quinta-feira, 3 de maio de 2012

EXPLICANDO O FATO: NOVAS REGRAS DA POUPANÇA




Fique atento, prezado leitor. A redução do rendimento nas cadernetas de poupança, que será anunciada dentro em breve pelo governo federal, atende a uma lógica estratégica que pretende impedir uma corrida dos investidores a esta modalidade de investimento (a poupança) por causa da baixa dos juros no mercado financeiro, mantendo assim um certo equilíbrio nas zonas de investimento no país (títulos, dívidas públicas, ações de empresas, etc.).

De acordo com o governo, as novas regras só irão afetar as novas cadernetas e os novos depósitos. Quem já tem poupança (com depósitos efetuados até o dia 03/05/12), continua com o mesmo rendimento, algo em torno de 0,5% ao mês. Contudo, os novos depósitos deverão ser corrigidos pelas novas taxas, o que irá reduzir os rendimentos.

Funciona assim: novos depósitos na poupança serão submetidos à taxa básica de juros da Selic. Se esta for acima de 8,5%, o rendimento continua o mesmo. Se for igual ou abaixo de 8,5%, o valor depositado diminui em ganhos. A taxa atual da Selic é de 9% ao mês.

Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em coletiva no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (03), a política de redução de juros está atrelada às mudanças nas regras das cadernetas. Sem as mudanças, a redução das taxas de juros do país se tornaria inviável. “A economia continuaria praticando taxas mais elevadas; portanto, inviabilizaria redução da taxa de juros no Brasil”, disse.

A medida provisória que regulamenta a alteração entra em vigor a partir desta sexta (04). A caderneta de poupança continua isenta de imposto de renda.

Atualmente, os bancos acumulam 430 bilhões de reais depositados em cerca de 100 milhões de contas de poupança de todo o país.

Trocando em miúdos, leitor poupador, se se ganha de um lado com a redução dos juros nos cartões de crédito e no cheque especial, por exemplo, por outro os rendimentos da poupança se tornam menores à medida que a taxa básica de juros da Selic for diminuindo, a partir de 8,5% ao mês.

A atual postura da política econômica do governo Dilma, que deve manter essa tônica de redução ao longo do ano, atende ao próprio comunicado oficial da presidenta, que em pronunciamento veiculado no rádio e na TV, no último dia 30 de abril, cobrou dos bancos uma postura menos "perversa", já que o sistema financeiro brasileiro "é um dos mais sólidos e lucrativos", o que não justifica portanto possuir "os juros mais altos do mundo", que pulverizam o impulso na produção e no consumo.

Hugo Freitas

Confira o trecho do pronunciamento da presidenta Dilma, onde cobra uma postura menos "perversa" dos bancos:






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