segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

INFANTICÍDIO: Prefeito Léo Coutinho irá responder na Justiça pela morte de cerca de 150 bebês em Caxias

Justiça determinou a solução imediata dos problemas que levaram a óbito cerca de 150 recém-nascidos na única maternidade de Caxias, denominada de Carmosina "Coutinho"

O juiz da Infância e da Juventude de Caxias, Antonio Manoel Araújo Velôzo, determinou ao Município, “por seu representante legal, a imediata solução de todas as não conformidades detectadas pela Vigilância Sanitária Estadual através do Relatório de Inspeção Sanitária na Maternidade Carmosina Coutinho".

No documento, o magistrado estipula ainda multa pessoal diária de R$ 5 mil ao prefeito do Município, Leonardo Barroso Coutinho, para o caso de descumprimento da decisão.

Léo Coutinho, como é conhecido, é sobrinho de Humberto Coutinho, casado com a recém-ex-deputada estadual Cleide Coutinho, atual presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão e chefe da "oligarquia Coutinho" que controla, há décadas, a cidade de Caxias.

A decisão atende à Ação Civil Pública com Pedido de Antecipação dos Efeitos da Tutela interposta pelo Ministério Público Estadual em face do Município de Caxias de modo a que sejam solucionadas imediatamente as irregularidades apontadas no Relatório de Inspeção Sanitária realizada pela Vigilância Sanitária Estadual na maternidade.

Entre as exigências sanitárias constantes do relatório, a “contratação de pessoal especializado - a exemplo de médico pediatra com área de atuação em neonatologia para responsável técnico na UTIN”; enfermeiro e fisioterapeuta especialistas em terapia intensiva ou outra especialização relacionada à paciente grave (neonatal); equipamentos; capacitação de pessoal e outras.

Vale ressaltar que a maternidade Carmesina "Coutinho", que estampa a "grife" de uma das mais longevas oligarquias do Maranhão, é a única da cidade de Caxias.

Léo Coutinho, sobrinho de Humberto Coutinho (de camisa vermelha), que é esposo de Cleide Coutinho (ex-deputada estadual, de blazer preto)

Mortalidade de recém-nascidos

Entre as considerações para a antecipação da tutela, o juiz ressalta a situação de manifesta gravidade comprovada pelos documentos que instruíram o processo e que “dão conta de diversas desconformidades que, de um modo ou de outro, estão elevando o índice de mortalidade fetal e neonatal naquela unidade”.

Na decisão, o magistrado afirma: “a rigor, se as exigências sanitárias não forem imediatamente cumpridas, os índices de mortalidade neonatal e fetal naquele nosocômio continuarão elevados, porquanto cabalmente demonstrada a manifesta relação de causalidade entre as deficiências apontadas nos diversos relatórios anexados aos autos e o grande número de mortes das crianças naquela maternidade”.

Velôzo destaca ainda o maior fator de óbitos neonatais no estabelecimento apontado pelo relatório da Vigilância Sanitária – a Doença da Membrana Hidalina, também conhecida como Síndrome da Angústia Respiratória (SAR), responsável por 27% dos eventos fatais.

“Tem-se uma situação de urgência, uma corrida contra o tempo em busca da vida, necessitando de recursos hospitalares para enfrentar esses graves problemas naquela instituição, capaz de atender aos direitos dos pacientes em sua maioria crianças”, conclui o juiz.

Léo Coutinho afirmou que o repórter do CQC estava a serviço dos seus "adversários políticos"

A tragédia em Caxias virou destaque nacional a partir de denúncia do "Jornal da Band", no horário nobre, e, em seguida, por uma sequência de reportagens do semanal "CQC", ocasião em que o prefeito Léo Coutinho, ao ser interpelado pelo repórter Oscar Filho, tratou a morte dos bebês como (pasmem!!!) "disputa política" (REVEJA AQUI).

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