Quilombolas, índios e sem terra, acampados na sede do INCRA do Maranhão, fecharam os portões do órgão nas primeiras horas desta segunda-feira (03/10), não permitindo a entrada de funcionários.
Os manifestantes estão acampados desde a última sexta-feira no local, onde aguardam o cumprimento de um acordo feito com o presidente do INCRA nacional, Celso Lacerda, que assumiu o compromisso de vir ao Maranhão dia 30 de setembro para apresentar um plano de trabalho do órgão no estado.
Além de não comparecer à reunião, não foi dada nenhuma justificativa para o não comparecimento dos representantes do governo federal. Diante do descaso com a política agrária, os camponeses e indígenas decidiram permanecer acampados até que tenham suas reivindicações atendidas.
De acordo com Diogo Cabral, advogado da CPT e Secretário da Comissão de Direitos Humanos da OAB, “a preocupação maior é com o aumento do número de ameaçados de morte que já chega a 90 em todo o estado”.
Já Almirandir Costa, ameaçado de morte e um dos coordenadores do movimento, afirma que não confiarão mais em uma nova data para serem atendidos. “ Quando ocupamos a sede em agosto ficou agendada esta reunião com o presidente nacional para dia 30, deixamos nossas famílias, e com muito esforço chegamos aqui e ele não apareceu. Agora não vamos mais confiar e só sairemos daqui com a presença dele”.
Representantes indígenas das etnias krikati, Guajajara, Kanelas e Krenyê que aderiram ao movimento também querem a presença do presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), pois sofrem as mesmas violências e ameaças por parte de madeireiros.
Fonte: Jornal Vias de Fato
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