quarta-feira, 16 de julho de 2014

Especialistas apontam atraso do Brasil na Educação a distância


É irreversível a tendência de aprendizagem a distância, mas o Brasil está atrasado em termos legislativos e práticos no assunto. Essa foi a conclusão dos debatedores que participaram de audiência pública sobre a implementação do ensino online no Brasil realizada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) nesta quarta-feira (16).

Requerida pelos senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Cyro Miranda (PSDB-GO), presidente da comissão, a audiência reuniu especialistas em tecnologia e educação para tratar do tema. O professor e assessor do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Formiga, afirmou que o Brasil tem implementado a educação a distância num ritmo muito aquém do necessário.

"Existem casos de sucesso, existem muitos bons exemplos a serem seguidos, mas, comparativamente ao padrão internacional, o Brasil ainda está muitíssimo atrasado", disse.

O atraso do país no uso das novas tecnologias para a educação também foi confirmado pelo consultor em projetos educacionais, Edelvício Souza Júnior. Segundo o consultor, o modelo de escola e de educação brasileiras ainda é o mesmo do tempo de nossos avós.

"Nós vivemos hoje a 'Geração Z', em que uma criança nem completou um ano e já sabe perfeitamente, da sua maneira, usar um tablet, usar um celular, sem que ninguém precise ensinar. E nós queremos que essa criança também continue estudando com livro didático, preparando-se para fazer provas do modo convencional", argumentou.

Para o assessor do Ministério da Educação, Rubens de Oliveira Martins, o governo quer usar a educação a distância como estratégia no ensino superior até mesmo para alcançar as metas do Plano Nacional de Educação (PNE), como diminuir as desigualdades de acesso a esse nível de ensino.

"E também para atingirmos as metas de expandir o ensino superior em áreas consideradas mais importantes para o país, seja na educação profissional, tecnológica, seja na educação de jovens e adultos e também no caso daqueles que, por questões financeiras, não podem ter acesso", explicou.

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