quarta-feira, 25 de junho de 2014

PSOL, PT E A LÓGICA DA DOMINAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL

Filha de Tarso Genro (PT), governador do Rio Grande  do Sul, Luciana Genro irá disputar a Presidência da República pelo PSOL

Por Hugo Freitas

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) homologou, no último domingo (22), a candidatura da ex-deputada federal Luciana Genro (RS) à Presidência da República. A oficialização ocorreu em convenção nacional do partido realizada em Brasília.

Os delegados psolistas aprovaram o nome de Luciana por unanimidade e também o do ex-candidato a prefeito de Mogi das Cruzes (SP), Jorge Paz, para vice-presidente.

Questionada sobre um possível racha no partido devido à ausência na convenção do senador Randolfe Rodrigues (AP), que desistiu da candidatura à Presidência pelo PSOL, Luciana negou.

“De forma alguma. Randolfe se manifestou favorável à candidatura pelas redes sociais. Ele achou por bem cuidar dos interesses do Amapá”, respondeu, referindo-se ao Estado que o parlamentar representa.

Na carta em que anunciou a desistência, Randolfe explicou que deixava a pré-campanha presidencial “para retomar em plenitude as tarefas como senador e a importante função de representante do Amapá”.

Vale lembrar que o PSOL surgiu enquanto partido político como uma dissidência do PT, após divergências quanto aos rumos da "estrela vermelha" no país e ao jogo de alianças políticas costuradas pelo ex-presidente Lula em nome da famigerada "governabilidade".

OLHAR SOCIOLÓGICO

Luciana Krebs Genro é filha de Tarso Genro (PT), ex-ministro do governo Lula (2003-2010) e atual governador do Rio Grande do Sul, neta de Adelmo Simas Genro, militante do PTB durante a ditadura militar, e sobrinha do falecido jornalista Adelmo Genro Filho.

Luciana Genro foi casada com Roberto Robaina, ex-dirigente nacional do PT e hoje membro do PSOL, e está casada desde 1994 com o jornalista Sérgio Bueno.

Luciana tende a se viabilizar na disputa presidencial justamente por conta da filiação umbilical com Tarso Genro, já que este sendo governador do Rio Grande do Sul, um dos maiores colégios eleitorais do país, possui o poder de arregimentar financiadores de campanha, bases eleitorais, militância e canais midiáticos em prol de sua filha.

Como se pode observar, mesmo nos partidos políticos tidos como mais "radicais" ou de "ultra-esquerda", a lógica da dominação política estabelecida através dos laços tradicionais familiares pode ser confirmada, sendo a regra geral das disputas eleitorais em praticamente todo o Brasil.

Eis um nítido exemplo que sustenta a premissa do "dividir para conservar".

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