Os servidores do Judiciário Federal decidiram entrar em greve, por tempo indeterminado, a partir da próxima segunda-feira, dia 10 de outubro.
A decisão pela greve geral da categoria foi emitida pelo Sintrajufe - sindicato que representa os servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União no Estado - após deliberação em Assembleia Geral que aprovou a realização do movimento paredista.
Uma das principais reivindicações é a imediata aprovação do reajuste salarial da categoria. Os servidores afirmam estar há cinco anos sem qualquer espécie de reajuste, o que vem desde a aprovação de seu último Plano de Cargos e Salários.
Antes dessa decisão, os servidores realizaram uma série de protestos que, no Maranhão, atingiu as cidades de São Luís e Caxias, com paralisações parciais, com protestos que duravam de duas a 48 horas. Em Caxias, os servidores do judiciário federal se uniram aos grevistas dos Correios e aos bancários na última semana, realizando ato público na cidade.
Durante a Assembleia em São Luís, os servidores lotados na capital apontaram que devem fazer o mesmo. Em nível nacional, estão em greve os estados da Bahia, Mato Grosso, Amazonas e São Paulo, e vários outros vêm realizando assembleias para marcar a entrada no movimento: no Rio de Janeiro, a paralisação deve começar a partir do dia 19/10; no Piauí, no próximo dia 20/10.
De acordo com o Sintrajufe, os servidores não aceitam a justificativa apresentada pela presidenta Dilma de que o reajuste salarial diminuirá o investimento na área social, e consideram falacioso o discurso de que o aumento salarial comprometerá as contas públicas em momento de crise: eles apontam que, de janeiro a agosto deste ano, o superávit primário do Governo (dinheiro retirado de todas as áreas para pagamento da dívida pública) foi de 70 bilhões de reais, o que daria para pagar o que eles requerem com bastante folga, além de esse montante servir para investimentos em saúde e educação, por exemplo.
Além disso, o sindicato da categoria considera que a presidenta desrespeita a Constituição ao não incluir na proposta orçamentária de 2012 o orçamento requerido pelo Supremo Tribunal Federal e pela Procuradoria Geral da República, no qual estão inseridos os valores para pagamento do reajuste. Essa é uma prerrogativa tanto da PGR, no caso dos servidores do MPU, quanto do STF, na situação do Judiciário Federal. Segundo apontam, a atitude da presidenta quebra a independência e a autonomia entre os poderes.
A greve está marcada para a próxima segunda-feira, dia 10, mas já nesta sexta-feira os servidores farão ato público em frente ao Fórum Eleitoral de São Luís, no Anel Viário, a partir das 9h da manhã, devendo paralisar as atividades do órgão nessa parte do dia.
A ação é estratégica: encerra-se na sexta-feira o prazo para transferência de domicílio eleitoral e filiação partidária com vistas às eleições municipais de 2012. Os servidores do Judiciário Federal concentram-se em frente ao órgão a partir das 9h, com carro de som, faixas, cartazes e panfletos.
Essa é uma forma de, segundo eles, dar visibilidade à sua reivindicação, além de demonstrar ao Governo que não retrocederão até que os projetos de lei que reajustam os salários sejam votados na Câmara, onde tramitam atualmente.
Com tal decisão, esta será a terceira greve na esfera federal em menos de um mês. Juntamente com a dos Correios e a dos Bancos, a greve do Judiciário Federal demonstra o quão insatisfeitos estão as classes trabalhadoras do país com a política trabalhista do atual governo.
Medidas como congelamentos de salários e redução de concursos públicos, propostas com o intuito de redução de gastos do governo federal, caminham na contramão da gastança promovida pelo aumento acima da inflação do supersalário pagos com dinheiro público aos deputados e seus assessores, bem como pela manutenção dos inúmeros "mimos" ofertados a estes, como direito à verba de gabinete, conta de celular ilimitada, vale-combustível, passagens aéreas, hospedagens nos melhores hotéis do mundo, dentre outras benesses plenamente mantidas e indiscutíveis.
Senhores deputados, façam um grande favor pelo bem da nação: votem pelo fim de todas essas mordomias!!! Aí sim, poderemos falar em "redução de gastos"!!!
Hugo Freitas
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