sábado, 30 de abril de 2011

Cresce o número de brasileiros que moram sozinhos


Segundo o IBGE, aumentou o número de brasileiros que moram sozinhos. São quase sete milhões de residências com apenas um morador. Em 2000, eram pouco mais de quatro milhões. Um impressionante aumento de 73,5%.

O censo de 2010 nos mostra que a população está mais velha, vem crescendo mais devagar, que há mais mulheres que homens e também nos diz que os brasileiros estão mais solitários.

A administradora de empresas Liége Sebalhos tem 35 anos, é bem sucedida profissionalmente e decidida: por enquanto não quer dividir o mesmo teto com ninguém.

“Uma opção minha, eu prefiro morar só. Tenho minhas coisas, faço o que eu quero. Acordo na hora que eu quero. Durmo na hora que eu quero”.

Liége representa bem um dos grupos responsáveis por essa população mais solitária. Gente entre 30 e 40 anos que sai da casa dos pais, mas ainda mora sozinho por um tempo antes de constituir uma família. 

Mas pelo menos outros dois fatores fizeram explodir o número de casas com um só morador: o primeiro é consequência da população mais velha.

“O aumento da população de mais de 60 anos, e é uma população que se divorcia e fica viúvo. E, portanto mora só”, explica a antropóloga da Uerj, Clarice Peixoto.

“Muitas vezes nesses domicílios encontramos predominantemente mulheres, idosas e muitas delas pensionistas”, fala o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes.

O segundo motivo para esta mudança tem raiz econômica. Muita gente deixa a casa dos pais para mudar de cidade atrás de uma vida melhor.

“A população mais jovem que se desloca em busca de melhores oportunidades de estudo e de qualificação profissional, e de trabalho”, diz a antropóloga.

Por imposição da vida, ou por opção de vida, nos últimos dez anos quase três milhões de brasileiros descobriram os prós e os contras dessa vida mais solitária.

“A única desvantagem é que quando acontece alguma coisa você tem que se virar sozinha e a vantagem é que você faz as coisas que você quer no momento em que você quer”, fala Liége.

Sem dúvida, viver sozinho nos dá uma sensação maior de liberdade, de desprendimento. No entanto, a solidão tem seu preço, o de não ter ninguém para conversar, trocar ideias, compartilhar alegrias e tristezas no momento em que elas aparecem. Preço que muita gente, ao que parece, está disposta a pagar.

Hugo Freitas

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