domingo, 10 de abril de 2011

Roseana completa Cem Dias de Governo sem nada ter cumprido

Sarney Pai e Sarney Filha

Após afirmar em seu discurso de posse que este seria "o melhor governo de sua vida", Roseana Sarney completa cem dias à frente do Executivo Estadual sem ter cumprido nenhuma promessa de campanha.

Entre as exorbitantes promessas de palanque da governadora está a entrega de 72 hospitais de baixa e média complexidade em todo Estado. Destes, até agora apenas um foi inaugurado, e isso ainda antes da campanha eleitoral de 2010. 

Roseana também enfrenta dificuldades para concluir obras em São Luís, como o PAC Rio Anil, de construção de unidades habitacionais e de um espigão costeiro, na orla da capital.


Principal baluarte de campanha, a parceria com Dilma Rousseff ainda não rendeu à Roseana os resultados esperados, detendo-se apenas à firmação de convênios, o que não é nenhuma novidade já que a governadora, em seus quatro mandatos, sempre moldou sua gestão através do braço forte do governo federal, desde Fernando Henrique até agora.

Das promessas de campanha, nenhuma está em fase de execução. A construção de uma avenida de 7 km em São Luís, com seis faixas de tráfego, nem chegou ao processo de licitação.

Já a chamada "Ponte do Quarto Centenário", com 4 km de extensão, que interligaria a zona periférica à zona nobre de São Luís, bem como uma avenida de 26,5 km, que circularia a cidade como uma espécie de rodoanel, ainda estão na fase de viabilização de recursos.

Sem cumprir o que prometeu, o governo Roseana Sarney tem dedicado mais tempo a resolver problemas. Em março, os policiais civis entraram em greve reivindicando aumento salarial. A paralisação durou 14 dias e terminou após acordo de reajuste de 10%.

Os professores da rede estadual de ensino também paralisaram suas atividades para pressionar o governo a implementar um Plano de Cargos e Carreiras e Salários (PCCS). A greve foi deflagrada no dia 1º de março e já dura mais de 40 dias.

Sem acordo com a categoria, o governo recorreu à justiça para decretar a ilegalidade do movimento, respaldado pela omissão da Assembleia Legislativa do Estado e pela complacência da mídia vendida. 

Obteve êxito tanto por meio de decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) quanto do Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar disso, os professores ainda mantém o movimento, aguardando julgamento de novo recurso que tramita no STF.

Ao que parece, nestes cem dias de governo, Roseana Sarney deve se orgulhar apenas da força que seu sobrenome ainda possui no Maranhão, não no seio da população - haja visto que sua vitória nas eleições de 2010 se deu por menos de 1% de votos, sob suspeita de fraude - mas no interior das instituições que decidem o futuro do Estado, onde os interesses privados se sobrepõem ordinariamente aos interesses do povo maranhense, onde se pode enxergar descaradamente que "propaganda é a arma do negócio", onde finalmente se pode constatar que a força da grana e das relações de compadrios políticos são bem maiores do que a voz rouca das ruas.

Hugo Freitas

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