"Temos que ter as garantias do cumprimento do que foi acordado", disse Wellington do Curso, dirigente do PPS
Por Hugo Freitas
O "vai-e-vem" do jogo político é, sem dúvida, uma das principais razões para que a Política seja vista sob pontos de observação muitas vezes bastante antagônicos, sejam racionais e/ou emotivos.
Depois do anúncio oficial de que o PDT de Carlos Lupi irá mesmo cerrar fileira na campanha de Flávio Dino (PCdoB) ao Governo do Maranhão, mesmo após a quebra de acordo dos comunistas para com os pedetistas no tocante à vaga de vice, que foi concedida ao PSDB de Carlos Brandão, agora cresce a insatisfação de dirigentes e
pré-candidatos do PPS com os encaminhamentos adotados pela direção da campanha dinista.
Os integrantes da corrente
popular socialista, que sempre defenderam uma candidatura própria do partido,
vêm ganhando fôlego nos últimos dias. Tal fato justifica, por exemplo, a
definição da convenção do PPS apenas para o dia 30 de junho, que é o último
dia para a realização de convenções partidárias, exatamente um dia depois da Convenção Estadual do PCdoB.
Para Wellington do Curso,
vice-presidente da Executiva Estadual e Presidente Municipal do PPS, essa data
foi escolhida como forma de se ganhar tempo para a obtenção de mais aliados
para a tese da candidatura própria.
É bom lembrar que o PPS, nas eleições passadas,
decidiu-se no último minuto a apoiar Flávio Dino, episódio que garantiu a
própria candidatura do mesmo ao governo do Estado. Na ocasião, era dado como
certo ao apoio do partido ao ex-governador Jackson Lago (PDT).
“Defendi o projeto majoritário do PPS até
o limite de nossas articulações. Acompanhei Eliziane Gama em todas as viagens a dezenas de municípios e percorremos mais de 8 mil quilômetros pelo Maranhão,
levando a notícia da nossa luta, a boa ideologia da NOVA POLÍTICA, conversando
com lideranças e com os mais humildes, sentindo que estávamos no caminho certo.
Novas pessoas: honestas, e trabalhadoras se incorporaram ao nosso sonho. No
entanto, não foi viabilizado. Sou partidário. Acatei a decisão do partido em
abortar o projeto majoritário do PPS, em prol da união das oposições em torno
da candidatura de Flávio Dino. Porém, temos que ter as garantias do cumprimento
do que foi acordado”, destacou Wellington do Curso, pré-candidato a deputado
estadual.
A situação é de grande insatisfação no PPS. Até mesmo os dirigentes do partido que foram aliados de primeira hora da tese
dinista estariam ressentidos com o tratamento dispensado por Flávio
Dino, sobretudo com compromissos políticos que deveriam ser assumidos pelo
comunista e que até o momento não se concretizaram.
“Não estou remando
contra, porém como um dos dirigentes do PPS tenho a preocupação em viabilizar
a candidatura proporcional dos nossos pré-candidatos e defender o meu partido”, ressalta o professor Wellington.
Wellington do Curso tem intensificado
os contatos com os convencionais da legenda popular-socialista defendendo a retomada da candidatura
de Elisiane Gama ao governo estadual, ou até mesmo uma outra candidatura, a de Igor Lago, filho do ex-governador Jackson Lago.
Para isso, o dirigente pepessista pretende contar com o apoio dos egressos do PDT e com a insatisfação dos aliados de Flávio Dino, que se sentem preteridos pela direção da campanha do candidato
comunista.
Com a ida do PDT para as fileiras do PCdoB, a "terceira via" ou "via alternativa" no Maranhão ficou sem representantes, o que implica em mais de um milhão de maranhenses que não votam em nenhuma das candidaturas postas até agora (entenda aqui).
Portanto, é ainda perfeitamente viável que alguma legenda partidária preencha essa lacuna. Do contrário, estas eleições poderão ser marcadas na História Política do Maranhão como a que registrou o maior número de abstenções e/ou votos nulos.
Mas se for para ficar esperando "cumprimento de acordo" por parte do PCdoB, o PPS, assim como aconteceu com o PDT, vai continuar esperando ou aumentar sua desilusão e, oportunamente, permanecer no consórcio dinista.
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