Por
Hugo Freitas
Depois
do resultado das urnas que definiu o fim de um ciclo político e o início de
outro, com a saída de cena de José Sarney e de sua filha Roseana Sarney e a
ascensão de Flávio Dino ao comando do Palácio dos Leões, a questão que irá
agitar o cenário político do Maranhão até fevereiro do ano que vem será a
escolha do novo presidente da Assembleia Legislativa (AL).
O posto
máximo do Legislativo maranhense é cobiçado por muitos parlamentares que, de
olho na importância e visibilidade que o cargo tem, investem pesado nos
bastidores na tentativa de costurar alianças favoráveis às suas pretensões.
É o
caso do deputado estadual eleito Humberto Coutinho, cujo nome é um dos mais
ventilados até o momento (e dado como certo por muitos) para ocupar a cadeira
de presidente da AL. A favor do chefe da "oligarquia Coutinho" que
controla o município de Caxias pesa o apoio do governador eleito
Flávio Dino (PCdoB), que pretende homenagear o seu padrinho político. O velho
Coutinho sofre de um câncer e muitos temem que ele não consiga nem concluir o
mandato.
Apesar
da enfermidade de Humberto, que pode sensibilizar os demais colegas de
Parlamento a seu favor, e da atuação de Flávio nessa eleição, dada quase como
certa para o "oligarca" de Caxias, na esteira de outros prováveis
candidatos começa a circular o nome do deputado de primeiro mandato Wellington
do Curso (PPS).
O
professor e empresário do ramo de preparatório para concursos públicos, Carlos
Wellington "do Curso" vem demonstrando interesse e empolgação com a
cogitação de seu nome para a presidência da "Casa do Povo".
Wellington é presidente municipal do PPS e foi eleito com mais de 22 mil votos
em todo o estado.
De
origem humilde e não dispondo das vantagens de uma filiação
"nobiliárquica", o professor Wellington conseguiu vencer uma eleição
estadual sem a bênção de nenhum padrinho político, nem o apoio dos grupos
oligárquicos que dominam a política maranhense e que, via de regra (com raras
exceções), desenham os contornos do cenário eleitoral estadual.
Por
isso mesmo, é pouco provável uma vitória sua nessa micro-eleição, especialmente
pela tendência da "nobreza" política local eleger sempre um outro
"nobre de sangue" para a cadeira-mor do Legislativo estadual.
Contudo, até o
retorno dos trabalhos na Assembleia, em fevereiro de 2015, muitas águas hão de
passar. Outros nomes entrarão fortemente na disputa, tanto pelo lado dos "novos governistas" quanto pelo campo da "nova oposição".
Mas caso aconteça de o improvável vencer a previsibilidade com Wellington
chegando à presidência da AL, a "Casa do Povo" nunca terá conseguido
fazer tanto jus a uma cognominação historicamente antagônica e distorcida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Grato pela participação.