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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Deputado federal Simplício Araújo responde ao blog


O deputado federal Simplício Araújo (SDD) emitiu uma "Nota de Resposta" ao titular do blog por conta das contundentes críticas feitas em postagem anterior refletindo sobre a falta de sensibilidade e mesmo "solidariedade" do parlamentar para com a Educação e o desenvolvimento da Ciência no Maranhão, um dos estados mais pobres e com os piores índices educacionais do país, em vista da destinação de emenda parlamentar para a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Fique com a Nota. Volto em seguida.

Prezado Hugo Freitas, conforme já foi amplamente debatido, erras ao afirmar que não destinei emendas para os pesquisadores maranhenses. De minha parte foram mais de R$ 4 milhões para implantação e melhorias dos campus da IFMA.

Infelizmente, talvez por maldade ou até mesmo por desconhecimento, estão deturpando a minha emenda. Não fiz para o estado de São Paulo. Fiz para uma universidade pública, reconhecida nacionalmente e que atende diversos maranhenses que sofrem, ano após ano, com o câncer urológico.

O mais curioso em tudo isso é o fato de que somente a minha emenda é alvo de críticas. Em 2012 o deputado federal Alberto Filho destinou R$ 200 mil para a pesquisa de tratamento de doenças crônicas. Neste ano, o senador Lobão Filho destinou R$ 200 mil para a recuperação da estação Comandante Ferraz, no Polo Sul.

Em qualquer lugar do mundo, uma emenda parlamentar para pesquisa, independente de onde esteja o centro. Mas, infelizmente, poucas pessoas conseguem enxergar que um país só se desenvolve quando investe em pesquisa, em estudo.

Deputado federal Simplício Araújo

Voltei.

Sobre a Nota, reitero que minhas críticas são pautadas justamente na triste e caótica realidade educacional e científica do Maranhão, um dos estados mais pobres da federação e com os mais elevados índices de analfabetismo, em comparação a uma "Universidade Federal" do Estado mais rico do país.

Como o deputado afirma que destinou mais de R$ 4 milhões para "melhorias dos campus do IFMA", gostaria que isso fosse detalhado, por gentileza, através de email para posterior publicação neste espaço, a fim de se levar o assunto ao conhecimento dos leitores e da população maranhense de um modo geral.

Como sinal de meu apreço pelas liberdades democráticas de pensamento, crítica e contraditório, respeito o posicionamento do deputado, que exerce seu direito de "defesa", ressalvando que um erro não justifica outro, uma omissão/desvio de finalidade não credencia outra, pois se combatemos as práticas politiqueiras que tanto criticamos, devemos, portanto, superá-las e não reproduzi-las, nos igualando àqueles que condenamos.

No mais, agradeço ao deputado Simplício Araújo pelo envio da Nota, reiterando que este espaço SEMPRE estará aberto para críticas e para o contraditório, pautado na cordialidade e no respeito recíproco entre as partes envolvidas no debate.

Assim, se constrói e se vive uma DEMOCRACIA! Avante!

Confira aqui o texto que motivou a manifestação do deputado.

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quinta-feira, 3 de abril de 2014

SÃO PAULO, MARANHÃO E AS IDIOSSINCRASIAS DE UM DEPUTADO MARANHENSE

O deputado federal "maranhense" Simplício Araújo (SDD) destinou verbas para uma Universidade do Estado mais rico do país e "virou as costas" para a universidade de um dos estados mais pobres da federação

Por Hugo Freitas

Sempre me assombra o fato de certas práticas políticas serem tão criticadas pelos ditos membros da "oposição" e, ao mesmo tempo, serem reproduzidas por eles à enésima potência.

O deputado federal Simplício Araújo, presidente estadual do partido Solidariedade (SDD), que integra o consórcio oposicionista dinista e ocupa um mandato na Câmara Federal, em Brasília, conquistado pelo Estado do Maranhão, destinou cerca de R$ 250.000,00 de emenda parlamentar para a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), simplesmente o Estado mais rico do Brasil.

Segundo argumentou o parlamentar, as verbas são para o aprimoramento das pesquisas em busca da cura do câncer e foram destinadas para a referida instituição por se tratar de uma das referências nacionais nestes estudos e que vem enfrentando "dificuldades financeiras".

E é aí que reside a polêmica. Se a instituição de ensino federal é pública, então cabe ao Governo Federal, ao Ministério da Educação, aos parlamentares eleitos pelo Estado paulista (cerca de 70 deputados federais eleitos por São Paulo, ao todo) e à própria Unifesp (autarquia federal com autonomia administrativa) solucionarem os problemas, oferecer condições para a manutenção do andamento das pesquisas e suprir as devidas deficiências financeiras da Unifesp.

Como pode um deputado, que representa na Câmara Federal um dos estados mais pobres do país, destinar verbas parlamentares para uma instituição de ensino situada no Estado mais rico da federação, independente para qual fim seja?

Alguém sabe ou "já ouviu falar" de algum caso contrário, de deputados federais de outros estados destinando verbas de emendas parlamentares para ajudar o desenvolvimento da Educação no Maranhão, um dos piores estados em índice de analfabetismo do Brasil?

Qual ou quais parlamentares do Congresso Nacional destinaram verbas de suas respectivas regiões eleitorais para melhorar a qualidade do ensino público universitário no Maranhão, principalmente da Universidade Estadual, a UEMA, que aparece sempre em posições nada animadoras no ranking das universidades brasileiras, com seus laboratórios e equipamentos ultrapassados e/ou sucateados, principalmente nas cidades do interior maranhense?

Difícil crer que respostas para tais indagações sejam obtidas, pois em se tratando de verbas parlamentares, cada deputado federal atende especificamente suas bases eleitorais, seguindo o script pré-fabricado. Simplício Araújo é a exceção que confirma a regra geral.

O problema maior mesmo não é a destinação das verbas em si para o Estado de São Paulo, mas a falta de reciprocidade do parlamentar para com o Maranhão, seu "estado-moradia", e suas precárias condições de ensino e de desenvolvimento da ciência.

Não é a questão de se ajudar financeiramente uma pesquisa que almeja a cura do câncer, que irá beneficiar maranhenses, brasileiros e a Humanidade de um modo geral, mas sim a falta de sensibilidade daqueles que apontam as falhas, os erros e as omissões no tocante à Educação pública estadual e não fazem absolutamente nada para que possam melhorá-la, mesmo tendo plenas condições para fazê-lo.

Simplício Araújo é presidente estadual do "Solidariedade" no Maranhão, mas parece desconhecer o significado da palavra

Onde está a "solidariedade" do deputado para com o Hospital Aldenora Bello, único do Maranhão especializado no TRATAMENTO GRATUITO DO CÂNCER aos pacientes que para lá recorrem, e que sofre graves restrições orçamentárias???

É perceptível que "solidariedade" se tornou apenas um bonito nome para se estampar em uma sigla partidária, cujo significado prático seu dirigente parece desconhecer ou simplesmente ignorar.

Em se tratando de ano eleitoral, a destinação de emendas parlamentares para o Estado com o maior número de eleitores do país não se apresenta de modo assim tão "benevolente" aos olhos daqueles que enxergam além dos releases de assessoria. Simplício é candidato à reeleição de seu mandato federal no pleito de outubro.

São essas idiossincrasias que, talvez, estejam na base "visionária" do deputado Simplício Araújo: de enxergar a grandeza e opulência de São Paulo, vislumbrando nela a possibilidade de também se "elevar" na esfera político-midiática nacional (VEJA, IstoÉ, Época, Folha, etc., não terão interesse numa entrevista com o parlamentar que ajudou uma instituição paulista de ensino em "dificuldades financeiras"?!), ao mesmo tempo em que "vira as costas" para o Maranhão, um dos estados mais pobres da federação, cujos índices de desenvolvimento social e humano são igualáveis a países do continente africano em estado de guerra civil.

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