sábado, 2 de janeiro de 2016

Em São Luís, ano novo, velhos problemas...

Asfalto cedeu na Rua Um do bairro Cohajap, em São Luís, com a primeira chuva do ano. (Foto: Elson Paiva/TV Mirante)

Por Hugo Freitas

Para a primeira postagem de 2016, gostaria de escrever sobre coisas boas, positivas, otimistas e que trouxessem esperança. Mas, infelizmente, o ano novo traz consigo velhos problemas.

Exatamente nas primeiras horas de 2016, uma leve chuva caía em São Luís... Pronto. Foi o suficiente para que se registrasse em foto aquilo o que muitos já sabem há tempos: a péssima qualidade dos serviços realizados em obras de esgotamento sanitário e recapeamento asfáltico e do material utilizado, o famoso "asfalto sonrisal" despejado nas ruas da capital maranhense.

A questão é que isso não é um problema novo. Muito pelo contrário. Já faz parte da rotina "histórica" da cidade ser "recapeada" em períodos pré-eleitorais por materiais de qualidade duvidosa e serviços mal executados. Peças de teatro humorístico já retrataram São Luís como a famigerada "buracolândia". Basta lembrar de um vídeo que "viralizou" nas redes sociais à época da gestão do então prefeito batizado pelos adversários (hoje, aliados) de "caostelo".

Contudo, a "novidade" de agora, flagrada pela foto que inaugura as postagens no Blog do Hugo Freitas, na Rua Um do bairro do Cohajap, no alvorecer do dia 01 de janeiro de 2016, cuja erosão "engoliu" um ônibus e quase engole a rua inteira, é que obras de esgotamento sanitário haviam sido realizados no local há apenas um mês pela Caema, sob as bênçãos da parceria do Governo do Maranhão com a Prefeitura de São Luís.

Governo e Prefeitura, juntos, não deram conta de resolver o problema histórico que destrói a imagem de São Luís mundo afora. E esse é um clássico exemplo de má gestão dos recursos públicos, ou pior, de reprodução das velhas práticas administrativas que assombraram o Maranhão tempos atrás e que, infelizmente, continuam a fazê-lo.

Segundo divulgado na imprensa, a empresa responsável pela obra é a Artec Egenharia, contratada pela Caema, que é uma organização pertencente ao Governo do Estado. Nesse caso, não há como dissociar os dois entes federados. O Governo é o responsável pela Caema. Portanto, é de sua responsabilidade problemas por ela enfrentados. Da mesma forma, a Prefeitura de São Luís omitiu-se de suas funções de fiscalização dos serviços, vez que existe uma pasta específica para cuidar de tais questões, a de Serviços e Obras Públicas (Semosp).

Se antes a fatura das mazelas de São Luís era creditada à ausência de parceria entre Governo e Prefeitura por conta de disputas políticas, agora é justamente a imbricação de laços políticos entre o governador Flávio Dino (PcdoB) e o prefeito Edivaldo Júnior (PDT) que dá continuidade a tais problemas, tanto pela (re)contratação dos serviços de uma empresa que, em gestões anteriores, estadual e municipal, já havia mostrado a "proeza" de seus feitos, quanto pela tendência de complacência entre os entes federados.

Afinal, ninguém espera que numa "parceria" os "parceiros" apontem os erros e falhas uns dos outros.

Ano novo, velhos problemas...

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