quinta-feira, 8 de setembro de 2011

MARCHA CONTRA A CORRUPÇÃO MARCA O 7 DE SETEMBRO


Organizadas por meio das redes sociais na internet, manifestação pediu o fim do mau uso do dinheiro público.

Cerca de 25 mil pessoas participaram nesta quarta-feira (7) da Marcha Contra a Corrupção, em Brasília. Com cartazes pregando o fim do voto secreto dos parlamentares e contra a absolvição da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), os manifestantes ocuparam toda a Esplanada dos Ministérios até a praça dos Três Poderes.

Inicialmente, a Polícia Militar calculou em 10 mil o número de presentes à marcha, mas logo após o fim da manifestação admitiu que 25 mil compareceram. A organização contava com uma adesão entre 25 mil e 30 mil pessoas.

Organizada nas redes sociais – como o Facebook, o Twitter e o Orkut –, a marcha se valeu de cartazes e faixas, algumas bem-humoradas e outras mais radicais, para apelar a um sentimento de mobilização que não se via desde a época dos caras pintadas, quando houve o impeachment do ex-presidente Fernando Collor.

O técnico em processamento de dados Charles Guerreiro, 42 anos, organizou um pequeno grupo com vassouras e baldes de água e sabão. O objetivo era, nas palavras dele, ajudar a presidente Dilma Rousseff a continuar a “faxina” contra a corrupção. Juntos, lavaram a entrada do Ministério da Agricultura.

"Nós sabemos que o dinheiro que alimenta a corrupção retira direitos do cidadão como saúde e educação. Não aceitamos mais esse desrespeito com a população. Exigimos o fim da impunidade e do voto secreto. Queremos saber quem são os ladrões que acobertam os outros", questionou.

O estudante de Relações Internacionais George Marques, 21 anos, foi um dos organizadores da marcha. Segundo ele, os jovens querem mudanças na política brasileira, com renovação dos parlamentares e um combate mais efetivo aos desvios de dinheiro público.

"Passamos muito tempo calados, mas agora estamos vivendo uma situação insustentável. Se o governo diz que precisamos crescer, precisa antes fechar a torneira de dinheiro público que abastece os políticos. Pagamos nossos impostos e merecemos ter dignidade como cidadãos que ainda acreditam numa política benfeita" comentou.

Prevista para começar às 10h, a marcha só saiu do lugar de concentração, o Museu da República, meia hora depois. A intenção de cantar o Hino Nacional na frente do palanque de autoridades que assistia ao desfile de Sete de Setembro foi por água abaixo com o atraso.

Dispostos a mostrar volume, a organização decidiu percorrer a Esplanada dos Ministérios até o pavilhão nacional, a bandeira que fica próximo ao Palácio do Planalto.

Pressionando a Polícia Militar, que tentava evitar a aproximação do público do local de trabalho da presidente Dilma, os manifestantes conseguiram ultrapassar a barreira formada e deram a volta por trás do Congresso para retomar a marcha pelo outro lado da Esplanada, onde mais cedo ocorreu o desfile militar.

A estudante Jessica Nascimento, de 19 anos, levou os pais para o movimento. Aos gritos de “Fora Jaqueline”, em referência à deputada que foi absolvida pelos colegas mesmo após a divulgação de um vídeo no qual aparece recebendo R$ 30 mil do delator do mensalão do DEM, a estudante disse que vai trabalhar a partir de agora para organizar manifestações parecidas.

"A população está muito descrente, mas se não fizermos nada a situação vai continuar como está. Os políticos fazem o que querem porque não há quem cobre, quem fiscalize", disse a estudante.

Do palanque onde estava, Dilma não pode conferir a manifestação. No entanto, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, declarou ver com bons olhos a amostra de insatisfação popular vista no Dia da Independência.

"A marcha é legítima. Da parte do poder público, é dever combater a corrupção. Todos nós do poder público temos esse dever e a presidente da República ressalta isso. Portanto, eu acho que o debate e a manifestação são legítimas e as autoridades públicas em todo o país têm que cumprir o seu papel".

Fonte: Portal R7

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