Por Hugo Freitas
Em decorrência dos atos de rememoração
dos 50 anos do Golpe Militar que depôs o presidente eleito democraticamente
João Goulart e instalou uma ditadura comandada pelos generais do Exército
nacional, apoiados financeira e militarmente pelos Estados Unidos, uma polêmica discussão veio à tona na Assembleia Legislativa: a
proposta de mudança dos nomes dos locais públicos dados em homenagem a
apoiadores ou líderes do regime militar no Maranhão.
O deputado Rubens Jr (PCdoB), líder do
Bloco Parlamentar de Oposição (BPO), afirmou em sessão plenária na Casa Legislativa que a sociedade
maranhense acabou por homenagear aqueles que deram um golpe na democracia
brasileira.
"O que nós percebemos são homenagens
em todos os cantos da cidade, do Estado e do país, homenagens aos maiores
torturadores, opressores, golpistas da recente história do Brasil”, afirmou o
"elitizado" comunista.
As palavras de Rubens encontram eco, de
fato, na realidade geográfica maranhense. Enquanto na Itália e na Alemanha não
se encontra nenhuma rua, avenida ou museu chamado Benito Mussolini ou Adolf
Hiltler, no Maranhão existem 115 escolas estaduais ou municipais com nome
de presidentes do regime militar tupiniquim: 45 Castelo Branco, 25 Costa e Silva, 32
Garrastazu Médici, 8 Ernesto Geisel e 5 João Batista Figueiredo.
Além disso, o único município
maranhense que homenageia um ditador pós-64 chama-se "Presidente
Médici", justamente o general-presidente considerado o mais
"linha-dura" dos militares que ocuparam o "trono" da
República durante os 21 anos do regime militar no país. Antes disso, a cidade
era conhecida como Santa Teresa, nome de origem daquele povoado.
Aproveitando-se do momento em que se
rememora as agruras de uma ditadura instalada no país com o apoio das classes
média e alta da sociedade brasileira (imprensa, empresários, industriais,
funcionários públicos, membros da Igreja Católica, dentre outros
"burgueses" que lutavam contra o "espectro do comunismo"),
o deputado Rubens Pereira Jr., que é comunista de filiação partidária,
propõe a mudança dos nomes das localidades citadas por outros que
"realmente merecem". Provavelmente, de pessoas ligadas aos comunas ou
aos guerrilheiros de esquerda do país.
O problema é que Rubens Jr. não toca
nas localidades que possuem em sua taxonomia os sobrenomes "Sarney",
"Lobão", "Murad", dentre outras "siglas
familiares" que apoiaram e foram apoiadas pelo regime militar no Maranhão. Será por causa das relações estreitas entre o patriarca da família Pereira, o ex-deputado Rubens Pereira (pai de Rubens Jr.), e as "grandes famílias" do estado???
Ao falar das "homenagens aos ditadores" no Maranhão, o burguês deputado
comunista não toca naquelas localidades cujos nomes levam o DNA de membros da dita
"oposição dinista", como "os Tavares", "os
Rocha", dentre outros célebres sobrenomes que compõem o chamado
"antissarneysismo" e que figuram solenemente nos espaços
geográficos de São Luís, para quem infringir a lei que proíbe a denominação de
logradouros públicos com nomes de pessoas ainda vivas é "ação delituosa
exclusiva dos sarneys" e dos defensores do regime militar.
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