terça-feira, 24 de junho de 2014

"Por Exigir com J" - Editorial JP

Prefeito Edivaldo Jr. e secretário de Educação, Geraldo Castro

É preciso que se esclareçam em definitivo as razões reais que sustentam a greve dos professores do município de São Luís, pois possa embora o Sindicato considerar que os salários são injustos – todos são nesse Brasil afora – garante a Prefeitura que nossos mestres recebem o equivalente a quase três vezes o piso nacional. As dificuldades do município estão postas e são dificuldades de todos os municípios brasileiros.

É preciso que se apele ao bom senso dos professores de São Luís, pois a greve penaliza o futuro de 130 mil alunos, o que pode ser considerado um desastre depois do esforço desenvolvido pela Prefeitura para reequipar a educação e normalizar o exercício do ano letivo. Até onde se sabe, o interesse maior da educação é o aluno, e eles estavam fora da sala de aula ou freqüentando escolas sem condições mínimas de funcionamento quando o prefeito Edivaldo Holanda assumiu.

Atente-se também para o fato de que estamos num ano eleitoral e é preciso ter o cuidado de não misturar interesses sindicais com políticos. Ao que parece, as reivindicações postas na mesa pelo Sindicato podem levar a Prefeitura a extrapolar os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o que tenderia a agravar a situação de penúria do município. Existe, na verdade, praticamente que um confisco da carga tributária recolhida no país por parte do governo federal e dos governos estaduais. As dificuldades dos municípios são imensas e, em ano eleitoral, o que mais existe são pessoas interessadas em aumentar essas dificuldades.

A Prefeitura garante que mais de 87% dos recursos do Fundeb – o Fundo de Educação Básica – são comprometidos, hoje, com a folha de pagamento. É um índice altíssimo, principalmente se considerarmos que é também necessário, aliás, imprescindível, garantir investimentos na infraestrutura das escolas. O que todos menos queremos, pais e alunos, é a volta ao comprometimento do calendário escolar, o esvaziamento da escola pública, e a evasão que, para além do futuro dos alunos, compromete também o futuro do Maranhão.

Por outro lado, os próprios professores começam a desconfiar da superestrutura à disposição do Sindicato, confirmada, por exemplo com o padrão de alta qualidade dos vídeos apresentados. É flagrante também a dissonância nas faixas e cartazes confeccionados e expostos que não parecem produzidos por professores, mas por pessoas em guerra constante com a língua portuguesa e a gramática. Os professores não podem permitir – e, de resto, nenhuma categoria profissional – que interesses políticos governem seus movimentos. Políticos escrevem exigir com J; professores não. Exigindo com J não vão conseguir absolutamente nada, nem ensinar seus alunos.

O que se percebe aqui é a necessidade de um pacto entre os professores e o poder público municipal, conforme aconteceu já em outros estados e municípios, de formas que possam os professores manter seus salários num patamar digno da categoria, mas que seja possível à Prefeitura pagar, neste grave momento de dificuldades econômicas e financeiras do país e que afeta principalmente a municipalidade.

Fonte: Editorial - Jornal Pequeno, 24/06/2014

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8 comentários:

  1. PEÇO AO BLOGUEIRO HUGO FREITAS SER IMPARCIAL OU PELO MENOS OUVIR O OUTRO LADO ( SINDICATO ) PARA QUE OS LEITORES TIRASSEM SUAS CONCLUSÕES . É ÓBVIO SUAS COLOCAÇÕES E DA GESTÃO ...PORÉM QUEM ESTÁ NO '' CHÃO DA ESCOLA '' SOMOS NÓS PROFESSORES E ALUNOS E QUE TEMOS DENUNCIADO É FRUTO TAMBÉM DE GESTÃO PASSADA Q EDIVALDO ( VOTEI NELE ) SE COMPROMETEU , FEZ ACORDO NO INICIO DO ANO PORÉM, NÃO CUMPRIU . DAÍ SURGIU A GREVE ( QUE NÃO É SÓ POR SALÁRIO ,MAS CONDIÇÕES DIGNAS DE LOCAL E MATERIAL PARA ALUNO E PROFESSOR ) QUE VCS BLOGUEIROS desrespeitosamente NOS CRITICAM SEM NOS DÁ CHANCE DE DEFESA . DESEJO QUE NÃO EXCLUA MINHA COLOCAÇÃO COMO TE ACONTECIDO C COLEGAS FALAM A VERDADE ...

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    1. A "verdade" é sempre relativa e depende do ponto de vista de quem fala.
      Só não tolero xingamentos e agressões, principalmente de pessoas "anônimas" que, por sua covardia, agridem sem se identificar.
      Por isso, só publico os comentários respeitosos e democráticos, que argumentam com serenidade e inteligência.

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  2. 3 X O VALOR DO PISO VOU MANDAR UMA CÓPIA DO MEU CONTRA CHEQUE PARA VOCÊ PUBLICAR NO SEU BLOG, PREFEITO PINÓQUIO

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  3. Se o prefeito falasse a verdade e nos recebesse para tentar um acordo em torno que fosse meio termo dos míseros 3% e dos 20%, esse editorial teria algum crédito e sentido.
    Como a situação é diferente, Ribamar.Bogea e Hugo Freitas, vão pentear macaco, vendidos!
    Prof.Karolinne Ribeiro

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    1. Quer dizer, então, que a imprensa é a "culpada" pela intolerância de um sindicato atrelado a partidos políticos???
      Na falta de educação e inteligência, sobram xingamentos e agressões.

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  4. A reivindicação dos professores pode até ter alguma justiça mas eles erram na forma de protestar, os professores também deviam entender que não tem condição de dar o aumento no tanto que eles querem, aí ficam em greve e só quem perde são as crianças que ficam de novo sem aula. Fora que quando essa greve acabar os professores voltam tudo para se matar dando aula em final de semana e feriado, e eu quero saber quantas aulas essa direção do sindicato vai ajudar a repor...

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    1. "Só quem perde são as crianças que ficam sem aula..."
      "Quando essa greve acabar os professores voltam tudo dando aula em final de semana e feriado..."
      Isso mesmo, Joana! Comentário irretocável! Parabéns pela lucidez!

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Grato pela participação.