Edivaldo e sua equipe de secretários em reunião com manifestantes na sede da Prefeitura de São Luís
Por Hugo Freitas
É de causar espanto e admiração as
formas distintas como as administrações públicas da capital maranhense e do
Estado do Maranhão enfrentam os problemas relativos às suas respectivas
populações.
Enquanto o prefeito de São Luís,
Edivaldo Holanda Júnior, retorna de Brasília um dia após ter se reunido com a
presidente Dilma Rousseff para a discussão dos 5 pactos propostos pela chefe do
Executivo federal em prol da melhoria dos serviços públicos do país, e já
coloca em pauta uma reunião com lideranças das manifestações que locupletam a
capital maranhense, a governadora Roseana Sarney Murad permanece na capital federal,
sabe-se lá fazendo o quê.
Aliás, parece até que a "agenda de
trabalho" da governadora do Maranhão é um segredo guardado a sete chaves. Desde
que a onda de protestos se espalhou por todos os cantos deste país e chegou a
São Luís e aos mais recônditos municípios maranhenses, não se viu nem se ouviu
um pronunciamento de Roseana, uma fala sequer, uma vírgula que seja sobre os
protestos populares que pipocam em todo o Estado.
Roseana Sarney permanece em Brasília, "evitando" as manifestações do povo
Pelo contrário, a governadora insiste
em virar a cara para o clamor que vem das ruas, em se fazer inerte e permanecer
em silêncio, num manifesto ato de desrespeito com o povo maranhense e de
desinteresse por suas legítimas reivindicações.
A reunião de Edivaldo com uma comissão
formada pelos manifestantes dos movimentos “Vem Pra Rua São Luís”, “Acorda Maranhão”, "Acorda São Luís", "Nossa São Luís", dentre outros, se
transformou num ato simbólico que marca positivamente a sua gestão, digna de
cobertura até mesmo pelo canal de comunicação de propriedade da família da
governadora, a TV Mirante, o que deve ter surpreendido a muitos, inclusive este
vosso interlocutor, prezado leitor.
Imprensa ludovicense presente na reunião de Edivaldo com manifestantes, inclusive a Mirante
Na ocasião, o prefeito assumiu o compromisso de implantação do Conselho Municipal do Transporte Público em São Luís com participação de membros da sociedade civil organizada, o que irá propiciar transparência no cálculo da tarifa de ônibus da cidade, assim como discutir a questão da abertura de licitação para a exploração do serviço de transporte coletivo na capital para novas empresas.
Além disso, estudos serão feitos para dar um destino ao VLT, que se encontra abandonado no Terminal da Praia Grande, bem como sobre a implantação de ciclovias, Bilhete Único, melhorias dos ônibus (conforto e segurança) e da malha viária urbana, entre outras reivindicações apresentadas pelos representantes dos movimentos presentes na reunião.
Foi assistindo ao noticiário televisivo “mirantiano” que tomei conhecimento da permanência de Roseana em Brasília, através da leitura de uma nota emitida pela Secretaria de Comunicação do Governo do Estado, a qual afirma, tácita e simploriamente, que “a governadora sempre esteve aberta ao diálogo com os manifestantes”.
Além disso, estudos serão feitos para dar um destino ao VLT, que se encontra abandonado no Terminal da Praia Grande, bem como sobre a implantação de ciclovias, Bilhete Único, melhorias dos ônibus (conforto e segurança) e da malha viária urbana, entre outras reivindicações apresentadas pelos representantes dos movimentos presentes na reunião.
Foi assistindo ao noticiário televisivo “mirantiano” que tomei conhecimento da permanência de Roseana em Brasília, através da leitura de uma nota emitida pela Secretaria de Comunicação do Governo do Estado, a qual afirma, tácita e simploriamente, que “a governadora sempre esteve aberta ao diálogo com os manifestantes”.
Parece brincadeira, mas esta é a
primeira vez que o governo estadual se pronuncia oficialmente sobre os
protestos que fervilham em todo o Maranhão há quase duas semanas. Uma simples nota lida no jornal.
Momentos históricos como estes que
sacudiram (e ainda sacodem) o povo brasileiro e, também, o maranhense (confira aqui), requerem
dos governantes maior sensibilidade e atenção ao brado que emana das
ruas, uma vez que é a sua própria ineficiência enquanto "gestores públicos" (prefeitos e
governadores) e a precariedade dos serviços públicos oferecidos que estão sendo
colocados contra a parede e exigidas melhorias concretas e efetivas que
contemplem toda a população, e não apenas um punhado dominante da sociedade.
Ainda que os frutos a serem colhidos
não venham de forma tão imediata como se deseja, mas muito mais a médio e a
longo prazo, especialmente no tocante à questão da mobilidade urbana em São
Luís, uma das principais bandeiras de luta levantadas pelas manifestações na
capital, o prefeito Edivaldo finca sólidas raízes à frente de sua gestão e de
aceitação perante a população ludovicense, pelo menos no quesito "diálogo".
O mesmo já não se pode dizer da
governadora Roseana Sarney, que teima em fingir que nada de novo acontece no
Maranhão, mantendo assim uma postura antirrepublicana e antidemocrática, de
indiferença e de pouca afeição às críticas que vêm das ruas e aos anseios do povo maranhense.
Roseana Sarney, postura antidemocrática não resolve nada, só aumenta a revolta da população