“Um governo precisa de uma boa gestão” (Hilton Gonçalo)
Ex-prefeito de Santa Rita por dois
mandatos (2004-2012), Hilton Gonçalo registra um dos maiores índices de
aprovação de governo, que chegam perto dos 85%.
Pré-candidato ao governo pelo
PDT, o médico entra como uma das novas forças da oposição e com reconhecimento
de muitas lideranças por seu trabalho e propostas para o governo.
Nesta
entrevista ao jornal O Imparcial, Gonçalo afirma que o problema do Maranhão é de gestão e diz
acreditar que quando seu nome for oficializado na campanha seu eleitorado vai
expandir.
Para o Maranhão, Hilton Gonçalo afirma
que sua prioridade será a captação de recursos, melhor distribuição de renda e
evitar a fuga de recursos.
Sobre os demais candidatos, o pré-candidato ao
governo diz que Luís Fernando só faz o “arroz com feijão” e os outros não têm experiência em gestão para efeito de comparação.
Quanto à questão da candidatura única
no PDT ou possibilidade do partido indicar o vice na chapa de Flávio Dino
(PCdoB), Hilton Gonçalo desconversou e afirmou apenas que seu partido vem trabalhando com a possibilidade
de uma candidatura própria para ampliar o número de deputados na Assembleia
Legislativa e Câmara Federal.
Acompanhe a íntegra da entrevista:
Por que o senhor deseja ser governador
do Maranhão?
Hilton Gonçalo - Vejo que o problema do
Maranhão é de gestão e para discutir as soluções, tenho que colocar meu nome a
disposição da população com propostas de mudança para superar a crise pelo qual
o Maranhão passa. Tenho várias propostas direcionadas à distribuição de renda,
que priorizam as parcerias e implementam a política de substituição de
importações.
E o que lhe faz crer que pode ser
eleito governador?
Fui eleito prefeito de Santa Rita por
oito anos e lá, assim como nas cidades vizinhas e na região do sertão onde
nasci (Pastos Bons), eu estou vencendo a eleição. Em geral nas outras cidades
estou em segundo e em todo o estado existe espaço para a mudança. Então
significa que quando eu colocar minhas propostas de governo e disser o que já
fiz na cidade que administrei, eu vou expandir o eleitorado em todo o Estado.
No Maranhão precisamos de mudança e alguém que oxigene a política e acho que
represento tudo isso.
Qual será sua prioridade em um eventual
governo?
Um governo precisa de uma boa gestão.
Aumentar a captação de recursos pelo estado, fazer uma melhor distribuição de
renda e evitar a fuga de recursos. Vamos a dois exemplos: aumenta-se a captação
de recursos do IPVA, emplacando os carros que circulam no Maranhão no nosso
próprio estado, o governo do estado aluga carros para servir às secretarias com
placas de outras cidades não maranhenses. O ICMS temos de investir no
empreendedor individual, e facilitar a que as empresas tenham seus endereços
nas cidades maranhenses, e estimular as compras governamentais de empresas locais.
Para distribuir renda podemos implantar o Banco do Povo, o Maranhão é um dos
poucos estados que não há estímulo ao empreendedorismo e implantar programas de
incentivo ao estudo como fiz em Santa Rita onde as pessoas doentes tinham uma
ajuda mensal por três meses, do mesmo jeito para ao pequeno agricultor e para
os jovens. Para evitar a fuga de recursos deve se substituir as importações.
Quais são suas propostas para educação,
saúde e segurança?
Na educação podemos implantar o
programa um computador por aluno, melhorar a infraestrutura da escola,
transporte escolar, inclusive com distribuição de bicicletas e convênios com as
prefeituras, já que muitas vezes elas não conseguem arcar com esse item
sozinhas em relação ao ensino médio, capacitação profissional, interiorização
das universidades, melhorar as condições de trabalho dos profissionais ligados
a educação e acompanhar melhor censo escolar, incentivo com ajudas de custos
para os alunos do ensino médio estudarem.
Sobre saúde as pessoas querem mais
médicos, saúde humanizada e equipamentos nas unidades de saúde. Então
precisamos utilizar mais os enfermeiros e agentes de saúde do PSF, o que já
resolve 80% da saúde preventiva, Assim, utilizaremos os médicos mais na
urgência e emergência. Vamos treinar melhor nosso profissional para atender bem
e equipar e padronizar os hospitais. Também desejo manter um banco de sangue
nas Unidades Regionais que possa ser utilizado por todos os municípios.
Já em relação a Segurança temos que
implantar núcleos de prevenção de acidentes e violência, em Santa Rita nós
criamos um núcleo que juntou juiz, promotor, polícias, agentes de saúde,
igrejas com reuniões mensais após decretar estado de emergência. Graças a isso,
passamos um ano sem ter homicídios no município. Esse NUPEVA, foi resolvendo
todos os gargalos. Para pequenos delitos temos que aplicar penas alternativas
de ressocialização.
E habitação?
É o maior sonho do maranhense, mas hoje
há um déficit de aproximadamente 300 mil casas. Temos que priorizar a
substituição daquelas que já são habitadas, feitas de palha por telha. O que
não quer dizer que não construiremos novas casas. Isso tudo com recursos
próprios oriundos do ICMS principalmente, que pretendemos gastar com habitação
e o Fundo de Combate a Pobreza Rural. Em Santa Rita eu acabei com as moradias
de palhas, substituímos todas de palha por alvenaria.
O Maranhão é um estado que ainda depende
da agricultura. O que o senhor pensa para esse setor?
O Maranhão é hoje o estado mais rural
da federação, com produção de arroz e soja, por exemplo. Mas ainda precisa
estimular o pequeno produtor. Estimular a venda daquilo que já se produz e
estimular mais comercialização para o comércio local, estímulo a feiras de
produtores e exportação do excedente. Vamos criar um agente de produção e
comercialização similar ao agente de saúde para estimular a produção,
comercialização e prestar assistência técnica para o pequeno agricultor
maranhense.
Outra coisa seria estimular a produção
de cana para álcool e açúcar no lugar do capim ocioso, muito comum no estado.
Isso ajudaria a fixar o maranhense em sua terra evitando casos de trabalho
escravo.
Para indústria e o comércio, o que
senhor pensa?
Temos que industrializar
preferencialmente o que importamos hoje e que sejam facilmente comercializadas,
por exemplo, o leite. Calculo que importamos hoje R$1 bilhão em leite, e esse
produto é facilmente produzido no estado. Onde se produz leite em pó aqui no
Estado? Está saindo recursos para outras regiões. Também importamos açúcar. Por
isso precisamos fazer parcerias com as prefeituras para incentivar a produção e
comercialização.
Além disso, temos que criar um órgão
específico direcionado para acompanhar a questão da instalação da refinaria em
Bacabeira, numa ação enérgica para não perder esse investimento no Estado e
fazer parcerias com a FIEMA para utilizar programas de inovação tecnológica.
Fazer como na China que quando a pessoa
abre uma empresa já é perguntado para onde ele pretende exportar. Para isso
temos que utilizar melhor o Porto do Itaqui.
O senhor vem com objetivo de romper a
polarização que pode existir entre as duas principais candidaturas postas até o
momento? O que lhe diferencia dos demais candidatos?
Não sou contra ninguém, sou da via
alternativa e a favor do desenvolvimento com distribuição de renda. Dos outros
candidatos ainda não vi propostas. Luís Fernando faz o “feijão com arroz”
dizendo que vai interligar as sedes dos municípios, mas a população pede é
saúde, segurança, abastecimento de água, emprego. Soa até ridículo só agora
estarmos asfaltando estradas, coisa que deveria ser comum. O que me diferencia
são propostas de dizer o que está errado e fazer o que está certo.
Os demais candidatos não tem
experiência no executivo, Eliziane é do legislativo, assim como Flávio Dino,
que exerceu cargo na Embratur mas, a nossa população não acompanha muito essas
ações e o Luís Pedrosa não exerceu ainda cargo que possa fazer um paralelo.
Meus dados são melhores que o de São
José de Ribamar, melhorei o IDEB, os índices de combate a mortalidade infantil,
casas com recursos próprios, escolas.
O senhor acredita que o PDT lhe dará
condições para disputar o governo?
Acredito. Nosso acordo com ambas as
partes divergentes do partido é que fizéssemos essa discussão dentro do
partido. Na eleição passada não elegemos nenhum deputado federal, mas tivemos
200 mil votos, enquanto o PSDB teve 290 mil votos e fez três. Coligamos de uma
forma que não beneficiou o PDT. Agora o próprio ministro Carlos Lupi falou que
o PDT tem que fazer uma bancada de deputados federais e se formos para o chapão
é suicídio. Além de minha candidatura aparecer com pontuação significativa nas
pesquisas, temos que fazer essa discussão da eleição proporcional. O PDT hoje
está muito maduro em relação a essa discussão e no segundo turno, vamos pensar
o que fazer. O fato é que a partir de abril vamos intensificar a campanha por
conta das mudanças no quadro político federal e estadual.
E sobre a possibilidade de ser vice de
Flávio Dino?
Como respondi na questão anterior é que
o acordo que temos no PDT é para fazer essa discussão interna da minha
candidatura a governador e com quem vamos coligar para deputado federal e
estadual. Eu defendo que coligue com outros partidos que tenham apenas um
deputado eleito para não corrermos o risco de não eleger ninguém.
Com informações de O Imparcial
muito bom o blog, adorei!!
ResponderExcluirObrigado! Participe sempre que desejar. Este blog é nosso!
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