quarta-feira, 13 de abril de 2016

O Fator Castelo

Primeiro cenário estimulado:
Eliziane 21,9% - Edivaldo 16,3% - Castelo 15,6%

Por Hugo Freitas

Em que pese o alto índice de rejeição do deputado federal João Castelo (PSDB), segundo colocado nesse quesito na corrida sucessória pelo comando da Prefeitura de São Luís, de acordo com a pesquisa Escutec divulgada na segunda-feira (11), o seu posicionamento nas eleições municipais de outubro poderá ter peso significativo na balança política da capital.

Em todos os cenários estimulados em que aparece seu nome, Castelo rivaliza com seus principais adversários, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) e a deputada federal Eliziane Gama (PPS). Considerando-se a margem de erro de 3% da pesquisa para mais ou para menos, o tucano está empatado tecnicamente com o pedetista e apenas a 6 pontos percentuais da pepessista.

Segundo cenário estimulado:
Eliziane 22,1% - Castelo 15,7% - Edivaldo 15,5%

Isto confere ao ex-prefeito um plus na disputa por La Ravardière, ainda que ele não entre, de fato, na arena eleitoral. Como é sabido, Castelo foi derrotado em 2012 por Edivaldo muito mais por conta de sua péssima administração, que lhe rendeu um alto índice de rejeição; à época, em torno dos 33%. Hoje, o tucano está atrás apenas do prefeito Edivaldo, cujo índice de rejeição circunda na casa dos 40%.

Desse modo, apesar de não ter feito ainda nenhuma declaração mais contundente sobre suas intenções de disputar a Prefeitura de São Luís, Castelo pode se constituir no fiel da balança eleitoral ludovicense. Estando na corrida sucessória, o tucano ameaça a polarização entre Eliziane e Edivaldo. Fora dela, ele abre espaço para a emergência mais vigorosa de outros candidatos com significativo potencial de crescimento na preferência do eleitorado. São os casos de Bira do Pindaré (PSB), Rose Sales (PV), Fábio Câmara (PMDB) e Wellington do Curso (PP).

Terceiro cenário estimulado, sem a presença de João Castelo:
Eliziane 23,5% - Edivaldo 16,3%

Quarto cenário estimulado, sem a presença de João Castelo:
Eliziane 23,9% - Edivaldo 16,3%

Quinto cenário estimulado, sem a presença de João Castelo:
Eliziane 26,4% - Edivaldo 16,9%

Nessa perspectiva, sendo ou não candidato a prefeito da capital, Castelo possui densidade eleitoral suficiente para abrir canais de negociação tanto com os líderes das pesquisas quanto com aqueles que emergem de forma incisiva na disputa.

Talvez, por isso mesmo, aqueles que em outras eleições consideravam Castelo "inimigo a ser combatido", inclusive denunciando-o na Justiça por ter deixado um "rombo" de cerca de 1 bilhão de reais nos cofres de São Luís durante a sua gestão (2009-2012), passaram a tratá-lo como "honrado aliado", tudo em nome de uma vitória nas urnas.

Seja como for, em tempos de crise de representação, de escândalos de corrupção e de processo de impeachment da presidente da República liderado pelos seus outrora aliados, acordos de novos personagens com a velha guarda da política local podem até angariar algum quantum, no tocante a maior tempo de propaganda no rádio e na TV e de aquisições de "feudos eleitorais" por meio de "lideranças", mas crava de modo certeiro um punhal no coração de boa parte dos eleitores que ainda alimenta a esperança de votar em representantes políticos compromissados com o desenvolvimento humano e social do povo que intentam governar.

A rejeição de Edivaldo, mostrada pela pesquisa Escutec, está aí para certificar que o discurso do "novo" e da "mudança", esculpido sob a égide das velhas oligarquias que dominam politicamente São Luís há décadas, não possui efeito concreto a longo prazo se não estiver coadunado a novas práticas eleitorais, à mudança de cultura política e ao sentimento popular que vem das ruas, sob o risco da única mudança efetiva ser apenas o resultado das urnas.

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