sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

A disputa pela presidência da "Casa do Povo"


Por Hugo Freitas

Depois do resultado das urnas que definiu o fim de um ciclo político e o início de outro, com a saída de cena de José Sarney e de sua filha Roseana Sarney e a ascensão de Flávio Dino ao comando do Palácio dos Leões, a questão que irá agitar o cenário político do Maranhão até fevereiro do ano que vem será a escolha do novo presidente da Assembleia Legislativa (AL).

O posto máximo do Legislativo maranhense é cobiçado por muitos parlamentares que, de olho na importância e visibilidade que o cargo tem, investem pesado nos bastidores na tentativa de costurar alianças favoráveis às suas pretensões.

É o caso do deputado estadual eleito Humberto Coutinho, cujo nome é um dos mais ventilados até o momento (e dado como certo por muitos) para ocupar a cadeira de presidente da AL. A favor do chefe da "oligarquia Coutinho" que controla o município de Caxias pesa o apoio do governador eleito Flávio Dino (PCdoB), que pretende homenagear o seu padrinho político. O velho Coutinho sofre de um câncer e muitos temem que ele não consiga nem concluir o mandato.

Apesar da enfermidade de Humberto, que pode sensibilizar os demais colegas de Parlamento a seu favor, e da atuação de Flávio nessa eleição, dada quase como certa para o "oligarca" de Caxias, na esteira de outros prováveis candidatos começa a circular o nome do deputado de primeiro mandato Wellington do Curso (PPS).

O professor e empresário do ramo de preparatório para concursos públicos, Carlos Wellington "do Curso" vem demonstrando interesse e empolgação com a cogitação de seu nome para a presidência da "Casa do Povo". Wellington é presidente municipal do PPS e foi eleito com mais de 22 mil votos em todo o estado.

De origem humilde e não dispondo das vantagens de uma filiação "nobiliárquica", o professor Wellington conseguiu vencer uma eleição estadual sem a bênção de nenhum padrinho político, nem o apoio dos grupos oligárquicos que dominam a política maranhense e que, via de regra (com raras exceções), desenham os contornos do cenário eleitoral estadual.

Por isso mesmo, é pouco provável uma vitória sua nessa micro-eleição, especialmente pela tendência da "nobreza" política local eleger sempre um outro "nobre de sangue" para a cadeira-mor do Legislativo estadual.

Contudo, até o retorno dos trabalhos na Assembleia, em fevereiro de 2015, muitas águas hão de passar. Outros nomes entrarão fortemente na disputa, tanto pelo lado dos "novos governistas" quanto pelo campo da "nova oposição".

Mas caso aconteça de o improvável vencer a previsibilidade com Wellington chegando à presidência da AL, a "Casa do Povo" nunca terá conseguido fazer tanto jus a uma cognominação historicamente antagônica e distorcida.

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