Durante muitos anos, Coelho Neto foi o escritor mais lido do Brasil
Nascido em Caxias no dia 21 de
fevereiro de 1864, Henrique Maximiano Coelho Neto ou, simplesmente, Coelho
Neto, possuía diversas facetas. Romancista, professor, poeta, crítico,
teatrólogo, político, contista e memorialista, o escritor é patrono fundador da
cadeira número 2 da Academia Brasileira de Letras (ABL).
No Maranhão, o reconhecimento do
talento de Coelho Neto pela Academia Maranhense de Letras (AML) só ocorreu em
1934, como afirma o professor José Dino Cavalcante. “A AML foi fundada em 1908,
com 20 cadeiras. Na fundação, Coelho Neto não foi homenageado por nenhum dos
membros-fundadores, uma vez que, com raras exceções, o patrono, já falecido,
deveria ser um grande nome das letras ou das ciências. Porém, ainda em 1934,
com a mudança do estatuto da entidade, o número de cadeiras passou para 25. Com
novos membros-fundadores, Coelho Neto passou a ser patrono da cadeira 24, tendo
Joaquim Dourado como fundador”, afirma.
Coelho Neto tinha apenas seis anos de
idade quando se mudou, com seus pais, Antônio da Fonseca Coelho e AnaSilvestre
Coelho, para o Rio de Janeiro. A capital carioca, inclusive, é o local onde
faleceu, em 28 de novembro de 1934. Apesar de seu falecimento, aos 70 anos de
idade, Coelho Neto continua vivo na memória dos admiradores de sua extensa
obra, que foi cultivada em praticamente todos os gêneros literários e o fez ser
considerado, por muitos anos, o escritor mais lido do Brasil.
Assim, dono de diversos talentos,
Coelho Neto passou por vários gêneros da literatura, escrevendo também para
crianças. “Coelho Neto escreveu, em parceria com o grande poeta Olavo Bilac, um
livro dedicado às crianças. O livro foi escrito em um tempo recorde, pois o editor
já tinha adiantado a Bilac uma parte do dinheiro”, conta José Dino.
Ainda que pertencentes a uma
determinada época, os clássicos do romancista podem ter um grande
aproveitamentoliterário nos dias atuais. “Um exemplo é o livro de memórias
‘Canteiro de Saudades’, em que o autor escreve sobre sua infância, sobre a
figura de Papai Noel, sobre os presentes de Natal, sobre o Ano Novo, sobre o
processo de alfabetização, entre outros”, declara.
Principais obras:
Contos - Rapsódias (1891); Baladilhas
(1894); Fruto proibido (1895); Álbum de Caliban (1897); Vida mundana (1909);
Banzo (1913); Contos da vida e da morte (1927); A cidade maravilhosa (1928).
Principais romances:
A capital federal (1893); Miragem
(1895); O rei fantasma (1895); Inverno em flor (1897); O rajá do Pendjab
(1898); A Conquita (1899); A tormenta (1901); Turbilhão (1906); Rei negro
(1914); Mano, Livro da Saudade (1924); O polvo (1924); Imortalidade (1926); A
cidade maravilhosa (1928); Fogo fátuo (1929).
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