Que a música do cantor sertanejo Michel Teló virou um grude internacional na cabeça de milhões de pessoas todo mundo já sabe. O destaque mesmo é uma revista conceituada como a ÉPOCA navegar na onda da fama do "Ai Se Eu Te Pego".
No mínimo, o que se depreende da revista trazer na primeira capa de 2012 a figura tarimbada de Michel Teló é uma tentativa de se aproveitar do sucesso do cantor e arrecadar bastante com as vendagens dos exemplares.
Mas foi exagero (para não utilizarmos outro adjetivo mais "brando") afirmar ainda na capa que "Michel Teló traduz os valores da cultura popular para os brasileiros de todas as classes".
Já não bastasse toda hora as redes de TV mostrarem jogadores de futebol fazendo a famosa dancinha da música e bombardearem o público espectador com pérolas de veículos midiáticos da Europa, como uma que comparou o sertanejo com Carmem Miranda, agora mais essa?
Desculpe aqueles que apreciam a canção, mas dizer que "Ai Se Eu Te pego" é tradução dos valores da cultura popular brasileira é jogar na vala comum do lixo cultural industrial toda a beleza poética e melódica de artistas como Cartola, Noel Rosa, Nelson Cavaquinho, Ari Barroso, e mais recentes, Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho, isso para ficarmos só na vertente do samba, a genuína expressão da cultura popular brasileira.
Infelizmente, a mídia vive desses "fenômenos caricatos" de venda para alavancar suas receitas. Mas, assim já é demais.
Hugo Freitas
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