Edivaldo Holanda Júnior e Roberto Rocha, "os eleitos"
Por Hugo Freitas
Teve ampla repercussão nos jornais e
blogs locais a fala do presidente municipal do PCdoB de São Luís, Márcio Jerry,
sobre o posicionamento do vice-prefeito eleito Roberto Rocha, que em entrevista
cogitou a possibilidade de aumento no preço das tarifas dos ônibus da cidade.
Roberto Rocha, que também é o presidente
da Comissão de Transição do prefeito eleito Edivaldo Holanda Júnior, afirmou em
declaração dada ao jornal O Estado do Maranhão deste domingo (11) não descartar a hipótese de
reajuste nas passagens dos coletivos.
"Essa necessidade de aumento da tarifa já
vem de algum tempo. As empresas estão com dificuldade e podem descambar para a
falta de pagamento dos funcionários, que podem paralisar os serviços. A tarifa
barata não permite cobrar transporte de qualidade. Se for fazer uma licitação
com tarifa de R$ 2,10 quem é que comparece? Qual empresa no Brasil terá
interesse em concorrer com uma tarifa nesse valor? Nenhuma. É preciso ser
justo", afirmou Rocha.
Flávio Dino e Márcio Jerry, "os partidários"
Por sua vez, em tom de “quebra de
hierarquia”, Márcio Jerry, o presidente partidário desautorizou a fala do
vice-prefeito, dizendo tratar-se de uma manifestação de opinião pessoal de
Rocha.
“Não conversei com o vice-prefeito até o momento, mas posso afirmar que
o pensamento do partido é corrigir os problemas do serviço de transporte
público sem onerar o usuário. Não há pensamento de reajuste. A posição de
Roberto Rocha é individual, não é a do prefeito. Edivaldo não pretende
reajustar a tarifa de ônibus. O assunto ainda não foi tratado pelos partidos
após a eleição municipal, ainda será colocado em debate”, afirmou Jerry.
Diante desta “saia justa”, torna-se
bastante pertinente a pergunta em epígrafe: Afinal, quem manda no governo
municipal de Holanda Júnior?
Será Flávio Dino, que tendo sido o maior cabo eleitoral do prefeito eleito visa agora somar forças para sua candidatura ao Governo do Estado em 2014? Será Márcio Jerry, principal articulador político e organizador da campanha vitoriosa de Edivaldo que ao falar por seu partido, acabou falando por todas as siglas aliadas, inclusive pelo próprio prefeito recém-eleito? Será Roberto Rocha, cujo protagonismo nesse momento de transição sobreleva sua imagem no cenário político local, demonstrando ter maior afã para gerir a cidade? Ou será Edivaldo, que tem a dura missão de aglutinar os egos imperativos e os projetos individuais de todos aqueles que apoiaram sua candidatura? Cabe ao leitor ponderar os questionamentos e aventar as possibilidades.
No mais, enquanto o prefeito eleito estava
fazendo um tour por alguns órgãos de Brasília, em busca do fortalecimento de
apoios institucionais junto ao governo federal para sua administração, que se
inicia a partir de 1º de janeiro de 2013, seus aliados tratavam de produzir falas
e pronunciamentos dissonantes, que nem de longe remetem a um clima de
“harmonia” do grupo que acabou de sair vitorioso das urnas nas eleições de 28 de outubro.
Em se tratando de uma aliança costurada
entre “novas” e “velhas” lideranças políticas de “oposição” a Castelo e Sarney
no Maranhão, que inclusive conta com participantes que já estiveram do “outro
lado” da margem esquerda do rio, qualquer descuido pode ser “fatal” para a
manutenção dos acordos que os unem, tornando seus laços mais instáveis e menos
duradouras as relações de reciprocidade.
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