sábado, 19 de março de 2011

Aliados ampliam ataques na Líbia

Navio norte-americano
Foto: Reuters

Uma coalizão formada por EUA, França, Reino Unido, Canadá e Itália ampliou os ataques contra as forças do ditador líbio, Muamar Kadafi, neste sábado (19). 

Segundo o Pentágono, as Marinhas dos Estados Unidos e do Reino Unido lançaram mais de 110 mísseis do tipo Tomahawk vindos de submarinos posicionados no Mar Mediterrâneo para destruir 20 alvos de defesa antiaérea do coronel nas cidades de Misrata e Trípoli. A operação foi batizada de 'Odisseia da Alvorada' (Odissey Dawn, em tradução livre).

Depois do bombardeio, segundo fontes do governo americano, a capacidade de defesa antiaéarea líbia ficou severamente danificada. A coalizão atacou a Líbia em cumprimento à resolução 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que prevê o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea no país e a adoção de "quaisquer medidas necessárias" para proteger os civis. Não haverá, no entanto, incursão terrestre.

Em Trípoli, numa breve entrevista por telefone à TV estatal, Kadafi ameaçou mais uma vez atacar alvos civis e militares fora da Líbia e disse que o Mar Mediterrâneo se tornou um campo de batalha. "Vamos abrir o depósito de armas", disse Kadafi. Ele convocou todos os líbios a defender o país da "segunda cruzada do Ocidente"

O presidente americano Barack Obama disse em Brasília ter autorizado uma limitada ação militar americana para proteger civis líbios de ataques das forças de Kadafi. "Não foi isto que os EUA, nem nenhum de nossos aliados procurou", disse Obama, que voltou a rejeitar o uso de tropas terrestres. "Mas nós não podemos ficar inertes quando um tirano diz a seu povo que não haverá misericórdia".

Há 25 embarcações navais da coalizão no Mar Mediterrâneo, segundo o Pentágono, entre eles três submarinos americanos. Onze delas são italianas, onze, americanas, e três de Reino Unido, França e Canadá.

Mais cedo, caças da Força Aérea Francesa realizaram uma série de quatro ataques contra forças terrestres de Kadafi nos arredores de Benghazi. Participaram da ação 20 jatos Rafale e Mirage. Eles defendem uma área de 15 mil km² em torno da capital rebelde. A França deve enviar à Líbia amanhã o porta-aviões Charles de Gaulle, sediado no porto de Toulon.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, deu a autorização para a Real Força Aérea Britânica (RAF, na sigla em inglês) participar das operações. Ainda não há, no entanto, registro de bombardeios britânicos sobre a Líbia.

A Itália também enviou jatos para voos de reconhecimento sobre o espaço aéreo líbio e ofereceu a base da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para ser o centro de comando da operação. Caças canadenses estão a caminho do Mediterrâneo. Países árabes, como Catar e Emirados Árabes Unidos, devem participar também da ação.


O anúncio

A intervenção militar na Líbia foi anunciada em Paris pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy no final da manhã. "Nossos aviões já estão impedindo ataques aéreos em Benghazi. É hora da França, ao lado de seus aliados, assumir sua responsabilidade perante a História", disse, ao anunciar a intervenção.

O presidente acusou Kadafi de desdenhar os ultimatos internacionais e prometeu agir para conter o que chamou de 'loucura assassina' na Líbia. "Nosso dever é apoiar os povos árabes. Nossa determinação é total".

Pouco depois, em encontro com a presidente Dilma Roussef em Brasília, Obama falou brevemente sobre os ataques à Líbia. "Nosso consenso foi forte e nossa decisão é clara. O povo da Líbia precisa ser protegido e, na ausência de um fim imediato à violência contra civis, nossa coalizão está preparada para agir e agir com urgência", disse. Àquela altura, a Marinha americana ainda não havia disparado.

Fonte: Estadao

3 comentários:

  1. Acho que já estava na hora desta intervenção, ditadura não é legal. Aqui no Maranhão ainda existe ditadura mesmo disfarçada de democrácia, sabemos quanto é ruim, imaginemos como não é nestes Países onde existe 100% a ditadura.

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  2. É verdade, companheiro.

    O difícil é distinguirmos quando estão em disputa a prevalência da democracia ou o interesse pelo petróleo líbio, tal como acontece no Iraque e pretendem no Irã.

    Muitas vezes, o discurso de levar à democracia a certos países (e não a outros) está regado pelo desejo supremo de se apoderar de riquíssimas reservas petrolíferas, ainda mais num quadro em que a economia norte-americana está em pleno processo de recuperação depois da forte crise de 2008.

    Agora, tem países que acabam convidando o lobo para jantar. Nestes casos, como diz o adágio popular, "junta-se a fome com a vontade de comer".

    Grato pela participação. Abraços fraternos.

    Hugo Freitas

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Grato pela participação.