"Vergonhoso é perceber o quanto nós, mulheres, somos massacradas por essa cultura machista"
Por Hugo Freitas
Uma internauta, ao comentar o texto
publicado pelo blog sobre a venda de camisetas da empresa Adidas com conotação
sexual referente à Copa do Mundo no Brasil (reveja aqui), deu um exemplo de lucidez e de
pensamento crítico sobre o assunto.
Após um homem ter se manifestado nas
redes sociais responsabilizando as mulheres pela imagem "vendida lá
fora" de um "paraíso sexual" no país, a internauta Jarlisse
Nina, que é professora concursada da rede municipal de ensino de São Luís,
assim se manifestou:
"A culpabilização dos indivíduos,
neste caso, das mulheres, realmente é o atalho mais fácil e também o mais
equivocado para explicar este tipo de fenômeno... Analisar a conjuntura e a
história do sexo feminino no Brasil realmente parece ser tarefa muito complexa
para quem tende a enxergar o imediato... Em minha humilde opinião, vergonhoso é
perceber o quanto nós, mulheres, somos massacradas por essa cultura
machista..."
A fala de Jarlisse reflete bem o quanto
ainda somos dominados por uma "cultura machista", sendo
uma exceção à regra em meio a tantas mulheres que a reproduzem-na, mesmo sem se dar conta disso.
Além disso, é um excelente exemplo de que para compreendermos o processo atual de exploração sexual da imagem das mulheres brasileiras é necessário enredarmos a discussão recuando na história do movimento feminista no Brasil e no mundo e pontuando os elementos que conduziram as mulheres à conquista de avanços fundamentais para o estabelecimento de certo equilíbrio entre os sexos, desde o ingresso tardio no mercado de trabalho até o direito ao voto, garantido legalmente apenas a partir da década de 1930, durante o período conhecido como "a Era Vargas", entre outras conquistas.
Portanto, temos que mostrar aos
"yankees" que existem pessoas no Brasil dispostas a acabar com esse
tipo de "turismo" em ocasiões de grandiosos eventos esportivos, das autoridades públicas a professoras conscientes de que o combate à discriminação e o preconceito contra
as mulheres brasileiras é uma luta árdua e lenta, porém existente.
As presentes e futurações gerações agradecem!!!
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