facebook

SINDUFMA promoverá debate sobre os “fluxos de capital para o ensino superior privado”


O Sindicato dos Professores da Universidade Federal do Maranhão (SINDUFMA) promoverá nesta quarta-feira (24) um debate no auditório da PPPG, (Ceb Velho), às 15h, sobre o tema “Fluxos de capital para o ensino superior privado”.

O palestrante será o professor Gil Vicente Reis de Figueiredo, membro do Fórum Nacional de Educação e diretor de Relações Internacionais do PROIFES.

Promovido em parceria com o Sindicato dos Professores do Estado do Maranhão (SIMPROESSEMA) e a Federação de Sindicatos PROIFES, o debate tem como objetivo alavancar a discussão sobre o espantoso crescimento de repasses financeiros dos cofres públicos à educação superior privada.

Em 2017, esse repasse superará, possivelmente, o patamar de 0,4% do PIB, equivalente a 60% de todo o orçamento das Universidades e Institutos Federais.

Na avaliação do professor Gil Vicente, não há um controle sobre os fluxos de capitais para o ensino superior privado, o que pode acarretar inúmeros prejuízos para a economia e para a educação federal.

"Não há o devido controle sobre a qualidade do ensino ofertado e nem sobre os lucros abusivos que vêm sendo obtidos pelas empresas do ensino privado, em detrimento dessa mesma qualidade, com a forte redução percentual da parcela de recursos recebidos que vai para o pagamento dos salários dos professores, gerando más condições de trabalho, rotatividade, baixa contratação de docentes com maiores titulações, redundando em precária qualidade dos serviços educacionais oferecidos", afirma o professor.

Siga nosso perfil no Twitter e curta nossa página no Facebook

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

PSTU e o Governo Flávio Dino: críticas pertinentes, posicionamento resistente

Cartaz de protesto de professores das redes estadual e municipal contra o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PDT), realizado em frente aos palácios dos Leões e de La Ravardière, em janeiro deste ano. (Foto/Internet)

Por Hugo Freitas

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados do Maranhão (PSTU) emitiu Nota na qual tece contundentes e pertinentes críticas ao Governo Flávio Dino (PCdoB). De quebra, o partido se posiciona de forma opositora aos comunistas e seu conglomerado "miscigenado" de apoiadores.

Na Nota, intitulada de "Maranhão 2016: Sarney saiu. Dino entrou", os "pstuístas" assemelham as ações do Governo Dino às dos governos da "oligarquia Sarney", que comandou o Estado do Maranhão ao longo de quase cinco décadas.

O primeiro ponto forte é a explicitação das alianças que os comunistas fizeram para chegar ao trono do Palácio dos Leões. "Basta lembrar que o vice-governador é do PSDB, partido da direita tradicional, do ex-presidente FHC e de Aécio, Serra e Alckmin e que se notabilizaram pelas privatizações, repressão policial e o desemprego. Mais ainda, compõem a base do governo Dino políticos oligarcas tradicionais como Humberto Coutinho, Sebastião Madeira, Roberto Rocha, Edivaldo Holanda, Waldir Maranhão (aliado de Eduardo Cunha), o ex-candidato sarneysta Luís Fernando, entre outros", diz trecho da Nota.

No Maranhão, até agora, parecia que muitos preferiam negar ou simplesmente não enxergar a existência de tais alianças, justamente por acreditar na imagem vendida e alardeada pelo marketing comunista, aos quatro cantos do Estado, de um governo "novo", "diferente" e/ou de "mudança".

Carlos Brandão (PSDB) e Flávio Dino (PCdoB), vice-governador e governador do Maranhão. Brandão é o presidente estadual dos tucanos.

Em outro ponto da Nota, uma espécie de "análise conjuntural" do cenário maranhense, o PSTU critica a política econômica estadual, pautada no atendimento aos "interesses de grandes empresas e do agronegócio, que são a prioridade do governo Dino", como, por exemplo, a construção de um grande porto na região da comunidade do Cajueiro, em São Luís. Para o PSTU, "além de esse empreendimento vir a causar profundos impactos ambientais, é um duro ataque às populações tradicionais centenárias dessa região, que vivem hoje uma rotina de ameaças de jagunços da WPR/WTorre e o medo do despejo forçado".

Endossando essa perspectiva de crítica ao modelo econômico vigente sob a égide do Governo Dino, que privilegia a expansão do agronegócio no Maranhão em detrimento dos trabalhadores rurais e camponeses, tendo como colheita a expropriação de suas terras e o trabalho análogo à escravidão como principais sub-produtos dessa lógica "desenvolvimentista", o PSTU sentencia:

"Se hoje o agronegócio e as madeireiras expulsam milhares de camponeses, quilombolas e indígenas de suas terras, com o Matopiba, que prevê que mais de 72% do território maranhense seja ocupado pela soja e grãos, a falta de produção de alimentos para segurança alimentar da população e a situação de conflito no campo maranhense, que já atinge mais de 15 mil famílias, com muitas ameaças e assassinatos, se agravarão ainda mais".

Finalizando a análise contida na Carta, o PSTU tece críticas ao cerceamento à liberdade de pensamento e de livre manifestação e à privação dos direitos trabalhistas conquistados por categorias profissionais, que o Governo Dino coloca em prática, como o uso da polícia como instrumento de repressão a protestos e reivindicações populares legítimos, não realização de concurso público para o setor da Saúde (há décadas que isso não acontece), optando pela contratação seletiva por meio de empresa criada no Governo Roseana Sarney, não pagamento do piso nacional aos professores da rede de ensino estadual, não pagamento da correção salarial (21,7%) concedida por Lei aos servidores do Judiciário, entre outros.

Ao tecer essas pertinentes e contundentes críticas ao Governo Flávio Dino, o PSTU dá voz a milhares de maranhenses descontentes com a "real politik" implementada no Maranhão, anos-luz de distância da "virtual politik" suscitada pela propaganda comunista durante a campanha eleitoral.

Ao mesmo tempo, o partido do slogan "só a luta muda a vida" cerra posição firme e resistente contra os atuais mandatários dos Leões e seus correligionários de "direita", fazendo um movimento político que deverá acionar, novamente, a máquina midiática de "achaques e destruição de imagens", sempre em prontidão para combater os que ousam criticar as ações de governo dos agentes palacianos, conforme já denunciado em jornal de significativa circulação no Maranhão, sob o sugestivo título "República da Calúnia" (CONFIRA AQUI).

Confira abaixo a íntegra da Nota do PSTU:


Maranhão 2016: Sarney saiu. Dino entrou.

Em outubro de 2014 milhões de maranhenses impuseram uma incontestável derrota eleitoral à Oligarquia Sarney elegendo Flávio Dino (PC do B) para Governador.

O povo permanece com expectativas de concurso público, salários dignos e serviços públicos de qualidade e um Maranhão menos corrupto e fora das últimas posições nos rankings dos desenvolvimentos humano e econômico. Ainda existem ilusões de que basta colocar um outro governante e será possível ter todas estas reivindicações atendidas e um “Novo Maranhão”.

Porém, apesar da roupagem nova, o Governo Flávio Dino, com um pouco mais de um ano de mandato, já deu demonstrações claras de que as mudanças tão radicais propostas não sairão do papel. Até porque seu programa e suas alianças eleitorais e pós-eleitorais já prenunciavam que não seria capaz de garantir um Maranhão de todos.

Basta lembrar que o vice-governador é do PSDB, partido da direita tradicional, do ex-presidente FHC e de Aécio, Serra e Alckmin e que se notabilizaram pelas privatizações, repressão policial e o desemprego. Mais ainda, compõem a base do governo Dino políticos oligarcas tradicionais como Humberto Coutinho, Sebastião Madeira, Roberto Rocha, Edivaldo Holanda, Waldir Maranhão (aliado de Eduardo Cunha), o ex-candidato sarneysta Luís Fernando, entre outros.

Um programa que defenda crescimento econômico com justiça social exige mudanças profundas na sociedade ou então continuará se submetendo aos interesses dos poderosos. Desse modo, os flagrantes de desrespeito por parte do governo do Estado para facilitar a construção de um grande porto na região da comunidade do Cajueiro, em São Luís, é uma prova de que são os interesses de grandes empresas e do agronegócio que são a prioridade do governo Dino. Além de esse empreendimento vir a causar profundos impactos ambientais, é um duro ataque às populações tradicionais centenárias dessa região, que vivem hoje uma rotina de ameaças de jagunços da WPR/WTorre e o medo do despejo forçado.

Aliás, esse porto é também uma contrapartida do governo no âmbito do Matopiba, nova fronteira agrícola instituída pelo governo Dilma para promover o desenvolvimento do agronegócio no Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a partir de ações integradas entre esses estados. Isto é, se hoje o agronegócio e as madeireiras expulsam milhares de camponeses, quilombolas e indígenas de suas terras, com o Matopiba, que prevê que mais de 72% do território maranhense seja ocupado pela soja e grãos, a falta de produção de alimentos para segurança alimentar da população e a situação de conflito no campo maranhense, que já atinge mais de 15 mil famílias, com muitas ameaças e assassinatos, se agravarão ainda mais.

Outro exemplo: um programa que verdadeiramente priorize os trabalhadores da educação e os servidores estaduais tem que garantir aumento salarial, progressão funcional e ambiente de trabalho de qualidade para atendimento à população. Não é possível se utilizar do argumento da Lei de Responsabilidade Fiscal e crise econômica para praticar arrocho contra os trabalhadores, cortando a correção salarial de 21,7% dos servidores do Judiciário e não pagando o piso aos professores, enquanto se terceiriza serviços para enriquecer empresas e paga sem nenhum questionamento às dívidas feitas pelo governo anterior.

Outra semelhança com o grupo Sarney é a utilização da polícia para reprimir manifestações populares, como aconteceu recentemente em uma manifestação por melhorias na estrada de acesso à comunidade Porto Grande com prisões e feridos por balas de borracha da PM, e desenvolver uma política de extermínio da juventude negra nas periferias maranhenses. Só em 2015, o índice de homicídios decorrentes de intervenção policial subiu 90,9%, corroborando com as denúncias feitas sobre o aumento da violência policial. Casos como do jovem negro Fagner de 19 anos que foi morto a tiros por um policial em uma reintegração de posse na região do Turu.

Na Saúde, mantêm-se a terceirização e privatização de hospitais e unidades de saúde através da gestão de várias Organizações Sociais(OS´s), inclusive remanescentes do governo Roseana Sarney. Foram mais de 700 milhões no último ano para estas empresas, a partir de uma licitação realizada em abril do ano passado. E quando se esperava o tão prometido concurso público para profissionais efetivos da Saúde (há mais de 20 anos que não ocorre no Estado), o governador Flávio Dino lança um edital para contratação temporária por uma prazo inicial de 24 meses, pelo regime da CLT, através da EMSERH (Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares), empresa de direito privado e criada em 2012 no governo Roseana Sarney, cuja lei foi alterada pelo atual governador para prever esta contratação temporária.

Nós do PSTU, combatemos nas lutas e nas eleições a Oligarquia Sarney e somos oposição de esquerda ao governo Flávio Dino. Defendemos outro projeto de governo, baseado na democracia direta e na superação do capitalismo. Por isso nos apoiamos nas reivindicações da população para combater as ilusões nos governos e desenvolver suas lutas.

Conclamamos a unidade dos trabalhadores e movimentos sociais, indígenas, quilombolas, professores, funcionários públicos e trabalhadores em geral para construir a luta por nossas reivindicações. É preciso lutar pelas mudanças que queremos e necessitamos. Os leões estão bem vindos à democracia, mas sabem que só a luta muda a vida!

Siga nosso perfil no Twitter e curta nossa página no Facebook

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Congresso promulgará emenda que abre "janela" para troca de partidos


Será promulgada no próximo dia 18 de fevereiro, em sessão conjunta do Congresso Nacional, a emenda constitucional que abre “janela” para troca de partidos sem perda de mandato.

De acordo com o texto (PEC-182/07), os detentores de mandatos eletivos poderão deixar os partidos pelos quais foram eleitos nos 30 dias seguintes à promulgação da emenda.

A desfiliação, no entanto, não será considerada para fins de distribuição do dinheiro do Fundo Partidário e do acesso gratuito ao tempo de rádio e televisão.

A medida fez parte da proposta de emenda à Constituição que trata da reforma política já aprovada pelos deputados. O restante do texto, que prevê medidas como o fim da reeleição para cargos do Poder Executivo, ainda vai ser examinado no Senado.

Confira a íntegra da PEC-182/2007

Siga nosso perfil no Twitter e curta nossa página no Facebook

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Assaltos a ônibus em São Luís são maiores em 2016 do que em 2015 e 2014

66 assaltos a ônibus são registrados nos primeiros 31 dias do ano em São Luís. Os números foram divulgados pelo Sindicato dos Rodoviários do Maranhão

De 1º a 31 de janeiro deste ano, a capital maranhense registrou oficialmente 66 assaltos a ônibus. Esse quantitativo supera os números relativos ao mesmo período em 2015 e 2014, quando foram contabilizados 43 e 52 assaltos, respectivamente.

A preocupação reinante é a de que mantida essa tendência de crescimento, o ano de 2016, que está apenas começando, se torne um dos mais violentos em São Luís em relação ao número de assaltos a coletivos.

Apesar de mais ações criminosas verificadas no primeiro mês de 2016, o número é menor no comparativo com os três últimos meses de 2015. Em Outubro passado foram 110 assaltos; em Novembro, 81, e em Dezembro, 94 ações comandadas por assaltantes dentro dos coletivos.

É importante frisar que essas estatísticas se baseiam em Boletins de Ocorrência (B.O.) registrados pelas empresas que são alvos dos criminosos. De todas que atuam no transporte público de São Luís, nem metade das empresas divulga os assaltos sofridos, o que implica dizer que esse total pode ser bem maior.

Entre as localidades com maior incidência de assaltos a ônibus neste último mês de janeiro, destaque para a Avenida Castelo Branco, no São Francisco, e o Anel Viário, na extensão da Avenida Vitorino Freire, onde ocorreram cinco ações criminosas em cada uma. Em seguida aparecem a BR 135, na altura da Vila Funil, e o Canto da Fabril, na Avenida Venceslau Braz, com quatro assaltos cada. Também estão nessa lista as Avenidas Jerônimo de Albuquerque, Daniel de La Touche e dos Franceses, como áreas preferidas dos assaltantes.

“Sabemos que os números ainda estão bem acima do aceitável e, por isso, continuaremos cobrando da polícia mais empenho para que consigam reduzir os atuais índices e, assim, proporcionar a motoristas, cobradores e usuários do sistema mais tranqüilidade dentro dos coletivos”, avalia Isaias Castelo Branco, presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão.

Leia também:


Siga nosso perfil no Twitter e curta nossa página no Facebook