Prefeito Edivaldo foi alvo de protesto em frente à sua residência
Por
Hugo Freitas
Um
protesto equivocado! Assim se pode definir uma manifestação realizada por um
pequeno grupo de professores da rede municipal de ensino, na manhã desta
quarta-feira (04), em frente à residência do prefeito Edivaldo Holanda Júnior
(PTC).
Em
greve há quase um mês, esse pequeno número de professores (que não representa a totalidade dos docentes ludovicenses) liderado por pessoas ligadas a partidos políticos de "esquerda" se
dirigiu para o prédio onde mora Edivaldo com sua família, localizado no bairro
do Calhau. O objetivo era protestar contra a decisão judicial que decretou a ilegalidade do movimento grevista dos docentes e, ao mesmo tempo, forçar junto ao prefeito uma
nova rodada de negociações para a solução do impasse.
O
problema é que, muitas vezes, falta visão crítica e objetiva para alguns líderes
grevistas no Maranhão. Não se pode confundir o prefeito Edivaldo com o cidadão
Edivaldo. E foi justamente o que fizeram esses professores que se dirigiram
para protestar em frente ao prédio onde mora o gestor municipal: confundiram o público
com o privado, a coletividade com a intimidade, o político com o indivíduo, o âmbito de atuação "profissional" com o ambiente familiar.
Ao
fazerem isso, o pequeno grupo de manifestantes acaba por prejudicar a imagem do
movimento como um todo, ganhando a antipatia da população e deslegitimando
através de atos arbitrários e desnecessários como esse as reivindicações
legítimas e necessárias pleiteadas pelos professores em greve, principalmente
no que concerne à luta por melhorias estruturais nas escolas de São Luís, cujo
estado ainda está longe de ser o ideal.
Ao
mesmo tempo, ações sem ganhos reais como a de protestar em frente à casa do
cidadão Edivaldo tendem a insuflar o foco de visão negativa da imprensa sobre
movimentos grevistas no país como um todo, que é o da
"criminalização" dos protestos e reivindicações justas.
Ao se
cobrar de um gestor público melhorias salariais e estruturais deve-se fazê-lo
nos locais propícios para isso, quer seja em frente à sede da Prefeitura de São
Luís ou em frente à Câmara de Vereadores da capital, no tocante à esfera
municipal.
Afinal, em tese, os vereadores (assim como deputados e senadores) também são os "representantes do povo". Há que se cobrar deles o exercício, de fato, desta prerrogativa, muitas vezes esquecida ou negligenciada.
O que
não pode é que atos isolados e minoritários afetem, irresponsavelmente, todo um conjunto de professores que lutam legitimamente por melhores condições de
trabalho, bem como os canais de diálogo com a administração municipal, que tem mostrado esforços e apresentado propostas viáveis para o fim da greve, cujo saldo é o sofrimento de mães e pais que assistem, de mãos atadas, suas crianças terem o futuro prejudicado por estarem sem aula há cerca de um mês.
Muito bem, disse tudo, pegou muito mal mesmo.
ResponderExcluirProtestar em frente à casa da pessoa Edivaldo prejudica só a imagem do movimento grevista e suas reivindicações legítimas.
ExcluirObrigado pela participação.
E quando o prefeito exime-se, esquiva-se do cargo para se tornar um cidadão comum igual eu, você, igual a todos nós sem o poder de decisão que nós o outorgamos para resolver não só esse mais os inúmeros problemas que afligem a cidade, devemos protestar a quem e onde mesmo? Só nas urnas? No fim do mandato? Infelizmente nobre blogueiro até o final do seu mandato, o prefeito será o prefeito, quer num passeio com a família no shop, na praia, no seu lazer... ou seja, entrou para a vida pública, seu mandato pertence ao povo que lhe outorgou, e não existe essa de local específico para protestos... Se não estaríamos dizendo aqui que um protesto em frente a prefeitura atrapalharia um dia inteiro de gestão da máquina pública e consequentemente a cidade como todo... Sentemos e cruzemos os braços a espera do messias tocar o coração de quem já deveria antecipar o movimento gerado e anunciado. Obrigado.
ResponderExcluirPor isso mesmo. O local legítimo para a reivindicação é em frente à Prefeitura ou em frente à Câmara de Vereadores.
ExcluirDo contrário, só estarão contribuindo para o desgaste da imagem do movimento.
Carlos Eduardo Ferreira Soares UMA MATÉRIA EQUIVOCADA! Assim se pode definir essa matéria sobre o protesto dos professores. O primeiro equívoco parte do fato de que o blogueiro que a escreveu não esteve no local nem mesmo ouviu as partes envolvidas. No jornalismo o "estar lá" confere credibilidade à matéria. O segundo equívoco é que o blogueiro parece desconhecer o fato que o sindicato representa sim a totalidade dos professores da rede. O terceiro equívoco diz respeito ao objetivo da manifestação que este afirma ser "protestar contra a decisão judicial que decretou a ilegalidade da greve". Se o objetivo fosse esse o protesto teria ocorrido no TJ, pois ao que nos consta o desembargador que concedeu a decisão liminar monocrática não mora naquele prédio. O quarto equívoco se refere àquilo que o blogueiro chamou de relação público/privado. Vale lembrar que o espaço privado não foi objeto do protesto, pois este foi realizado em via pública e a via em frente ao prédio onde mora o prefeito, acredito, não lhe foi privatizada. O protesto só foi realizado em frente ao prédio onde ele mora porque o prefeito é omisso e irresponsável com o próprio trabalho para o qual o povo o elegeu, pois vários protestos foram realizados em frente a prefeitura e ele nunca esteve em seu local de trabalho nessas oportunidades. Para que estejas melhor informado, sugiro acompanhar a agenda do movimento no site do sindicato. Nela poderá constatar que vários atos já foram realizados em frente a prefeitura e a câmara de vereadores. Ressalto ainda que faço parte do comando de greve e não pertenço à direção do sindicato nem sou filiado a nenhum partido político, diferente da maioria dos jornalistas e blogueiros do Maranhão, pois alguns estão nas folhas de pagamento de políticos locais. Finalmente, encerro com o maior dos equívocos cometidos por este blogueiro ao afirmar que a prefeitura tem feito esforços para resolver a greve. Devo lhe informar que a última reunião de negociação foi realizada dia 16 de maio e só voltamos a nos reunir para discutir a questão neste dia 04 de junto porque os professores solicitaram a intervenção do legislativo municipal. O mais grave é que nesta reunião descobrimos que, apesar de ter prometido um reajuste de 8,32% parcelado, isto não passava de uma manobra do secretário Geraldo Castro para ludibriar a categoria, pois a mensagem que foi enviada para a câmara consta um reajuste de 3%, menos que a metade da inflação do ano no país. Esse é o governo do "Novo" que se vale de velhas práticas já conhecidas de todos nós.
ResponderExcluirComo você foi o único até agora a se identificar nominalmente, concedo-lhe algumas considerações:
ExcluirPrimeiro, não sou filiado a nenhum partido político, e ainda que fosse isso não deslegitima nem diminui meu olhar sobre o direcionamento da greve. Acesse meu "perfil" na parte de cima do blog e saiba quem eu sou;
Segundo, reafirmo que sou contra qualquer ato reivindicatório que invada a intimidade e o ambiente familiar das pessoas. Ele sendo o prefeito, o local para se protestar é em frente à Prefeitura;
Terceiro, além de divulgação de informações, este blog é um espaço de análises e reflexões, o que implica a emissão de opinião do titular sobre os assuntos que julgar pertinentes. No caso em questão, como pode facilmente ser observado tanto no título quanto no conteúdo, não se trata de uma "matéria jornalística", mas sim de um posicionamento crítico quanto à postura de alguns grevistas e à condução do movimento que, reafirmo, só tende a se desgastar ainda mais perante a população caso tais ações se repitam;
E, por fim, que se cobre do secretário de Educação a concretude das propostas através de documentos.
Com a palavra, Geraldo Castro.