sábado, 12 de março de 2016

Sobre as Manifestações deste domingo, 13 de março

Existe o temor de que neste domingo (13) se repitam os fatos ocorridos no último sábado (05), na Praça Maria Aragão, em São Luís, quando militantes pró-PT furaram um boneco do ex-presidente Lula e entraram em confronto com manifestantes e policiais.

É neste domingo! O dia que pode decretar um estado de "guerra civil" no Brasil e/ou entrar para a história como o início do fim de um mandato presidencial. Pelo menos, esse é o temor que paira sobre muitos.

Historicamente, a derrubada do presidente João Goulart, também conhecido como "Jango", em 31 de março de 1964, por meio de um Golpe Civil-Militar deflagrado pelas Forças Armadas com amplo apoio das forças conservadoras (Igreja Católica antes do AI-5 de 68, barões da mídia, banqueiros e empresários, até mesmo "bons católicos" presentes à "Marcha Com Deus pela Liberdade") é o exemplo mais sintomático do poder que estes setores exercem sobre os rumos do Brasil.

O pedido de prisão preventiva do ex-presidente Lula, ocorrido na última quinta-feira (10) pelo Ministério Público de São Paulo, bem como o pedido de impeachment da presidente Dilma que tramita no Congresso reforçam o peso político que estes setores ainda possuem para determinar quem governa o Brasil e como deve ser governado.

Com o desejo de me manifestar livremente sobre o assunto e apenas para tecer breves comentários sobre as manifestações organizadas e agendadas por forças de oposição ao Governo Dilma Rousseff (PT) para este domingo, dia 13 de março de 2016, 52 anos depois do Golpe de 64, ressalto aqui um pronunciamento realizado nesta semana, no plenário da Assembleia Legislativa do Maranhão, pelo deputado estadual Wellington do Curso (PPS).

Durante sua fala, o parlamentar reforçou o pedido de implantação do Plano de Acompanhamento das Manifestações, demonstrando preocupação quanto aos atos do Movimento “Pró-impeachment”.

O motivo da preocupação do parlamentar assenta-se sobre os fatos ocorridos no último episódio das manifestações em São Luís, sábado passado (05), que resultou em atos de vandalismo e violência.

Na ocasião, militantes pró-PT furaram com facas e estiletes um boneco do ex-presidente Lula (ver foto no topo do texto), vestido de presidiário, que foi inflado por manifestantes anti-PT na Praça Maria Aragão, em São Luís. Resultado: deflagrou-se um confronto entre manifestantes e militantes, pessoas ficaram feridas, incluindo um policial, e outras foram algemadas e levadas para a delegacia.



Fotos registradas por diversas pessoas que testemunharam os atos de vandalismo e violência ocorridos na Maria Aragão, no último dia o5/03

O agravante disso tudo é que tais atos tiveram a participação de secretários do Governo do Maranhão e da Prefeitura de São Luís.

Márcio Jardim (PT), secretário de Esportes do Governo Flávio Dino (PCdoB), discute com policial, que lhe aponta arma

Marlon Botão (PT), secretário de Cultura do prefeito Edivaldo Jr. (PDT), também foi flagrado na confusão

Ao reforçar o pedido de acompanhamento das manifestações por parte do estado, já manifestado em outros pronunciamentos na Assembleia, Wellington afirmou que é essencial que o direito à livre manifestação seja assegurado, pautando-se na segurança, na pacificação e, principalmente, na garantia das liberdades democráticas.

Deputado Wellington (PPS) também receia que novos atos de violência aconteçam nas Manifestações deste domingo (13)

“Indo na contramão do que nossa Constituição Federal assegura, o direito à livre manifestação de pensamento ainda enfrenta aquilo que se pode compreender como censura. Quem afirma isso não sou eu, mas a população. Os cidadãos que, ao exercerem um direito que lhes é assegurado, encontraram atos de violência como respostas. Eis um cenário que nos preocupa, principalmente ante as manifestações que acontecerão no próximo dia 13. Vivemos em um Estado Democrático de Direito e é essencial que respeitemos as ideologias distintas, ainda que plenamente contrárias ao que pensamos. Recebemos inúmeros relatos sobre as manifestações que ocorreram no último dia 05 (sábado passado), denúncias de trabalhadores que foram tão somente reivindicar, ou seja, não cometeram ilícito algum, o que, pela lógica penalista, deveria impedir que sobre eles fosse imposto alguma postura coercitiva. No entanto, não foi isso que ocorreu. Eis o motivo da nossa preocupação. Por entendermos que é possível, sim, que haja manifestações pacíficas, mais uma vez, solicitamos o acompanhamento das manifestações por parte do Estado, através da Secretaria de Segurança Pública, não de forma coercitiva, mas de forma asseguradora de direitos”, sublinhou o parlamentar.

Concordo com Wellington e assino embaixo!

Não se pode negar os erros e abusos cometidos pelo Governo Dilma-Temer. Fazer isso é ter não consciência dos problemas que enfrentamos: encolhimento do PIB, recessão da economia, aumento sem controle da inflação, diminuição da atividade industrial, redução do potencial de consumo, achatamento da oferta de empregos e, consequentemente, aumento do número de desempregados, cortes brutais na Educação, aumento da carga de impostos, crimes de corrupção, e por aí vai.

O povo brasileiro tem todo direito, como cidadãos livres e contribuintes, de criticar e de se manifestar contra quaisquer governos, em todas as esferas. Inaceitável é que se cometam excessos de ambos os lados, tanto de quem critica, quanto de quem defende.

Por isso, é necessário rechaçar toda forma de proibição, intimidação ou ameaça a qualquer pessoa ou coletivos que queiram protestar contra governos, partidos ou líderes políticos, direito esse conquistado com sangue e suor.

Que os 21 anos de Ditadura Militar, respaldados em Atos Institucionais que levaram o Brasil a um Estado de Exceção sem precedentes, sirvam de retrovisor para que o obscurantismo político não encontre nova morada nos dias que virão!

E que a sabedoria, o diálogo e a prudência povoem as mentes e os corações de todos aqueles que, assim como eu, são amantes da Paz, da Justiça e da Liberdade, o que inclui o respeito à manifestação expressa e soberana do povo que reelegeu a presidente Dilma para mais quatro anos de mandato.

São os votos do Blog do Hugo Freitas para que este domingo, dia 13 de março, não seja lembrado como o dia em que o Brasil e os brasileiros declararam "guerra civil" entre seus irmãos.

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