"Não podemos colocar a máquina em fadiga", afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad, sobre a realização do ENEM em abril
O ministro da Educação, Fernando Haddad, encontrou um novo culpado para não cumprir a antiga promessa de realizar duas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste ano: a Justiça.
O motivo seria a decisão da Justiça Federal no Ceará, proferida nesta terça-feira (17), que determina que todos os participantes do Enem tenham acesso à correção de suas redações - uma reivindicação de muitos estudantes.
A decisão, vale lembrar, é de primeira instância, e a Advocacia Geral da União (AGU) já anunciou que vai recorrer, representando o MEC. A entrevista de Haddad foi concedida ao programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasileira de Comunicação.
"Não podemos colocar a máquina em fadiga. Há uma questão tecnológica a ser resolvida. É um problema novo que foi colocado e que não é tão simples assim", disse Haddad, que se despede do MEC na próxima semana, transferindo o posto a Aloizio Mercadante.
"Por enquanto, teremos um por ano até que tenhamos fôlego para atender às exigências. A questão está sendo discutida e pode não haver [o exame] em abril", disse Haddad.
No entanto, antes mesmo da decisão da Justiça Federal no Ceará, Haddad já havia colocado em xeque a realização das duas edições do Enem em 2012. No último dia 11, o ministro declarou que Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), autarquia do MEC responsável pelo Enem, enfrenta dificuldades para "dobrar o esforço da realização de uma prova de 5 milhões de pessoas".
A nova orientação do ministro contraria portaria publicada no dia 20 de maio de 2011 no Diário Oficial da União. O texto determinava a realização do Enem "pelo menos duas vezes ano ano", a partir de 2012, e definia até mesmo as datas de aplicação da avaliação federal no primeiro semestre: 28 e 29 de abril.
De acordo com as declarações do ministro nesta manhã (19), a portaria, assinada pela presidente do Inep, Malvina Tuttman, corre sério risco de virar letra morta.
Hugo Freitas
Com informações da revista VEJA
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