domingo, 18 de maio de 2014

EDUCAÇÃO DE SÃO LUÍS: ENTRAVES E AVANÇOS

"Geraldo & Edivaldo", aliança que rende frutos na rede pública de ensino da capital maranhense

Por Hugo Freitas

A Educação pública de São Luís vive um de seus momentos mais complexos. E isto por conta dos contrastes presentes na rede municipal de ensino.

Ao mesmo tempo em que se enfrenta os graves problemas estruturais das escolas municipais, agravadas com as fortes chuvas que desabam na capital maranhense, e a decretação de greve geral aprovada pelos professores prevista para ter início esta semana, a Educação avança em pontos importantes, quando comparada com as gestões anteriores.

Um dos primeiros aspectos a se destacar é a ampliação da rede de ensino através do seletivo dos professores. No início do ano, foram nomeados 650 novos professores, aprovados no processo seletivo realizado pela Prefeitura de São Luís, o que assegurou a presença de mais docentes nas salas de aula, que padeciam com a carência de profissionais em algumas disciplinas, como Matemática, Física e Química. E há ainda a previsão de um concurso público para ser realizado este ano.

Bom explicar que, mesmo em anos eleitorais, não há nenhum impeditivo jurídico para a realização de concursos no país. As ressalvas são em torno das "NOMEAÇÕES", que devem se processar até 3 meses antes ou 3 meses depois do dia das eleições.

Outra medida adotada pela Prefeitura, colocada em prática pelo titular da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Geraldo Castro Sobrinho, é a gestão informatizada de matrículas, que ajudará as escolas da capital a disponibilizarem informações digitalizadas sobre os trâmites estudantis, como a consulta por disponibilidade de vaga em unidades de ensino próximas das casas dos alunos. Com isso, evita-se também transtornos como a duplicidade de matrículas.

Capacitação continuada de professores, construção de novas creches e escolas e instalação de bibliotecas na zona rural da capital são algumas das grandes conquistas na Educação pública de São Luís

Pode-se citar ainda a formação continuada e capacitação profissional dos docentes, construção de novas creches e escolas, distribuição de 15 mil livros para a Educação Infantil, instalação de 30 minibibliotecas na zona rural da capital, dentre outras ações, como uma demonstração nítida dos importantes avanços conquistados pela dupla Geraldo e Edivaldo no comando da Educação pública de São Luís.

Dupla essa que mais parece dupla sertaneja, "Geraldo & Edivaldo", tamanha é a sonoridade prosódica dos nomes :) e a sintonia fina em que asseguram conquistas significativas para a rede de ensino.

Soma-se a isso tudo a entrega de 44 ônibus climatizados para transporte escolar, além dos que já existiam na Semed, que melhorou a vida das crianças no deslocamento de suas casas até às unidades de ensino.

Não custa lembrar que os professores da rede municipal receberam um aumento de 9,5% em 2013, quando da última greve da categoria. Os mesmos profissionais reivindicam em 2014 um reajuste de 20%, algo fora da realidade educacional brasileira. Como a Prefeitura alegou falta de recursos e apresentou uma contraproposta com apenas 8,32%, divididos em duas parcelas, como vem sendo trabalhado nacionalmente, os docentes decidiram, em Assembleia, dar início a um novo movimento grevista, por tempo indeterminado (confira aqui).

Nas gestões anteriores, principalmente na do ex-prefeito João Castelo (PSDB), tanto alunos quanto professores não tiveram muito a comemorar. Não havia diálogo com os pais das crianças, muito menos com os docentes em suas reivindicações. Avanços, então, nem pensar. Ainda assim, há quem deseje ver Castelo como senador do Maranhão. Mas isso é assunto para um outro post.

Por ora, creio que com o início desta nova greve, infelizmente, só teremos a lamentar. Perdem os professores, perdem os alunos e, principalmente, perde a sociedade ludovicense, que verão seus filhos com uma formação muito mais precária, deficitária e retardatária (calendário de aulas atrasado), cujas implicações serão a manutenção e reprodução dos péssimos indicadores sociais, enevoando o já nublado futuro das novas gerações de maranhenses.

Que o diálogo e o bom senso prevaleçam sempre e que a melhoria da Educação de nossas crianças esteja acima de qualquer disputa.

Acompanhe o Blog do Hugo Freitas pelo Twitter e Facebook

3 comentários:

  1. Até que enfim alguém fez uma análise boa dos fatos. Essa greve é mesmo necessária? Eles não tiveram um aumento enorme no ano passado? Aí o problema fica para as crianças, que ficam pelas ruas, sem aula...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. "O problema fica para as crianças, que ficam pelas ruas, sem aula..."
      Infelizmente, Eivaldo, essa é a realidade da Educação maranhense quando há greves.
      A questão é grave por conta da reivindicação de 20% dos professores, algo fora da realidade do sistema educacional brasileiro e dos cofres públicos da capital, tendo em vista que já houve um aumento de 9,5% para os profissionais do magistério no ano passado.
      Outras categorias do funcionalismo público de São Luís quando obtêm aumento em seus vencimentos, coisa rara de se ver, não chega à casa dos 3%. Vide exemplo dos concursados aprovados em 2007, ainda na gestão de Tadeu Palácio. Os salários destes, em termos líquidos, não chega ao valor de um salário mínimo.

      Excluir
  2. Nomeado para a Semed é um dos envolvidos no caso dos combustíveisPM Costa 02/11/2013 Nomeado para a Semed é um dos envolvidos no caso dos combustíveis2013-11-02T08:39:42+00:00 Geral No Comment
    Geraldo Castro assumiu comando da Educação após forte pressão do PCdoB e de Flávio Dino.

    O Partido Comunista do Brasil (PCdoB), chefiado no Maranhão pelo presidente da Embratur, Flávio Dino, ganhou a queda de braço contra o ex-deputado estadual Edvaldo Holanda (PTC), pai do prefeito Edvaldo Holanda Júnior (PTC), e emplacou o novo secretário da Educação do município, o suplente de vereador Geraldo Castro Sobrinho (PCdoB), que substitui Allan Kardec, demitido no fim da semana passada.

    Castro vinha ocupando uma pasta secundária na Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (Semurh) e, durante os 10 primeiros meses da atual gestão, ele só foi notícia uma vez, quando apareceu no rateio dos 30.726 litros de óleo diesel, estranhamente comprados em 3 meses pela Blitz Urbana num posto de combustível de empresa intimamente ligada à vida política do prefeito Holanda Júnior. Só na cota do novo titular da pasta da educação saíram 844 litros de combustível, através de 15 notas de abastecimento, quase todas de tanque cheio, cinco delas liberadas em fins de semana.

    O escândalo da compra de combustíveis em quantidade exagerada no posto Candilhe Brandão, cuja família proprietária ocupa pelo menos três cargos de alto escalão na Prefeitura de São Luís, não gerou nada em termos de medidas de apuração interna, sequer nota de esclarecimento e, muito menos, de contestação da farra de combustíveis com dinheiro do contribuinte.

    Geraldo Castro Sobrinho, que chegou a sacar duas notas de tanque cheio numa sexta-feira, tem a proteção direta do chefe do PCdoB maranhense, Flávio Dino, de quem foi contador na campanha de governador em 2010, quando fechou as contas sem incluir o helicóptero cedido pelo pecuarista Dedé Macedo, íntimo de Dino, sem nenhuma consequência jurídica para o candidato derrotado ainda em primeiro turno.

    São Luís a Paris – Os mais de 840 litros de combustível retirados da Blitz Urbana por Geraldo Castro, em apenas 85 dias, saíram como se fossem para a caminhonete S-10 de placa NNC-1926. Há, no entanto, a possibilidade de ter ocorrido abastecimento de outros tanques, provavelmente de carros não oficiais, uma vez que num mesmo dia, duas notas de tanque cheio foram emitidas. Isso aconteceu em duas ocasiões, no dia 8 de março (uma sexta-feira) e 17 de abril (uma quarta-feira). Nas duas oportunidades, o carro utilizado por Castro voltou a receber notas de tanque cheio apenas quatro dias depois.

    Nomeação enfrentou resistências

    Geraldo Castro (PCdoB) somente conseguiu chegar ao comando da Secretaria Municipal de Educação (Semed), após intensa pressão imposta por Flávio Dino (PCdoB) ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC).

    Edivaldo resistiu em entregar novamente o comando da pasta aos comunistas, mas acabou cedendo, por causa de um acordo firmado com Flávio em 2012.

    Para o posto foi cogitado efetivar a secretária adjunta Kariádine Maia, do PDT, ou mesmo elevar um nome do próprio PCdoB que não tivesse ligações com Dino, a exemplo do vereador professor Lisboa, mas a ideia não foi seguida, porque Dino não aceitou ceder o espaço para outros.

    (OEstadoMaranhao)

    ResponderExcluir

Grato pela participação.