segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Cortes no orçamento e a possibilidade da UFMA fechar as portas

Natalino Salgado Filho, reitor da UFMA, anunciou que a instituição pode fechar as portas ainda em 2015

Por Hugo Freitas

Participei de uma reunião, na manhã desta segunda-feira (17), na condição de docente da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com parlamentares da bancada federal maranhense, onde o reitor Natalino Salgado, anunciou, para a surpresa e preocupação de muitos, que a instituição pode ser obrigada a fechar as portas neste segundo semestre de 2015.

Na oportunidade, Natalino expôs as dificuldades financeiras da universidade e pediu a ajuda dos deputados presentes e do senador Roberto Rocha (PSB), que falava em nome dos outros senadores maranhenses, Edson Lobão (PMDB) e João Alberto (PMDB), para que conseguissem a liberação de recursos junto ao Governo Federal.

A situação apresentada foi a seguinte: do orçamento previsto para o ano letivo de 2015 da UFMA, o Governo Federal cortou cerca de 50%, algo em torno de R$ 42 milhões. Não bastasse isso, foi contingenciando o restante aprovado, liberando os recursos a conta gotas.

Segundo o reitor, a UFMA necessita de R$ 22 milhões para concluir o segundo semestre do ano. E isso independe da greve dos docentes e técnicos administrativos da instituição, que cruzaram os braços há mais de 40 dias na luta por um reajuste salarial que cubra satisfatoriamente as perdas com a inflação.

Ou seja, mesmo que o movimento grevista chegue ao fim, a UFMA não teria condições financeiras de arcar com o pagamento de servidores e funcionários e teria que suspender suas atividades, até que o Governo honre seus compromissos e libere os recursos que haviam sido acordados.

Ao final da reunião, foi deliberado que uma audiência com os ministros da Casa Civil, da Educação e do Planejamento seria solicitada pela bancada, na figura do deputado federal Pedro Fernandes (PTB), que lidera o bloco, pleito este que contaria com o apoio dos senadores maranhenses.

Participaram do encontro, o líder da bancada maranhense no Congresso Nacional, o deputado Pedro Fernandes (PTB), o senador Roberto Rocha (PSB) e os deputados: Zé Carlos (PT), André Fufuca (PEN), Rubens Jr (PCdoB), Júnior Marreca (PEN), Juscelino Filho (PRP) e João Marcelo (PMDB).

Cortes na Educação da "Pátria Educadora"

Os cortes no orçamento da UFMA, impostos pelo Governo Federal, cujo slogan midiático deste ano é o da "Pátria Educadora", somam-se aos outros cortes impingidos para o setor da Educação.

Ao todo, o Governo já cortou cerca de 70% dos recursos previstos para 2015, em todo o país, incluindo programas, projetos, pagamento de servidores, compra de materiais e manutenção das instituições federais de ensino.

Para se ter uma dimensão da grave situação financeira da "Pátria Educadora", o corte chegou na casa dos 75% no Programa de Apoio à Pós-Graduação (Proap), mantido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), instituição do Ministério da Educação (MEC) responsável por financiar programas de mestrado e doutorado.

Com isso, a produção de conhecimento científico das nossas federais fica estritamente prejudicada, afetando diretamente a qualidade da formação de mestres e doutores, o que pode, inclusive, impulsionar a saída desses recursos humanos para outros países, encontrando guarida e qualificação naqueles menos afetados pela crise.

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2 comentários:

  1. É má gestão que acostumou a receber verbas e apenas gastar, como a torneira esta fechando não sabe gerir o que entra pois temos uma maquina ineficiente graças a má gestão que não se interessa em Ensino de Qualidade, e sim apenas em fazer propaganda... Parece quer usar como trampolim para ser candidato a algum cargo eletivo como prefeito e alguma cidade... Não sabe gerir e não tem humildade de procurar ajudar e quer justificar todos os problemas aos cortes de verbas... Muito simplório, algo que engana os mais desavisados...

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    1. Seu argumento teria validade se os cortes profundos no orçamento da Educação brasileira como um todo fossem restritos à UFMA. O que não é. A situação financeira da nossa Universidade é similar à de muitas outras.

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Grato pela participação.