sexta-feira, 9 de março de 2012

UFMA: OS PROBLEMAS DO PRÉDIO PAULO FREIRE

Carta Aberta à Comunidade Acadêmica

Nós, alunos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), inconformados com a atitude tomada pelo Conselho de Centro do CCH e pelo Reitor Natalino Salgado, viemos por meio deste denunciar o que está acontecendo, e cobrar explicações e soluções.

Inicia-se este semestre com a – péssima – notícia de que alguns períodos de cada curso do Centro de Ciências Humanas deveriam ser relocados para o prédio Paulo Freire.

Mais uma vez, as decisões se estruturam em esferas superiores, e de lá não saem para serem discutidas com a comunidade acadêmica, são repassadas quando já estão homologadas, quando o martelo já foi batido na mesa, quando o último papel recebeu a assinatura do superior.

Quem somos dentro da Universidade? Esqueceram que somos parte ativa, e que temos voz? De quantos decibéis terão que ser nossos gritos para que eles sejam ouvidos? A universidade é um espaço que não deve limitar-se a uma formação quantitativa: notas, certificados, horas em eventos, diplomas, currículos.

Obviamente não estamos negando a importância de tais elementos, mas o espaço universitário deve ser um ambiente de formação humana, de produzir profissionais competentes não só em suas habilidades técnicas, mas em habilidades morais, políticas, entre outras. E construções como essa, só são possíveis quando há espaço para discussão de ideias, de colocação de questionamentos e opiniões. Universidades que se preocupam apenas em construir estruturas de cimento, esquecem de alicerçar seu arcabouço de gente.

O Paulo Freire é um prédio ainda em construção, assim como outras intermináveis obras da UFMA, e que foi inaugurado antes mesmo que houvesse as mínimas condições viáveis de uso do mesmo, pois a obra não está concluída. Uma atitude de extrema irresponsabilidade perante os professores e alunos, que acabam obrigados a frequentar um local sem acessibilidade para deficientes físicos, cheio de poeira e poluição sonora, dentre outros problemas, como infiltrações, etc.

Esta atitude autoritária foi imposta sem o mínimo debate com o corpo discente, e perante o argumento de que deveríamos “dividir o ônus” - por isso não seria levado um ou outro curso, mas um pouco de cada.

Queremos dizer que não concordamos com isso, pois achamos que o ônus dessa expansão irresponsável e sem qualidade, que sofre a UFMA e diversas outras universidades do Brasil, deve ser de responsabilidade apenas dos que a propuseram e dos que a conduzem. Se no exato momento não há espaço para a instalação de quatro salas de pós-graduação em história no CCH – por exemplo-, que elas esperem as intermináveis construções ficarem prontas para, só após, serem instaladas. O que não admitimos é sofrermos as consequências dessa expansão irresponsável e sem qualidade, que hoje nos é imposta.

O grande Paulo Freire, se pudesse se expressar neste exato momento, provavelmente seria mais um a engrossar as fileiras dos indignados com mais esse deplorável incidente da UFMA.

Está mais do que óbvio que aquele prédio não atende às necessidades físicas e pedagógicas exigidas pela vida acadêmica.

Centro Acadêmico de Ciências Sociais - UFMA
São Luís - MA, 07 de Março de 2012.

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