Orlando Silva apareceu em programa do partido para se defender
O PCdoB aproveitou seu programa gratuito na TV, na noite desta quinta-feira (20h30, horário de Brasília), para defender a si e ao ministro do Esporte, Orlando Silva, das acusações de coordenarem e serem beneficiários de um esquema de desvio de recursos públicos na pasta.
O próprio ministro apareceu no programa da legenda para se defender. Ele voltou a negar as denúncias, que classificou como "uma tentativa atrapalhada" de atingir a história do partido e a dele também.
"Vou até as últimas consequências para defender a minha honra e os 90 anos de história de um partido que nunca se envolveu em escândalo. Farei o que for preciso para que a verdade fale mais alto", afirmou o ministro durante o programa.
Em outro trecho do programa, Orlando Silva destaca a cobiça pela pasta que comanda. "A importância que o Ministério do Esporte conquistou através do trabalho do PCdoB incomoda muita gente. Nos últimos dias, nosso partido foi atacado com denúncias mentirosas, que partiram de um sujeito procurado pela Justiça".
O ministro faz referência ao policial militar João Dias Ferreira, autor das denúncias. O delator foi preso no ano passado por envolvimento com desvio de dinheiro usado em convênios mantidos pelo Ministério do Esporte com ONGs (organizações não-governamentais).
Na peça partidária, o ministro ressalta que, após as denúncias, procurou os órgãos judiciais e prestou depoimentos para contribuir com o esclarecimento dos fatos.
Em sua defesa, aparece também o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo.
"Todas e quaisquer acusações contra o PCdoB se revelaram, mais cedo ou mais tarde, mentiras, denúncias sem provas, tentativas fracassadas de atacar a imagem do partido que mais cresce no Brasil".
Rabelo lembrou a luta contra a ditadura militar (1964-1985) para afirmar que a sigla nunca se intimidou em momentos de adversidade.
"Já enfrentamos ditaduras, delatores e provocadores. Sempre resistimos. Não vai ser agora que vamos nos intimidar diante daqueles que querem manchar a nossa história", disse.
No começo da peça, durante um minuto, uma atriz ressalta que, em 90 anos, o PCdoB nunca se envolveu em qualquer tipo de escândalo.
"É por isso que não podemos admitir que a nossa história seja manchada por supostas denúncias divulgadas na imprensa. Elas não passam de mentiras e calúnias feitas por um cidadão processado pela Justiça. Uma grave acusação sem provas. Uma tentativa desesperada de colocar o PCdoB na vala comum da corrupção e de atacar a imagem do partido que mais cresce e se fortalece no Brasil".
A peça partidária cita ainda os escritores Jorge Amado e Carlos Drummond de Andrade, o pintor Cândido Portinari, o arquiteto Oscar Niemeyer e o político Luís Carlos Prestes como figuras que contribuíram para a história da sigla.
O policial militar João Dias Ferreira acusa o ministro de coordenar um esquema em que organizações não-governamentais que firmaram convênios com a pasta no âmbito do "Programa Segundo Tempo", que busca promover a prática esportiva entre crianças, jovens e adolescentes, pagariam até 20 por cento dos valores dos contratos para pessoas ligadas ao partido.
João Dias, um dos presos no ano passado em operação da polícia de Brasília que investigou desvio de recursos do programa, disse ter provas que comprovariam as acusações. Ele, no entanto, ainda não as apresentou.
Hugo Freitas
Com informações da Reuters e Portal R7
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