Por Hugo Freitas
O ano de 2012 marca o bicentenário de
nascimento do historiador, jornalista e escritor João Francisco Lisboa
(1812-1863), considerado pela Academia Brasileira de Letras um dos grandes
autores clássicos do Brasil.
Nas palavras do escritor e membro da
Academia Brasileira de Letras, Arnaldo Niskier, João Francisco Lisboa
"viveu 51 anos intensos e prestou relevantes serviços ao Brasil resgatando
importantes documentos históricos quando trabalhou em Portugal, intimamente
ligado ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro", do qual era
sócio-membro.
A exemplo do centenário de sua morte em
1963, em que a Academia Maranhense de Letras (AML) promoveu uma série de atos
públicos em memória do filho ilustre, também hoje (29), a partir das 18h,
acontecerá uma vasta programação para render homenagens ao trabalho e
contribuição que João Lisboa deixou para o Maranhão e Brasil.
A programação teve início nesta tarde,
no Largo do Carmo, com a colocação de uma nova placa na base da estátua do
grande escritor maranhense, que há 10 anos havia sido arrancada por
vândalos.
Segundo o presidente da AML, Benedito
Buzar, a colocação da placa é uma forma de dar visibilidade ao monumento do historiador, colaborando para a sua identificação por parte dos turistas e
estudantes. "Às vezes quem passa não conhece, quer saber quem é e essa
placa vai permitir que o conjunto da obra fique completo", afirmou Buzar em entrevista à imprensa local.
Programação
A partir das 18h, na sede da AML, na
rua da Paz, o acadêmico Sálvio Dino profere palestra sobre a vida e obra de
João Lisboa.
A seguir, serão entregues medalhas a diversas personalidades e o
encerramento será com o lançamento de dois livros sobre João Lisboa: "João
Francisco Lisboa, O Timon Maranhense" (Edições do Senado Federal/2012) e "Notícias
Acerca da Vida e Obras de João Francisco Lisboa" (Edições AML/2012). Os
dois livros serão vendidos no local pelo preço de R$ 20 cada. Na compra dos
dois exemplares, o público pagará apenas R$ 30,00, uma boa forma de estimular a
leitura e o aprofundamento sobre a vida e a obra de um dos maiores nomes da literatura maranhense.
Carreira
João Francisco Lisboa nasceu em
Pirapemas, no dia 2 de março de 1812 e faleceu em Lisboa no dia 26 de abril de
1863. Os restos mortais do notável historiador só chegaram a São Luís no dia 24
de maio de 1864, e, por decisão da Câmara Municipal, foram enterrados na
capela-mor da Igreja do Convento de Nossa Senhora do Carmo.
Lisboa foi militar, político,
historiador e o principal crítico dos costumes de sua época, postura distintiva
em relação aos seus pares. Foi ele o primeiro a questionar, já nos idos do
século XIX, a alcunha atribuída à cidade de São Luís de "Atenas
Brasileira", talhada pelos próprios literatos de sua época.
Trabalhou nos jornais "Farol Maranhense", "Eco do Norte" e "Crônica Maranhense". Foi acusado de participação na Balaiada
(1838-41) e defendeu a anistia aos insurgentes da Revolução Praieira (1848-49).
A escrita era sua arma de contestação.
Depois do desencanto com a vida
pública, passa a se dedicar ao Jornal de Timon, sua obra de maior destaque,
cujo primeiro número foi impresso em 25 de junho de 1852, com 100 folhas e
totalmente redigido por ele. Tal feito o fez entrar para o Instituto Histórico
e Geográfico Brasileiro por indicação do também maranhense Gonçalves Dias.
"... queria dizer-lhe que o havia proposto para sócio do Instituto; esse
título é hoje alguma coisa cobiçada, ainda que tenha sido, há bem pouco tempo,
conferido, e talvez mesmo oferecido sem muito escrúpulo. O seu Timon foi a
ocasião da proposta" (trecho da carta de Gonçalves Dias enviada a João
Lisboa em 1853).
Monumento
A estátua em homenagem a João Lisboa,
que também dá nome à Praça, em São Luís, foi erguida em 1918 e esculpida pelo artista
francês Jean Magrou, em comemoração ao centenário do augusto escritor. Inicialmente ela
foi fixada no Largo do Carmo, em frente à Igreja; depois, em 1941, deslocada
para a atual localização. Sob este monumento, estão as cinzas do ilustre patrono da
cadeira nº 11 da Academia Maranhense de Letras.
Com informações de O Imparcial
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Grato pela participação.