sábado, 25 de abril de 2015

A TRAGÉDIA EM CAXIAS: Entre o Silêncio dos Governantes e a Denúncia da Imprensa Nacional

Léo Coutinho (PSB-MA), prefeito de Caxias

Por Hugo Freitas

Mais uma vez, as mortes sem explicação de bebês na única maternidade do município de Caxias, interior do Maranhão, serão assunto de destaque nacional. A "princesinha do Sertão", como é conhecida a cidade dominada pela oligarquia Coutinho, será exibida nas tvs de todo o país com seu véu mais assombroso: o de abrigar a "maternidade da morte", onde cerca de 200 bebês tiveram suas vidas ceifadas logo após o parto, somente em 2014.

Desta feita, caberá ao programa "Repórter Record Investigação", da TV Record, de investigar e denunciar aos órgãos competentes, ao Ministério Público e à população brasileira em geral a alta mortalidade de recém-nascidos na Maternidade Carmosina Coutinho, em Caxias, uma tragédia que só tem se agravado nos últimos meses, sem nenhum tipo de investigação das mortes, apuração dos motivos e punição para os responsáveis por parte das autoridades constituídas.

Ao longo de todo o ano de 2014, o povo de Caxias assistiu atônito a morte de quase 200 bebês logo após o nascimento na única maternidade da cidade, administrada pelo prefeito Leonardo Barroso Coutinho, o Léo Coutinho (PSB), sobrinho do chefe de um dos clãs locais (o outro é o clã dos Marinho), Humberto Coutinho (PDT), atual presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão. O assunto foi denunciado a nível nacional pelo Jornal da Band e pelo quadro "Proteste Já", do CQC (REVEJA AQUI).

Hoje, Humberto Coutinho, chefe da "oligarquia Coutinho", é aliado do governador Flávio Dino...

Vale frisar o nome do oligarca Humberto nesta tragédia por conta dele já ter sido prefeito de Caxias e, durante sua gestão, ter desativado uma maternidade de referência estadual para fundar uma com o nome de sua mãe, Carmosina Coutinho, onde estão sendo ceifadas as vidas de recém-nascidos.

Como agravante, em quase todos os casos já denunciados pela imprensa nacional, consta que os pais das vítimas não receberam os atestados de óbito, onde deveriam constar as informações sobre os motivos que levaram às mortes dos bebês. Direito este sumariamente negado pelos donos da Maternidade com vistas à não certificação do "atestado de incompetência" e de responsabilidade dos mesmos para com os familiares dos bebês.

O mais "estranho" é observar que ninguém, ABSOLUTAMENTE NINGUÉM, no Governo do Maranhão, de antes e de agora, seja da Secretaria de Saúde ou da Secretaria de Direitos Humanos, ou mesmo da Polícia Civil, adotou alguma medida emergencial para investigar as causas das mortes com o fim de se tentar evitar outras.

Coube apenas à Justiça estadual este papel, mais especificamente ao juiz da Infância e da Juventude de Caxias, que teve a "coragem" de desafiar o poder coronelista que impera no município (ENTENDA AQUI)

No mais, o que parece ocorrer de fato, neste caso, é uma espécie de não enfrentamento do problema (não reconhecido enquanto tal nem pela Prefeitura de Caxias nem pelo Governo do Estado), que se constitui numa "blindagem por omissão" das autoridades públicas, para não se atingir politicamente o "senhor de Caxias", Humberto Coutinho, nem "ferir" a imagem de seu sobrinho, o prefeito Léo Coutinho, já que estamos às vésperas de novas eleições municipais.

Ontem, o clã Coutinho desfrutava de sua aliança com as "oligarquias" Sarney e Lobão

Humberto Coutinho, além de hoje presidir a Casa Legislativa onde estão os 42 deputados maranhenses, conta com a sólida aliança firmada com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que tem no "coronel" de Caxias o seu "padrinho político" na região (RELEMBRE AQUI). Antes de ser aliado de Dino, durante os quatro mandatos da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), Coutinho gozava dos privilégios de sua aliança com a cúpula peemedebista, particularmente dos clãs Sarney e Lobão.

Se antes ainda se poderia pensar que as estreitas relações entre a oligarquia Coutinho e o Palácio dos Leões, de ontem e de hoje, pudessem ajudar a resolver ou a minimizar os efeitos devastadores de tragédias como a que vem ocorrendo em Caxias, observa-se, no entanto, que os acordos de reciprocidade política são infinitamente superiores do que a vida de qualquer pessoa.

Nesses casos de forte "blindagem por omissão" dos gestores públicos, prática recorrente principalmente nos municípios maranhenses controlados a mão-de-ferro por grupos oligárquicos liderados por núcleos familiares de "tradição" na política estadual, resta apenas à imprensa nacional (com ressalvas, já que apenas Band e Record abordaram o caso) investigar, denunciar e tornar público para todo o país as tragédias que assombram um dos estados mais pobres da federação, em termos de desenvolvimento social.

Eu, Hugo Freitas, me solidarizo com os familiares dos quase 200 recém-nascidos mortos na Maternidade Carmosina Coutinho, e deixo à disposição da população caxiense este blog como canal de diálogo e espaço de divulgação de quaisquer informações que ajudem a não deixar esta tragédia cair no esquecimento e, muito menos, resultar na impunidade que parece reinar no Maranhão, mesmo em "tempos de mudança".

Acompanhe a reportagem de Oscar Filho, hoje ex-CQC, sobre a tragédia em Caxias, exibida na Band no final do ano passado:


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