domingo, 4 de outubro de 2015

Rose Sales, "Sarneysistas" e o PV

"... O maior enfrentamento de Rose neste momento deve ser mesmo contra Ricardo Murad, ainda no PMDB, que não dá sinais de que irá abrir mão dessa corrida pela Prefeitura de São Luís".

Por Hugo Freitas

A filiação de Rose Sales ao Partido Verde, controlado no Maranhão pelos descendentes diretos do ex-presidente José Sarney (PMDB/AP), Sarney Filho e Adriano Sarney (neto), pode ser analisada sob duas perspectivas bem nítidas e distintas.

Por um lado, o ingresso da ex-comunista e ex-pepessista nas fileiras dos verdes possibilita a ela disputar o comando de La Ravardière com um significativo capital político. Levando-se em consideração a estrutura partidária fornecida pelo PV, Rose Sales ganha musculatura política suficiente para ampliar seus atuais 6% de intenção de votos, verificados nas pesquisas já realizadas até aqui.

Afinal, o PV é um dos maiores partidos do Maranhão, conta com uma excelente estrutura para disputas eleitorais e, atualmente, possui uma das maiores bancadas da Assembleia Legislativa, com quatro parlamentares.

Adiciona-se a isso a possibilidade concreta do PV montar, a partir da candidatura de Rose, um conjunto de alianças que possam dar a ela um significativo tempo de propaganda no rádio e na TV. Vale lembrar que, a partir de agora, a estrutura midiática da Mirante, a maior do Maranhão, também deverá ser colocada à disposição da "irmã". Todos esses "ingredientes" pesam positivamente na balança eleitoral a favor da pré-candidata a prefeita de São Luís.

Deputado federal pelo PCdoB, Rubens Jr. criticou a "quantidade de sarneysistas" no Governo Flávio Dino

Por outro lado, Rose Sales terá que conviver e lidar com a pecha jocosa, carcomida, porém ainda eficaz no jogo eleitoral local de “sarneysista”. Seus adversários deverão usar e abusar dessa taxonomia que, em termos práticos, não significa mais nada para além de uma arma publicitária ideológica de poder simbólico, haja vista que o próprio PCdoB, partido do governador Flávio Dino, eleito sob a égide de um inflamado discurso “anti-sarneysista”, possui atualmente entre seus quadros uma infinidade de “ex-sarneysistas”.

E a tendência é só de aumentar esse número de “oligarcas” nas fileiras comunistas do Maranhão, via cargos da máquina estadual, algo que foi denunciado na semana que passou pelo deputado federal Rubens Jr (PCdoB), que "ousou" criticar a "quantidade de sarneysistas presentes nos cargos de 3o. e 4o. escalão. E nos municípios".

No cômputo geral, a expectativa maior é saber como Rose Sales irá se “comportar” no novo ninho verde, já que é sabido o temperamento difícil e pouco conciliador da brava lutadora das causas sociais lá das bandas do Anil.

O segundo mandato de vereadora está terminando e Rose deverá apostar todas as fichas na disputa para prefeito visando sair com um bom percentual que lhe garanta barganhar uma secretaria na próxima gestão municipal, seja quem for o vitorioso, visando se cacifar para o pleito de 2018, quando deverá disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Mas o maior enfrentamento de Rose neste momento deve ser mesmo contra Ricardo Murad, ainda no PMDB, que não dá sinais de que irá abrir mão dessa corrida pela Prefeitura de São Luís, e contra quem a edil ludovicense terá que disputar a preferência dos partidos ainda não alinhados ao prefeito Edivaldo antes da dos eleitores no ano que vem.

Mas isso é uma outra história...

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