Sala do Comitê de Imprensa da Assembleia do MA
Acabou-se o que era doce. Pelo menos, em tese. O Comitê de Imprensa da Assembleia Legislativa do Maranhão deliberou pela regularização dos profissionais de comunicação que atuam na cobertura jornalística dos trabalhos realizados na Casa.
Segundo Nota de Esclarecimento, expedida na tarde desta quarta-feira (25), o Comitê de Imprensa da AL reiterou a decisão de restringir o acesso às dependências da Sala de Imprensa especificamente a jornalistas diplomados e regularizados, com inscrição na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) e "indicação de algum órgão de comunicação".
Além disso, todos os assessores de imprensa dos parlamentares terão que realizar um credenciamento para circular no âmbito do Comitê da "Casa do Povo".
De acordo com a Nota, assinada pelo presidente do Comitê de Imprensa da AL, o também blogueiro e jornalista Jonaval Cunha Santos, o objetivo "é dar um mínimo de organização e funcionalidade" à cobertura jornalística feita nas dependências da Assembleia, uma vez que o trânsito de blogueiros e comunicadores de mídias livres e independentes é bastante acentuado, dificultando o trabalho dos profissionais regularizados.
A Nota encerra polemizando e enfatizando o seguinte: "Nada temos contra as mídias livres, mas se todo que adotar um blog for alçado à condição de jornalista profissional será o fim dos cursos de comunicação, dos registros na DRT e da própria profissão de jornalista."
Assim, acaba-se com a farra dos inúmeros blogueiros aventureiros, sem diploma nem regularização profissional, que dão expediente de plantão na Casa em busca de "favorzinhos" dos parlamentares dispostos a pagar para terem veiculadas matérias a favor ou contra correligionários e/ou adversários políticos.
Hugo Freitas
Confira o texto da Nota na íntegra:
COMITÊ DE IMPRENSA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO MARANHÃO
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Em virtude de matéria publicada nesta quarta-feira (25), no blog do Robert Lobato, acusando o Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa do Maranhão de adotar medidas autoritárias e patrocinar a censura no Poder Legislativo, esclarecemos o seguinte:
1 – Não houve qualquer decisão autoritária. Todas as decisões são conseqüência de reclamações dos próprios profissionais que fazem a cobertura da Assembléia Legislativa, que não estavam conseguindo exercer suas atividades no âmbito do Comitê de Imprensa, devido à invasão de um grande número de pessoas que ali se concentravam para assistir às sessões mais comodamente e para bater papo. Além do mais, todas as decisões foram tomadas em Assembléia Geral devidamente convocada pelo presidente e realizada no dia 11 de janeiro de 2012, ocasião em que foi aprovado o Estatuto do Comitê de Imprensa.
2 – O Estatuto do Comitê de Imprensa não obriga a presença, no Comitê, apenas de jornalistas formados, mas exige a inscrição na DRT e indicação de algum órgão de comunicação, um mínimo de cuidado para o exercício pleno da profissão, conforme acontece na maioria dos parlamentos do país.
3 – Não houve qualquer decisão quanto a jornalistas que prestam assessoria de imprensa a parlamentares. No entanto, todos os presentes à reunião da Diretoria de Comunicação com esses assessores são testemunhas de que o presidente do Comitê de Imprensa defendeu e defende o credenciamento desses profissionais e o livre acesso ao Comitê. Portanto, todos os assessores terão direito a credenciamento, seguindo os mesmos critérios adotados aos demais jornalistas.
4 - O que se quer – e essa foi uma postulação de todos os que compareceram à primeira Assembléia Geral - é dar um mínimo de organização e funcionalidade ao Comitê de Imprensa.
5 - Nada temos contra as mídias livres, mas se todo que adotar um blog for alçado à condição de jornalista profissional será o fim dos cursos de comunicação, dos registros na DRT e da própria profissão de jornalista.
São Luís, 25 de janeiro de 2012
Jonaval Medeiros da Cunha Santos
Presidente
"Assim, acaba-se com a farra dos inúmeros blogueiros aventureiros, sem diplomas, que dão expediente de plantão na Casa em busca de 'favorzinhos' dos parlamentares dispostos a pagar para terem veiculadas matérias a favor ou contra correligionários e/ou adversários políticos."
ResponderExcluirIsto é prerrogativa dos jornalistas profissionais!
Isto mesmo, Rogério. A medida tenta limitar o acesso às dependências da Sala de Imprensa da Assembleia apenas para os jornalistas profissionais: diplomados, regularizados e que trabalhem para algum veículo de comunicação "oficial".
ResponderExcluirGrato pela participação.
Quer saber de uma coisa, eu concordo mesmo, com essa medida, é muita gente que faz um blog de fofocas e se acha no direito de atrapalhar o verdadeiro jornalismo! Poxa, quer fazer jornalismo, vamos para uma faculdade, aprender. Se depois de passar por esse processo de aprendizado, não quiser colocar na prática, sinto muito! mas é porque jornalismo não é para todo mundo, é só pra quem sabe!
ResponderExcluirLÍLIA RAQUEL
JORNALISTA, ASSESSORA DE COMUNICAÇÃO E IMPRENSA, INSTRUTORA DE ELABORAÇÃO DE PROJETOS.
E acrescento, Lília: "para quem sabe", e, segundo a Nota, para quem tem diploma e é regularizado.
ResponderExcluirQue esta medida sirva também para os parlamentares que, ao se disporem a pagar por "favorzinhos", alimentam todo um mercado de blogs que nascem, crescem e se reproduzem em busca de "benesses".
Ressalva-se, contudo, que a criação de blogs é gratuita e livre para qualquer pessoa que tenha acesso à internet, sem nenhum tipo de pré-requisito acadêmico ou profissional.
O objetivo da presente medida é tentar restringir o acesso à Sala de Imprensa da AL somente aos profissionais da imprensa, o que atinge diretamente os blogueiros aventureiros, especuladores, chantagistas e mentirosos de plantão, sem nenhum tipo de regularização.
Abraços fraternos, companheira.
Bom dia admirável jornalista Hugo Freitas, eu tenho me perguntado inúmeras vezes, quando vou organizar os meus contatos com escritores de notícias? São tantos, muitas vezes invencionistas! Eu não tenho conhecimento acadêmico, entretanto, gosto de escrever e, paguei para criar um Blog para eu divulgar assunto que julgo não interessar a jornalistas!Amigos Insistem para que eu faça parte de um universo de denuncistas, já existe tantos! Eu sou autor de uma Proposta: Educação Familiar e, a elaborei na condição de fomentador de políticas públicas, existindo uma Lei que proiba fazer eu páro! Abraços. Reinaldo Cantanhêde Lima
ResponderExcluirBom dia Hugo, existem assuntos que eu gostaria de escrever não posso. Você podendo solicito fazer. É sobre internet, quem está prestando os melhores serviços e preços e, com proceder. Quais seriam vantagens sobre encerrar um contra e iniciar outro. Espero tenha entendido. Abraços. Reinaldo Cantanhêde Lima
ResponderExcluirCaro Hugo, tem gente que confunde jornalismo e a liberdade de produzir informação. Existem as prerrogativas e devem ser respeitadas. A outra questão é o malabarismo de alguns... espertos. Deve sim ter restrições. Quem quer ser blogueiro ou entende ou quer militar na produção de informação livre.. não precisa usurpar profissão alheia e nem tentar parecer ser jornalista. Jornalismo implica técnicas específicas, certas habilidades e competências, além de formação.
ResponderExcluirPara quem quer produzir informação livre e difundir ideias na rede há uma infinidade de recursos e rótulos para se filiar...
O jornalismo na rede ou blog de jornalistas chegaram bem depois... os blogues de maiores acesso não são de jornalistas. O campo da informação se diversificou com a convergência de mídias... mas isso não pode servir para alguns barganharem em cima do jornalismo.
É isso...
A polêmica se sustenta justamente em torno da questão que você muito bem aponta em seus argumentos, Francisco.
ResponderExcluirAté onde vai o limite entre produzir/difundir informação e a atividade profissional do jornalista diplomado e regularizado?
Para isso, basta percebermos os argumentos utilizados pelo relator Gilmar Mendes quando a questão do diploma de jornalista foi a julgamento no pleno do STF em 2009: que qualquer pessoa poderia comunicar e publicar informação, sem a necessidade de diploma, que seria um "empecilho à liberdade de expressão", algo não tolerável pela Constituição Federal de 1988.
Infelizmente, a ação desmedida de alguns aproveitadores e aventureiros de plantão põem tudo a perder, manchando a imagem de uma das maravilhas comunicacionais que a tecnologia nos presenteou: o blog.
Abraços fraternos, meu amigo.