Por Hugo Freitas
Nunca antes na história política do
Maranhão foi tão necessária uma "terceira via" ou "via
alternativa" (como queiram) para por fim à hegemonia política do
"sarneysismo" e ao fortalecimento de um "anti-sarneysismo"
formado por dissidentes da "oligarquia sarney" que, em síntese, não ultrapassam o inócuo debate "situação x oposição".
De um lado, o grupo governista coordenado de dentro do Palácio dos Leões pelos caciques do PMDB, que contam com
a cumplicidade e sustentação política do PT maranhense, tendo na figura do senador Lobão Filho o mais significativo exemplo do poder originário das famílias de políticos que se revezam no comando do Maranhão.
Do outro, um candidato que de
"comunista" só tem a legenda (PCdoB), haja vista a união de Flávio
Dino com figuras antes consideradas "retrógradas" e
"atrasadas" pelo mesmo pseudo-comunista.
Dentre tantos, destaca-se o
ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), eleito em 2002 com as bênçãos e o
apadrinhamento dos próceres do "sarneysismo" e que é considerado o "padrinho político" de Flávio (confira aqui);
Raimundo Cutrim
(PCdoB), ex-secretário de Segurança e um dos braços direitos de Roseana Sarney; hoje, filiado ao mesmo partido de Dino (leia aqui);
José Vieira (PROS), um dos
"oligarcas" que sempre estiveram (e ainda estão) do lado dos
latifundiários e contra os produtores agrícolas maranhenses como defensor e
promotor do agronegócio no Maranhão;
Weverton Rocha (PDT), que responde na
Justiça Federal nada mais, nada menos, que sete processos impetrados por
corrupção, fraude em licitações e, (pasmem!), desvios de colchões e materiais
doados durante as enchentes que afetaram diversas populações do interior do
estado, alguns anos atrás (confira aqui);
e, mais recentemente, o famigerado João Castelo
(PSDB), o prefeito que transformou São Luís num "CAOStelo" durante os
quatro anos que comandou a prefeitura da capital, entregando a mesma para o
atual gestor municipal sem ter pago os salários dos funcionários (dezembro e
13o. salário) e com um rombo nos cofres públicos que beirou a casa de um bilhão de reais. Atualmente, Castelo é candidatíssimo ao
Senado Federal e apontado como líder de todas as pesquisas já realizadas até
agora (leia aqui).
Ainda assim, levantamentos recentes apontam que mais
da metade da população maranhense ainda não tem candidato definido (veja aqui), justamente
por conta da bipolarização entre os que defendem o grupo sarney e os que se
posicionam contra ele, sendo os últimos, em sua maioria, dissidentes da
"oligarquia" que comanda o estado há quase cinco décadas.
Muitos ainda se perguntam:
"Afinal, por que PSOL e PSTU não se aliam para preencher esta lacuna
reivindicada pelos eleitores que não votam nem em Lobão Filho e nem em Flávio
Dino?". Juntos, como já pontuei, esses dois partidos não chegam a 5% das
intenções de voto (confira aqui).
Quadro esse que interpreto como falta
de organização político-midiática, desunião com as demais siglas partidárias não
alinhadas às duas principais candidaturas, prevalência de individualidades intra-partidárias,
exacerbado "romantismo ideológico revolucionário" e falta de visão
holística e crítico-reflexiva sobre o processo eleitoral brasileiro como um
todo.
Mas se, por um lado, todos esses aspectos
somados criam rusgas internas entre os membros de partidos mais à esquerda, por
outro impedem a costura de acordos e alianças em prol apenas da prerrogativa do
"poder pelo poder", de se chegar ao comando político do Maranhão a
qualquer custo e sob quaisquer circunstâncias, tal como parecem sinalizar os
dois principais candidatos da corrida eleitoral estadual.
No fim das contas, o fortalecimento do
"anti-sarneysismo" no Maranhão significa a manutenção dos dissidentes
da "oligarquia sarney" no poder. E as alternativas para o povo
maranhense se tornam cada vez mais escassas.
Por isso, partidos e coletivos
políticos (como o Rede Sustentabilidade, por exemplo, que deve se tornar partido oficialmente a partir de janeiro de 2015) podem e devem preencher essa lacuna tão reivindicada pela população do Maranhão.
Parafraseando Karl
Marx: REDE, PSOL e PSTU, UNI-VOS!!!
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