sábado, 2 de junho de 2012

ELEIÇÕES 2012: A CONTRADIÇÃO DE TADEU PALÁCIO


Por Hugo Freitas

Em entrevista ao Portal Vermelho esta semana, os quatro principais candidatos "oposicionistas" à prefeitura de São Luís (Edivaldo Holanda Júnior-PTC, Eliziane Gama-PPS, Roberto Rocha-PSB e Tadeu Palácio-PP), responderam alguns questionamentos sobre o cenário político para as eleições de 2012 na capital.

Li todas. Contudo, a que mais chamou a atenção foi a do ex-prefeito Tadeu Palácio, que conseguiu a façanha de se contradizer na mesma oportunidade, ao afirmar que "sempre fui contra o grupo Sarney. Mas lá estive por circunstância", saindo com a "certeza de que aquele não era o grupo com o qual eu me identificava".

O próprio Tadeu dá indício de que sua "saída" do berço esplêndido da oligarquia sarney se deu por falta de espaço. "Quanto ao governo de Roseana Sarney, lá estive e nada vi porque não participei de nada. Não tive espaço no governo dela".

Tadeu Palácio fala ainda dos gastos atuais com limpeza pública, mas em nenhum momento cita que foi ele quem teve a "belíssima" ideia de cobrar da população de São Luís a limpeza da cidade, com a vergonhosa e inconstitucional proposta da "Taxa do Lixo", rejeitada pela maioria do plenário da Câmara dos Vereadores.

Pior do que isso, foi a gestão do ex-prefeito que procedeu à contratação de empresas de fora do Maranhão para realizar o serviço de limpeza de São Luís, desempregando centenas de trabalhadores ludovicenses e retirando do solo da capital as oportunidades de novos empregos.

Essa entrevista é o registro material de que as conveniências partidárias sempre ditam o jogo político no Maranhão, onde a alcunha de "oposição" só é utilizada quando não se é agraciado pelo grupo que está no poder.

Travestir de "novo" o já surrado discurso é uma estratégia, infelizmente, que ainda atrai adeptos fervorosos, o que, em última análise, de acordo com o sociólogo Pierre Bourdieu, encobre a lógica da reprodução da dominação política no Estado, ao se fazer alianças partidárias que mantêm no poder os velhos mandatários de outrora.

Confira a entrevista na íntegra:

Na sua opinião, qual será o papel de Flávio Dino nas eleições de 2012?

Flávio Dino representa o sentimento que cresce no Maranhão ao longo dos anos: o sentimento de mudança. Mudança no modelo de gestão, administração e relacionamento do governo com as pessoas. O primeiro passo nesse sentido foi dado na eleição de Jackson Lago a governador do Maranhão, quando aconteceu tudo aquilo depois do processo que abriram contra ele. Hoje, temos o Flávio Dino que representa essa mudança e ninguém é como ele. Há no Maranhão uma revolta com a política, mas ainda é uma revolta medrosa, e o Flávio Dino tem ajudado a trazer mais confiança ao povo do Maranhão, para que ele se liberte.

Qual é a prioridade para São Luís, no seu ponto de vista?

São Luís precisa, primeiramente, resolver as necessidades básicas. Recuperação do modelo de Educação. Não podemos compreender que as escolas comecem sempre o ano letivo fechadas. O único ano em que João Castelo conseguiu abrir o ano letivo na data certa foi em 2009, ano em que deixei tudo organizado ao sair da prefeitura. Precisamos também encontrar um novo modelo para a saúde, mobilidade e para a limpeza urbana. Hoje se gasta três vezes mais que antes e a cidade está mais suja, com hospitais sucateados, o que não aconteceu na minha gestão. São Luís precisa respirar uma administração competente, que esteja integrada nacionalmente.

No grupo de oposição, existe mesmo possibilidade para uma candidatura única? Por quê?

Foi isso o que nós combinamos. Divididos, acredito que favorecemos os adversários e temos que ter sempre em vista o processo eleitoral de 2014. O que precisamos é de maturidade neste momento para ver quem tem as melhores condições de disputar as eleições com experiência e quem conhece o caminho das pedras para fazer o melhor. Vou acompanhar o que o conjunto decidir, mas todos nós precisamos ser sábios para ter discernimento de perceber onde estão as melhores condições.

Em relação aos grupos políticos tradicionais liderados de um lado por Roseana Sarney e de outro por João Castelo, qual a sua avaliação?

Ambos são péssimos. O que Castelo está vivendo eu já vivi, mas dei respostas muito mais rápidas aos problemas da cidade. Na minha época não tivemos nenhuma greve porque fazíamos a interlocução democrática. Não deixávamos que o problema crescesse a um ponto de não poder ser resolvido. Quanto ao governo de Roseana Sarney, lá estive e nada vi porque não participei de nada. Não tive espaço no governo dela, que preferia fechar os olhos aos problemas do Maranhão.

Se o grupo de oposição se dividir, quais são as possibilidades de aliar-se à candidatura de João Castelo ou de alinhar-se a Washington Oliveira, representante do grupo Sarney?

Sou coerente. Construí minha vida na esquerda desde 1988 até deixar a prefeitura em 2008. Sempre fui contra o grupo Sarney e João Castelo. Por uma circunstância tive que entrar no governo de Roseana Sarney, mas sai de lá com a certeza de que aquele não era o grupo com o qual eu me identificava. Portanto, mesmo que essa hipótese remota aconteça, com certeza não estarei ao lado de nenhum dos dois grupos.




2 comentários:

  1. São Luis precisa urgente de saneamento basico, rede de esgoto mesmo, não adianta querer cuidar da saúde sem combater as causas das doenças, não adianta melar ruas e avenidas com camadas asfalticas sem que haja uma rede de esgoto e esrações de tratamento, esses serviços não aparecem aos olhos dos eleitores desatentos, e por isso se mela ruas e avenidas. Chega de enganação São Luis precisa de saneamento basico. REDE DE ESGOTO...REDE DE ESGOTO... REDE DE ESGOTO... REDE DE ESGOTO... REDE DE ESGOTO.

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    1. Sem dúvida, Francisco.
      Saneamento básico deve ser uma das prioridades do novo prefeito de São Luís.

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Grato pela participação.