Pais e alunos da rede municipal de ensino que se dirigiram para as escolas nesta manhã (30) tiveram uma grande surpresa: as aulas terão início somente no dia 15 de março.
Muitos pais pensavam que o ano letivo de 2012 começaria hoje. Segundo Dona Raimunda, do Bairro de Fátima, que tem uma neta de 4 anos, ao chegar à escola municipal onde a garotinha estuda foi informada pelo segurança que as aulas haviam sido adiadas para março.
Para a dona de casa, a sensação foi de frustração. "Todas as escolas particulares começaram as aulas hoje e os alunos da rede pública só em março? É por isso que a educação pública no Maranhão é péssima", disse Dona Raimunda.
A Secretaria Municipal de Educação (Semed) havia anunciado apenas na última sexta-feira (27), que as aulas na rede municipal de ensino de 2012 haviam sido remarcadas para o dia 15 de março.
Segundo comunicado divulgado à imprensa, as razões da decisão do "adiamento" foram apresentadas pelo secretário municipal de Educação, Othon Bastos, ao promotor de Educação, Paulo Avelar, durante reunião realizada na sede do Ministério Público Estadual, apenas na tarde desta sexta-feira (27), quando muitos pais já não teriam tempo suficiente para tomar ciência da decisão pela falta de acesso à informação num fim de semana.
De acordo com o secretário, a transferência do início das aulas para março visa proporcionar melhorias na qualidade da rede municipal de ensino no que diz respeito à estrutura física das escolas, bem como possibilitar a realização dos procedimentos de lotação dos professores recém-nomeados, com a finalidade de suprir a demanda existente, além da necessidade de discussões acerca da municipalização do ensino fundamental.
O secretário informou, ainda, que serão realizadas reformas e reparos em diversas unidades de ensino da capital, durante o mês de fevereiro, visando às melhorias estruturais necessárias às escolas municipais.
Trocando em miúdos, o atraso (e não adiamento) no início do ano letivo de 2012 evidencia toda a incompetência dos gestores públicos na pasta da Educação municipal, uma vez que discussões político-burocráticas e "reformas" de escolas se faz no interstício do fim de um ano e início do outro, sem prejuízo do calendário escolar.
A falta de planejamento neste caso é gritante, já que professores ainda serão lotados nas escolas, estas ainda passarão por reformas, e a discussão sobre o que fazer e como fazer a educação funcionar na capital ainda será realizada.
Talvez, tudo esteja mesmo dentro do script. Afinal, não é por acaso que o anúncio de tais medidas tenha sido feito apenas em 2012, ano de eleições municipais.
No mínimo, se algumas dessas "promessas" forem efetivamente cumpridas, terá tudo sido feito às pressas, às emendas, com rasuras, ranhuras que continuam a perpetuar a precariedade do ensino público no Maranhão.
Talvez, tudo esteja mesmo dentro do script. Afinal, não é por acaso que o anúncio de tais medidas tenha sido feito apenas em 2012, ano de eleições municipais.
No mínimo, se algumas dessas "promessas" forem efetivamente cumpridas, terá tudo sido feito às pressas, às emendas, com rasuras, ranhuras que continuam a perpetuar a precariedade do ensino público no Maranhão.
Mais uma vez a educação neste Estado, em particular na rede pública de São Luís, não é tratada com prioridade (como nunca foi), ficando novamente atrás das escolas privadas, que começaram suas aulas no tempo certo e, provavelmente, as concluirão no prazo estipulado.
No fim das contas, tudo isso é papo de "esquerdóide", é tudo "intriga da oposição". Os papéis se inverteram. Quem critica as mazelas sociais deste Estado (e também do município) é que são os verdadeiros "culpados" da calamidade pública que é o IDH maranhense, por não apresentarem soluções.
Enquanto disputas políticas são travadas na camada da estratosfera maranhense, pessoas como Dona Raimunda e sua netinha, que têm os pés afundados na realidade sofrida da educação pública ludovicense (para ficarmos só nesta questão) têm que se contentar em apenas sonhar com dias melhores para seus filhos e filhas.
Aqui, neste torrão da República, as estações sempre mudam, mas parece que tudo permanece como era antes.
Hugo Freitas
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