quarta-feira, 12 de outubro de 2016

HOMENAGEM: 20 anos sem Renato Russo


Há 20 anos, Renato Manfredini Júnior deixava a vida para entrar para a história da música, mais especificamente do rock brazuca. No dia 11 de outubro de 1996, o vocalista da Legião Urbana morreu, em seu apartamento no Rio de Janeiro (RJ), em decorrência de complicações causadas pela Aids.

Renato Russo tinha apenas 36 anos. Ele partiu cedo demais, deixando um legado de belíssimas canções, cujas letras transitavam entre a crítica social e a poesia lírica, entre a política e o amor.

Formada em 1983, a banda Legião Urbana liderada por Renato Russo foi um dos maiores expoentes do rock no cenário nacional entre as décadas de 80 e meados de 90, contemporânea de bandas como Barão Vermelho (de Cazuza e Frejat), RPM (de Paulo Ricardo), Engenheiros do Hawaii (de Humberto Gessinger), entre outras.

Sucesso de público e de crítica, seja nas cifras milionárias de vendas de discos (mais de 20 milhões de cópias e continua vendendo horrores nos dias atuais), seja no público presente nos shows (estádios e ginásios sempre lotados), ou seja pelo reconhecimento de suas letras como "poesias cantadas" e de suas magistrais interpretações, sempre sensível à ferocidade ou ao romantismo bucólico exigidos, Renato Russo marcou e embalou o coração e a mente de toda uma geração que viveu "como se não houvesse amanhã", pois não havia "tempo a perder".

Salve, Legião! Salve, Renato Russo! Salve todos os que estão vivos e sobrevivendo!


terça-feira, 11 de outubro de 2016

PEC 241 e o Desmonte do Estado Brasileiro


Dias sombrios assolam o Brasil... Depois da queda da presidente Dilma por meio do "Golpe" perpetrado por Michel Temer (PMDB), seus correligionários e a elite empresarial (tupiniquim e yankee), nossa população (incluindo aqueles que se vestiram de verde e amarelo e foram às ruas pedir "fora Dilma, "fora PT", e bateram panelas da sacada de seus luxuosos apartamentos contra o governo legitimamente constituído), sentirão na pele as agruras da "Ditadura Temer".

Não bastasse o movimento ultraconservador do "Escola Sem Partido", que visa acabar com o senso crítico das futuras gerações, silenciando vozes a serem programadas para só dizer SIM, está em curso no Congresso Nacional um verdadeiro "pacote de maldades" que, entre outras coisas, ceifará direitos sociais conquistados com sangue, lágrimas e suor por meio de décadas de lutas. A PEC 241 é o vetor desse governo ilegitimo.


A aprovação da PEC 241, cujo objetivo propalado apenas discursivamente é "limitar gastos públicos para reorganizar as finanças", significará na verdade o congelamento de quaisquer investimentos do Governo Federal em Saúde e Educação (principalmente) pelos próximos 20 anos, o que implica:

- não construção de novas escolas, hospitais e postos de saúde, sinalizando mesmo para o fechamento de outros, cenário em que predominará os planos de saúde privados (lembrem que o ministro da Saúde de Temer já se pronunciou contra o SUS!);

- não reajuste dos salários de servidores públicos, incluindo médicos, enfermeiros e professores, contribuindo decisivamente para a precarização acentuada do atendimento na rede pública de saúde e a diminuição da qualidade do ensino público e gratuito, privilegiando incentivos financeiros a escolas e faculdades particulares, cujos donos apoiaram e apoiam Temer (vide Paulo Skaff, presidente da Fiesp e do Sesi, que pretende torná-lo também uma universidade privada;

- com o congelamento de investimentos, haverá maior cobrança de impostos para sustentar os acordos e privilégios das elites empresariais e apoiadores do "Golpe contra o Povo", o que resultará em sobrecarga de tributos imputados à classe trabalhadora, achatamento dos salários, precarização das condições de trabalho, e, consequentemente, aumento do número de pobres (em condições verossímeis, dois séculos atrás, Tiradentes liderou o movimento da Inconfidência Mineira pela independência do Brasil Colônia);

- para ampliar sua margem de lucros, os empresários cortarão mais postos de trabalho e diminuirão direitos trabalhistas, contribuindo para a elevação do número de desempregados, que já contabilizam mais de 12 milhões de brasileiros sem renda para sustentar suas famílias;

- sem investimentos, por fim (mas não esgotando outras possibilidades assustadoras que se avizinham por meio da PEC 241), o país não terá condições de gerar mais riquezas, tendo que recorrer cada vez mais a empréstimos de organizações financeiras internacionais sob juros estratosféricos, aumentando seu eterno endividamento e, com isso, tornando-se refém do capital estrangeiro (FMI, Banco Mundial, etc.), perdendo o protagonismo que tinha em relação ao Mercosul e, principalmente, aos BRICS (composto por Rússia, Índia, China e África do Sul, além do Brasil).


O primeiro turno da votação ocorreu nesta segunda-feira (10), na Câmara dos Deputados, e a PEC 241 foi aprovada por 366 votos (aliados de Temer) a 111 (oposição).

A segunda votação ocorrerá no próximo dia 24/10, e somente muita mobilização popular, com o POVO INDO ÀS RUAS PROTESTAR SEM TEMER, poderá evitar que o Brasil viva nas trevas do subdesenvolvimento social e da hiper-dependência econômica da iniciativa privada e do capital estrangeiro, sinais mais do que nítidos de que está em curso, por meio do "Golpe Parlamentar e das elites contra o Povo", o desmonte do Estado brasileiro.

domingo, 9 de outubro de 2016

Documentário "A 13a. Emenda"




Sugestão para as amigas e amigos leitores do blog: "A 13a. Emenda", um excelente documentário lançado nesta sexta (07/10), na Netflix.


Impactante, crítico, profundo, informativo, atualíssimo e muito relevante para a reflexão sobre as conexões entre a escravidão, a criminalização da população negra e o sistema de encarceramento em massa dos EUA.

Indispensável para se ter uma compreensão mais ampla sobre o conflito racial existente na sociedade norte-americana.

sábado, 8 de outubro de 2016

Pesquisa revela aumento do nível de endividamento das famílias de São Luís

Rua Grande, centro comercial da cidade de São Luís/MA.
Na comparação mensal, pesquisa realizada pela Fecomércio e CNC revela crescimento de 3,40% no mês de setembro.

Após dois meses de queda, o percentual de endividados em São Luís voltou a crescer no mês de setembro deste ano. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em parceria com a Federação do Comércio do Maranhão (Fecomércio), em setembro, 69,9% das famílias ludovicenses estão endividadas, indicando um aumento de 3,40% em relação ao mês anterior e avanço de 3,25% em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados representam um rompimento sazonal na tendência de queda mensal do índice de endividamento observado desde o mês de julho deste ano.

Analisando o nível de comprometimento da renda dos consumidores com o endividamento com cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros, a pesquisa revelou que 44,7% das famílias ludovicenses se consideram mais ou menos endividadas ou muito endividadas, enquanto 25,2% se declaram pouco endividados e 30% dizem não possuir dívidas deste tipo. “Neste período, o aumento do endividamento não está ligado ao aumento do consumo das famílias, e sim, a outros fatores como a crise gerada pela greve da rede bancária, que restringe a circulação do dinheiro e dificulta o pagamento dos compromissos financeiros”, explica o economista da Fecomércio-MA, Eduardo Campos.

Dentre os principais tipos de dívida, a pesquisa demonstra que o cartão de crédito representa 74,2% das dívidas atuais dos consumidores de São Luís, seguido pelos carnês (12,3%), crédito pessoal (6,8%), financiamento de automóveis (5,5%) e financiamentos de imóveis (4,1%).

Em comparação ao mês anterior, o nível de endividamento com cartão de crédito e carnês recuaram, respectivamente, 0,40% e 2,38%, enquanto as dívidas com crédito pessoal praticamente dobraram na variação mensal com avanço 94,29%. As dívidas com financiamento de carro também aumentaram 5,77% em relação ao mês anterior, enquanto as dívidas com financiamento da casa reduziram 8,89% em relação a agosto. Já o crédito consignado alcançou apenas 1,8% do nível de endividamento atual dos consumidores ludovicenses.

“Diante das poucas opções de crédito em um momento de retração econômica, os consumidores tendem a optar por captação de recursos com as menores taxas de juros possíveis, sendo que o crédito pessoal apresenta este perfil de taxas de juros mais baixas e parcelamento em prazos mais largos. Por outro lado, as dívidas com crédito consignado sofreram forte redução em função da fragilidade atual do mercado de trabalho, já que o pagamento dessa modalidade de crédito se dá mediante desconto em folha salarial e, com isso, dificulta a captação de recurso por essa via de crédito”, analisa o especialista.

Inadimplência

Dentre os consumidores que se consideram endividados, a pesquisa também analisou aqueles que possuem contas em atraso e, por isso, são considerados inadimplentes. Segundo o estudo, 43,1% das famílias ludovicenses endividadas indicaram ter alguma dívida em atraso, representando um aumento de 0,23% em comparação ao mês anterior. No total da população de São Luís, o índice de inadimplência é de 30,2% para o mês de setembro, que representa um avanço de 3,78% na comparação mensal e de 1,0% em relação ao mesmo período do ano passado.

O levantamento avaliou ainda as condições dos consumidores para o pagamento das dívidas em atraso, indicando que 13,8% das famílias ludovicenses não conseguirão quitar seus débitos atrasados e, portanto, deverão permanecer inadimplentes no mês seguinte. Na composição desse índice, a pesquisa demonstrou que, entre os consumidores que possuem contas em atraso, 45,9% das famílias afirmam que não terão condições de pagar suas dívidas, 25,8% indicam que terão condição de pagar parcialmente e 27,4% afirmam que pagarão totalmente suas contas atrasadas no próximo mês.

Entre as famílias que declararam possuir dívidas em atraso, a pesquisa indica que o tempo médio da conta em atraso é de 56 dias. Na composição do índice, 31,5% dos consumidores afirmam possuir dívidas em atraso de até 30 dias, conferindo uma redução de 18,6% das famílias com dívidas em atraso por esse tempo. No entanto, o levantamento apresentou tênue deterioração em prazos superiores a 30 dias, uma vez que 29,9% dos consumidores indicaram ter algum tipo de conta com pagamento atrasado entre 30 e 90 dias e 37% dos consumidores indicaram ter algum tipo de dívida em atraso em período superior a 90 dias. Respectivamente, constataram-se aumentos de 19,12% e de 4,82% no nível de contas atrasadas por esses períodos na comparação com os números do mês anterior.

“Neste ponto, observa-se o elevado comprometimento do equilíbrio orçamentário do consumidor, com efeito real sobre a redução de seu consumo privado e de bens de consumo duráveis, derivado da tentativa do consumidor em preservar sua capacidade de pagamento em níveis que não comprometam sua evolução futura de rendimentos”, pontua Eduardo Campos.

Comprometimento

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor avaliou também, dentro os consumidores que declararam estarem endividados, o tempo de comprometimento das famílias ludovicenses com essas dívidas. Nesse levantamento, 37,4% dos entrevistados demonstraram comprometimento com dívidas pelos próximos 3 meses, enquanto que 31% das famílias indicaram comprometimento com as dívidas no prazo de 3 a 6 meses, 12,3% dos consumidores indicaram o comprometimento com dívidas no prazo de 6 meses a 1 ano e 15,2% apresentaram o comprometimento com dívidas no prazo superior a 1 ano. Com isso, o tempo médio de comprometimento com as contas é de 5,1 meses.

Em relação ao mês de agosto, o comprometimento por até 3 meses avançou 3,89%, já o período de 3 a 6 meses recuou 6,06%, aqueles comprometidos com as dívidas de 6 meses a 1 anos cresceu 1,65%, assim como o tempo de comprometimento superior a 1 anos que avançou 1,33%.

“O alongamento do prazo para pagamento de dívidas é uma alternativa encontrada pelo consumidor para maximizar o uso de sua renda atual para o pagamento de seus compromissos, porém, como os juros se encontram elevados, as condições em que estes prazos são contratados se apresentam desvantajosos e consomem recursos da renda familiar, que migram da possibilidade do consumo para a certeza do pagamento de juros elevados”, orienta o economista da Fecomércio.

Outro aspecto importante que a pesquisa apresenta é o nível da renda do consumidor comprometida com as dívidas. De acordo com o estudo, considerando o total da renda familiar mensal comprometida com dívidas como cheque pré-datado, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, compra de imóvel e prestação de carro e seguro, 18,9% dos entrevistados apresentam até 10% da renda mensal direcionada para as dívidas, enquanto 64,7% indicaram comprometimento da renda de 11% a 50% e 13,6% indicaram ter mais de 50% da renda destinada às contas. Nessa perspectiva, a pesquisa mensurou que a parcela média mensal da renda do consumidor comprometida com as dívidas é de 29,2%.

As informações são da Fecomércio/MA

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Censo da Educação: sobram vagas no ensino superior público e privado


O Censo da Educação Superior mostrou que há dificuldades em preencher todas as vagas ofertadas. Das novas vagas e vagas remanescentes oferecidas nas redes pública e privada em 2015, 5,6 milhões ficaram ociosas. Os dados foram divulgados hoje (6) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Em 2015, foram oferecidas mais de 8,5 milhões de vagas em cursos de graduação, sendo 72% vagas novas e 27,7%, vagas remanescentes. Das 6.142.149 novas vagas oferecidas em 2015, 42,1% foram preenchidas, enquanto apenas 13,5% das 2.362.789 vagas remanescentes foram ocupadas no mesmo período.

Isso significa que 3.556.304 das novas vagas e 2.043.812 das remanescentes não foram ocupadas, de acordo com os dados do Censo. Mesmo na rede federal, que teve maior índice de ocupação - mais de 90% das novas vagas e 27,4% das remanescentes - sobraram 116.692 vagas.

O maior índice de vagas não preenchidas está no ensino privado. Das novas vagas, 37,8% foram preenchidas e 12,8 das remanescentes, o que totaliza  5.377.580 vagas não preenchidas.

Plano Nacional de Educação

Por lei, pelo Plano Nacional de Educação (PNE) o país terá que elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida, ou seja,  da população de 18 a 24 anos, para 33%.  Deve assegurar a qualidade da oferta e expansão e ter pelo menos 40% das novas matrículas no segmento público. Até 2014, a taxa bruta era 34,2% e a líquida, 17,7%.

25 defensores de Direitos Humanos assassinados em 2015 e 2016 no Maranhão


O Estado do Maranhão já soma 25 defensores de Direitos Humanos assassinados nos anos de 2015 e 2016. Os números incluem assassinatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais, ambientalistas além de representantes quilombolas e indígenas. As informações são da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos.
Também incluem o estudo os homicídios de lideranças comunitárias pela ação coordenada por traficantes de drogas e o assassinato de blogueiros em virtude de denúncias de corrupção.
Uma delegação da União Européia esteve em São Luís reunida com representantes da SMDH, da Comissão Pastoral da Terra (CPT Nacional) e da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Maranhão (Fetaema) para discutir a situação dos defensores e defensoras de direitos humanos no Estado do Maranhão.
Confira o documento produzido pela SMDH que detalha os casos: Assassinatos de defensores de direitos humanos em 2015 e 2016

sábado, 1 de outubro de 2016

Clássico de Raymond Williams sobre televisão ganha edição brasileira

Quarenta e dois anos após sua publicação original, em língua inglesa, este texto fundador dos estudos sobre televisão, um verdadeiro clássico, tem sua primeira edição brasileira. Se, por um lado, é difícil entender tamanha demora, por outro, são evidentes a pertinência e a importância desta obra nos dias atuais, nos quais, junto à ainda forte presença da TV nos lares do mundo inteiro, vivemos a era digital em sua plenitude. Confira abaixo o texto, escrito por Esther Hamburger, para a orelha do livro.

Por Esther Hamburger

Raymond Williams foi intelectual erudito e engajado diante dos desafios do seu tempo. Professor e escritor prolífico, colaborou em jornais e revistas, entre as quais a influente New Left Review.Escreveu livros de fôlego que permanecem referências nas áreas da história e da sociologia da cultura.

Seus estudos sobre a tragédia e o drama, disponíveis no Brasil, ajudam a pensar elementos que resistem e que se transformam ao longo dos séculos no teatro, no cinema, na televisão e nos meios digitais.

A bem-vinda edição em português de Televisão: tecnologia e forma cultural, obra clássica na área, originalmente publicada na Inglaterra em 1974, adensa a bibliografia disponível. O livro deve ajudar a tirar do lugar-comum o debate político-cultural candente em que a televisão muitas vezes figura isoladamente como vilã.

Em Williams, a televisão é tratada com rara sensibilidade crítica e desprovida de preconceito. No pensamento do autor, não há espaço para questões de valoração apriorística. O livro é escrito por alguém que contribuiu regularmente para o boletim mensal da BBC, que participou de programas de debate cultural na emissora e que teve peça de sua autoria montada na televisão.

A experiência de estranhamento do próprio autor para com a televisão com sotaque norte-americano é matéria-prima do livro, como ele mesmo relata. Arguto observador participante, Williams foi dos primeiros a pensar as diferenças entre dois modelos que permanecem paradigmáticos: o da TV pública inglesa e o da TV comercial estado-unidense. Essas diferenças dão substância à ideia de forma cultural em oposição ao que ele identifica como determinismo datecnologia. Seu pensamento marxista elabora a noção de forma cultural de maneira a entender a especificidade de determinadas relações sociais em certos lugares e momentos históricos.

Parte de uma geração de pensadores ingleses que valorizou o estudo de diversas dimensões da vida cotidiana das classes trabalhadoras ao longo do tempo, Williams se diferencia no enfrentamento contemporâneo da indústria cultural.

A noção de fluxo, pela qual seus estudos de televisão são mais conhecidos, é elaborada justamente neste livro. A abordagem de programas específicos não poderia deixar de levar em conta a sequência ininterrupta de programação, marcada pela promiscuidade entre gêneros e anúncios televisivos.

Neste início de milênio, a televisão se transforma na convivência com outras plataformas de captação e visionamento de imagens e sons; umas móveis, outras fixas; algumas que estimulam o autorregistro e a difusão de programação amadora.

As transformações contemporâneas questionam os conceitos propostos por Raymond Williams. As inquietações desse autor, porém, continuam a nos desafiar.

A edição brasileira de Televisão: tecnologia e forma cultural vem acrescida de uma série de textos de apoio escritor por Graeme Turner, Roger Silverstone Ederyn Williams, Marcio Serelle, Mario Viggiano e Erico Sena. Além de contar com um precioso apêndice que compila uma biografia selecionada de Raymond Williams.

"Pescado" do Blog da Boitempo

terça-feira, 20 de setembro de 2016

UFMA é a melhor universidade do Maranhão, aponta Ranking 2016


A Universidade Federal do Maranhão é a instituição do Estado mais bem colocada no Ranking Universitário da Folha de São Paulo (RUF) 2016 e a única que avançou no índice em relação a 2015.

Entre 195 universidades públicas e privadas do país, a UFMA está classificada em 54º lugar, subindo três posições em relação ao ano passado. O índice é o mais importante e respeitado ranking de cursos e avaliações do país, editado desde 2012 pela Folha.

O ranking avalia as instituições, com base em cinco critérios - ensino, pesquisa, inovação, mercado de trabalho e internacionalização. À exceção do último, a UFMA é a melhor em todos.

Avalia também os 40 cursos que mais possuem alunos matriculados. A UFMA possui 25 cursos considerados entre os melhores no Maranhão, dos 27 avaliados.

Destaque para Biologia (34° melhor entre 399 cursos do país avaliados), Ciências Sociais (33° melhor entre 108), Educação Física (38° melhor entre 500), Engenharia Elétrica (36° melhor entre 286), Letras (26° melhor entre cerca de 400), Nutrição (36° melhor entre mais de 400), Pedagogia (35° melhor entre mais de 500) e Serviço Social (29° melhor entre mais de 400 cursos).

No ranking de cursos é possível encontrar a avaliação dos cursos de graduação com mais ingressantes no Brasil, como administração, direito e medicina, a partir de dois indicadores: ensino e mercado. Em cada classificação são considerados os cursos oferecidos por universidades, por centros universitários e por faculdades.

Os dados que compõem os indicadores de avaliação do RUF são coletados por uma equipe da Folha em bases de patentes brasileiras, em bases de periódicos científicos, em bases do MEC e em pesquisas nacionais de opinião feitas pelo Datafolha.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

As cinco mentiras do Globo sobre a universidade pública

Estudantes fazem protesto em Paraty (RJ) por melhores condições na educação
Toda mentira bem elaborada, para ser convincente, precisa começar apontando alguns fatos verdadeiros. É a arte da falácia, na qual os editorialistas do jornal O Globo são mestres e doutores.
É fato: o sistema universitário brasileiro ainda é profundamente injusto. O acesso dos mais pobres à universidade pública ainda é minoritário, mesmo tendo melhorado na última década, graças a algumas políticas públicas de inclusão dos governos petistas que, contudo, apesar de terem ajudado, foram insuficientes.
Também é fato: muitas pessoas pobres que não conseguiram passar na universidade pública estudam em universidades particulares de duvidosa qualidade, muito diferentes das universidades particulares de elite, e muitas pessoas dos segmentos mais ricos da população, depois de estudarem em escolas particulares de elite, ingressam às melhores universidades públicas. E eles poderiam pagar. Também é fato: o estado brasileiro e muitos estados da federação estão quase falidos.
Contudo, não é fato que a solução para esses problemas seja acabar com a gratuidade do ensino universitário público. Essa é uma grande mentira. A experiência internacional mostra que esse modelo é um fracasso e só produz mais desigualdade, mais injustiça social, mais exclusão. E não soluciona o problema do déficit fiscal, nem melhora a universidade pública.
Em seu Comunicado nº 75, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela a importância que os gastos sociais adquiriram no Brasil para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a redução das desigualdades.
Segundo o estudo, que usou como base dados de 2006, cada R$ 1 gasto com educação pública gera R$ 1,85 para o PIB. A título de comparação, o gasto de R$ 1 com juros sobre a dívida pública, segundo o mesmo estudo, gerará apenas R$ 0,71 de crescimento do PIB. Ou seja, o dinheiro gasto com educação de qualidade, como é o caso das universidade federais, é um excelente investimento dos recursos públicos.  
Então, por que que o editorial do Globo mente? 
Primeira mentira do Globo: como aponta o economista Bruno Mandelli, a ideia de que "as universidade públicas só beneficiam os ricos, enquanto aos pobres restam as universidades particulares" é um mito bastante difundido, porém completamente equivocado.
Explica Mandelli: O ensino público é elitizado, mas não há nada que indique que o sistema privado de ensino superior seja mais popular. Pelo contrário, os levantamentos disponíveis indicam que, em termos de renda, os estudantes das universidades públicas são inclusive ligeiramente em média mais pobres que os estudantes das privadas.
Segundo a Pnad 2014, por exemplo, os estudantes que faziam parte dos 20% mais ricos da população brasileira correspondiam a 36% dos estudantes do ensino superior público e 40% do ensino superior privado. Ou seja, há mais 'ricos' no sistema privado do que no público.
Na ponta oposta, os estudantes que faziam parte dos 20% mais pobres da população brasileira representavam 7% dos estudantes do ensino superior público e apenas 3,4% do ensino superior privado. Ou seja, os 'mais pobres' estão nas universidades públicas no dobro da proporção verificada nas privadas.
Segunda mentira: ensino pago não soluciona o problema, muito pelo contrário. Países que adotaram esse caminho, como o Chile, têm um sistema universitário altamente elitizado e excludente – e hoje estão querendo mudar.
Acabar com a política pinochetista que O Globo propõe para o Brasil foi uma daspromessas de campanha da presidenta Michele Bachelet! Outro exemplo paradigmático são os EUA, onde as possibilidades de acesso à universidade (e a qual universidade) dependem da renda das famílias, e os jovens mais pobres ou de classe média (sim, também a classe média) só podem estudar na universidade se endividando por décadas ou conseguindo uma bolsa esportiva, que os obriga a dedicar mais tempo ao treinamento que aos livros. 
Terceira mentira: as bolsas não são suficientes para corrigir as injustiças do ensino pago. O Prouni é uma prova disso. Embora esse programa tenha tido alguns efeitos positivos (de fato, ajudou muitos jovens de baixa renda a entrar na universidade), ele não acabou com a elitização da universidade pública, beneficiou o ensino particular, ajudou à proliferação de fábricas de diplomas de baixa qualidade e não solucionou o problema da permanência.
Quarta mentira: o ensino gratuito não é a causa do déficit fiscal. Vejamos, por exemplo, o caso da UERJ. A principal universidade do estado do rio está quase falida, enquanto o governo local do PMDB desperdiça bilhões de reais em isenções fiscais que geram pouquíssimo emprego (da mesma forma que o governo federal os desperdiça com empréstimos de bancos públicos a juros de privilégio para as grandes empresas; por exemplo, o grupo Globo), ou com dívidas bilionárias de empresários, que acabam não sendo cobradas, ou com obras superfaturadas.
Estudantes da UERJ fazem ato no Rio: a universidade está quebrada
No nível federal, os recursos que o estado receberia acabando com a gratuidade das universidades públicas (com altíssimo custo social) são nada, se comparados ao que poderia ser arrecadado taxando as grandes fortunas, reestruturando a tabela do imposto de renda ou acabando com a isenção às operações financeiras e ao mercado de capitais.
Quinta mentira: se quisermos cobrar aos ricos que usam a universidade pública, a solução não é instaurar uma mensalidade. Estabeleçamos um tributo adicional para as faixas mais altas do Imposto de Renda (depois de mudar a tabela para que estas sejam pagas pelos ricos de verdade e não pela classe média) que alcance os cidadãos com alta renda que estudaram e se formaram numa universidade pública, e destinemos esse dinheiro a um fundo especial para abrir mais vagas e pagar bolsas de permanência para os estudantes mais pobres.
Dessa forma, o pagamento não seria uma barreira, mas uma devolução à sociedade paga por aqueles que já usufruíram da universidade pública e se deram muito bem na vida.
E se quisermos aumentar o número de pessoas de baixa renda nas universidades públicas, ampliemos a oferta de vagas, invistamos no ensino fundamental e médio (a baixa qualidade dele, combinada com o Enem e o vestibular, funciona como barreira para o ingresso dos mais pobres às universidades públicas, onde os que estudaram em boas escolas particulares têm mais chances de passar). E demos bolsas de permanência para que os mais pobres não abandonem os estudos. 
Em resumo, o jornal O Globo tentou nos enganar. As soluções são outras. A educação pública gratuita é uma conquista democrática da qual jamais abriremos mão e é imprescindível para o desenvolvimento econômico, social e humano do Brasil.
"Pescado" do site da Carta Capital

domingo, 22 de maio de 2016

ANPOCS, SBS, ABA e ABCP emitem Nota em defesa da Educação e da Ciência como políticas de Estado


A ANPOCS, SBS, ABA e ABCP vêm se juntar às manifestações da SBPC e da Academia Brasileira de Ciências em defesa da Educação e da Ciência como políticas de Estado.

Nas últimas semanas, manifestações de atores políticos e medidas administrativas, quer nos cenários estaduais, quer no federal, trouxeram à cena pública o debate em torno dos limites entre religião e política, consequentemente da liberdade de expressão e de pensamento, bem como a discussão acerca do financiamento, do planejamento e da execução de políticas públicas para a Educação e para a Ciência.

A Educação é, na sociedade contemporânea, mecanismo fundamental de democratização de acesso aos bens culturais e instrumento estratégico no processo de desenvolvimento social e econômico dos países. Em várias partes do mundo, políticas de Estado de longo prazo, laicas e independentes de flutuações na esfera política, tornaram seus respectivos sistemas de ensino provedores de recursos humanos qualificados, investindo na formação de novas gerações de profissionais preparados para desempenhar diferentes atividades no mundo do trabalho.

No Brasil, nas últimas décadas, houve avanços nesse sentido, com a universalização do acesso ao ensino básico, a expansão do ensino superior e a constituição de um sistema nacional de pós-graduação, bem como sua significativa disseminação por todo território brasileiro, revertendo ainda que parcialmente as disparidades entre o centro sul e as demais regiões do país. Nesse cenário de diminuição das desigualdades sociais e regionais, tem sido de especial importância, e sinal de avanço na formação básica dos cidadãos e cidadãs, a ênfase na formação de professores, nas ações afirmativas e no reconhecimento da diversidade sociocultural e de gênero como princípios estruturantes da ação educativa, alicerçados na ampliação do acesso aos conhecimentos científicos. Formou-se uma comunidade científica altamente qualificada academicamente desenvolvendo pesquisas nas mais diversas áreas do conhecimento. É notável, em um processo de internacionalização do conhecimento, a crescente contribuição da comunidade científica em distintas esferas da sociedade nacional, como no processo de inovação tecnológica, no campo da saúde, formulando propostas de integração entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental, produzindo conhecimento sobre os complexos processos sociais, culturais, e políticos que permeiam a trajetória da sociedade brasileira e que reverberam nos dias atuais.

Tais conquistas não podem ser dissociadas da luta pelo respeito aos dispositivos constitucionais que definem o Estado brasileiro como separado de qualquer confissão religiosa, com implicações claras para a formulação de políticas, notadamente as de educação e ciência e tecnologia. Tampouco podem ser separadas da constituição de um sistema de fomento à pesquisa através de fundações estaduais articuladas às agências federais de fomento. A construção de uma nação moderna e democrática e a consolidação de uma sociedade mais justa passam necessariamente por um compromisso permanente com a Educação e com a Ciência. Não pode haver regressão neste acordo e inseri-lo como moeda de troca no jogo político não só é imprudente como terá consequências desastrosas para o país.

Defendemos uma agenda de trabalho com participação conjunta do Estado e da comunidade científica nacional, de modo a estabelecer um fluxo regular de recursos financeiros para enfrentar os desafios do sistema educacional público do país e os investimentos necessários para o crescimento da pesquisa e da inovação.

Alegar imperativos econômicos para operar cortes nos orçamentos da Educação e da Ciência, já restritos diante das necessidades existentes, significará reverter no curto prazo conquistas operadas desde a redemocratização cujas repercussões de certo se farão sentir no curso prazo. Será mais uma vez exercer, de forma velada que seja, a censura e a restrição ao pensamento.

Reiteramos a nossa compreensão de que os desafios colocados por esta complexa pauta requerem quadros dirigentes capacitados e comprometidos com a Educação e com a Ciência, que se disponham ao diálogo com as comunidades científica e educacional no sentido de se construir soluções compartilhadas consistentes com os avanços realizados. Qualquer outra escolha significará o perigoso rumo do obscurantismo e de regressão nos planos educacional, científico e tecnológico.

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quinta-feira, 19 de maio de 2016

Feira do Livro do Autor e Editor Maranhense tem início nesta sexta (20), em São Luís

Foto ilustrativa: Internet


De 20 a 29 de maio será realizada, em São Luís, a Feira do Livro do Autor e Editor Maranhense – FLAEMA. O evento, que acontecerá no Shopping da Ilha, busca valorizar a literatura maranhense e terá como tema “o Renovo da Atenas Brasileira”, o que propiciará o uso de trajes e cenários que farão alusão à Grécia Antiga.

Várias atrações serão apresentadas: presença de mais de 100 escritores, 20 horas de músicas autorais, 29 palestras, 26 eventos de artes cênicas, além de sorteio de 700 livros de autores maranhenses.

programação desta sexta (20) tem início às 10h e se estende até as 22h. Confira:

20 DE MAIO – SEXTA-FEIRA
10h00 às 10h30 - Espaço Cultura
ARTES CÊNICAS: Diálogo das Palavras com Alunos do 7º ano da UEB professora Camélia Costa Viveiros.

10h30 às 10h50 - Espaço Cultura
DANÇA: Tambor de crioula com Alunos do 8º ano da UEB professora Camélia Costa Viveiros.

10h50 às 11h05 - Templo Grego
DECLAMAÇÃO: Texto “Sete perguntas para uma dama" de José Neres com alunos do CE São Cristóvão - Anexo Jardim São Cristóvão.

11h05 às 11h20 - Templo Grego
DECLAMAÇÃO: Texto “Canção de Redenção" com diálogo entre o Sol e a Lua com alunos do CE São Cristóvão - Anexo Jardim São Cristóvão.

11h30 às 12h30 - Templo Grego
VIAGEM AO FUTURO: Escritores falam de suas obras ainda não publicadas: Hemerson Prada com Eu não ligo para o Amor, Artemise Galeno com Desfile de Crônicas, Wagner de Sousa com Restaurando Vidas através da Natureza, Felipe Gabriel comO Príncipe Bem-te-vi no Mundo da Poesia.

12h40 às 13h40 - Templo Grego
RECITAL POÉTICO: Antonio Aílton Santos Silva, autor de Compulsão Agridoce; Eloy Melonio do Nascimento, autor de Dentro de mim; Felipe Sampaio Castro da Costa, autor de A centelha de Eros, Neurivan Sousa, autor de Lume e o pequeno poeta.

13h40 às 14h00 - Recanto das letras
SESSÃO DE AUTÓGRAFOS: com os escritores do recital poético.

13h50 às 14h20 - Templo Grego
PALESTRA: Apostila de Artes Visuais com Prof. Garcia Júnior do Colégio Liceu.

14h30 às 15h30 - Espaço Cultura
PROJETO ESCOLA NA FLAEMA: Apresentação sobre o livro O gato que queria ser sapo de Cleo Rolim com Alunos do 1º ano do Ensino Fundamental I do Colégio Santa Teresa.

15h30 às 16h30 - Templo Grego
LANÇAMENTO: Livro A Última Estação Do Esquecimento de Vinícius Bezerra.

16h30 às 16h50 - Recanto das Letras
SESSÃO DE AUTÓGRAFOS: com Vinícius Bezerra.

16h30 às 16h50 - Espaço Cultura.
CANTO: Coral com alunos do CE Fernando Perdigão.

16h50 às 17h00 - Templo Grego
DECLAMAÇÃO: Poema performático "Ah! Eu não posso" Maria Firmina dos Reis, com Rayslla Lorena Santos Carvalho, aluna da Unidade Integrada Maria Firmina dos Reis.

17h00 às 17h20 - Templo Grego
APRESENTAÇÃO: Livro Apenas um traficante (ainda não publicado) de Wanessa Trovão da Silva, aluna da Unidade Integrada Maria Firmina dos Reis.

17h30 às 18h30 - Templo Grego
MESA-REDONDA: O papel da leitura como fundamento da aprendizagem na escola, com Francisca Azêdo e Marilia Abreu – pedagogas e especialistas em gestão e supervisão escolar; Joelma Correa e Marise Rosa – doutoras em educação e Vitor Soares – graduado em ciências sociais e jornalismo.

18h30 às 19h30 - Espaço Cultura
MÚSICA: Flauta e violão João Neto e Mano Lopes.

19h às 20h30 - Espaço Cultura
SOLENIDADE DE ABERTURA

20h30 às 21h - Espaço Cultura
ARTES CÊNICAS: Lendas da nossa história com Tramando Teatro.

21h às 22h - Espaço Cultura

MÚSICA: Sheila Castro interpreta suas obras autorais.

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