quinta-feira, 24 de abril de 2014

O FAVORITISMO DE FLÁVIO DINO E O AUMENTO DA "REJEIÇÃO" AOS CANDIDATOS

Flávio Dino e Edinho Lobão: corrida contra o tempo e em busca dos "indecisos"

Por Hugo Freitas

Uma nova pesquisa do Instituto DataM foi divulgada sobre o novo cenário eleitoral no Maranhão. O candidato oposicionista Flávio Dino (PCdoB) lidera a corrida com 62,5% das intenções de votos, seguido pelo recém-empossado ao posto de pré-candidato governista Edinho Lobão (PMDB), que aparece com 12,2%. Marcos Silva (PSTU) tem 3,3% e Pedrosa (PSol) 2,3%.

De acordo com o levantamento, Flávio tem 50 pontos percentuais a mais que Edinho, o que confere ao candidato comunista um status de grande favorito à vitória nas urnas em outubro, já que o senador e filho do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), conta com o apoio da governadora Roseana Sarney (PMDB) e com a maioria dos deputados da Assembleia, e, mesmo assim, não chegou nem perto da casa dos 20%, como pontuava o ex-pré-candidato Luís Fernando Silva (PMDB), que foi "sacado" da disputa eleitoral com a permanência de Roseana no governo.

Por outro lado, contudo, percebe-se que os números que traduzem os eleitores indecisos e os que não votariam em nenhum dos candidatos, somados ultrapassam a faixa dos 50% do eleitorado maranhense. É um dado bastante alto, haja vista que tal "indefinição" demonstra uma espécie de "rejeição" dos entrevistados às candidaturas postas.

Inegavelmente, Flávio Dino é o amplo favorito a se tornar o novo governador do Maranhão, posição que ocupa e mantém desde os primeiros levantamentos já realizados, em todos os cenários possíveis. Diante do esfacelamento da união do grupo governista (característica até então muito mais acentuada e visível no campo oposicionista) e com a falta de visão política dos candidatos mais à "esquerda" sobre o funcionamento das engrenagens do processo eleitoral no Maranhão (e no Brasil como um todo), Flávio consegue atrair para si todas as atenções e intenções da classe política maranhense, inclusive de membros do grupo governista

Mas para garantir o assento na cadeira-mor do Palácio dos Leões Dino tem de lutar para tentar convencer essa significativa parcela da população que ainda não vota nele a mudar de ideia. Segundo o DataM, Flávio aparece com 10,5% de rejeição, atrás de Lobão Filho (35,5%) e Luís Pedrosa (14,5%). Nesse quesito, o eleitor é questionado sobre em quem não votaria de jeito nenhum.

No cômputo geral, 48,8% dos entrevistados disseram não saber ou ainda não tem candidato definido na pesquisa espontânea, aquela em que não são apresentadas as possíveis candidaturas. Outros 11,6% responderam que votariam branco ou nulo; e 8,2% disseram não saber ou não quiseram responder.

Pesquisa estimulada (Fonte: Instituto DataM)

Trocando em miúdos, apesar do favoritismo de Flávio, a corrida eleitoral ainda está em aberto, precisamente por conta desses significativos dados que apontam um alto índice de rejeição às candidaturas estabelecidas para o pleito vindouro. A missão de Dino agora é canalizar o descontentamento de tais "indecisos" com propostas, projetos e, principalmente, alianças político-partidárias um tanto quanto mais coerentes com a sigla que representa, o PCdoB.

Entendo que tentar coligar com três candidatos presidenciáveis que não se "bicam" na esfera nacional pode ser um fator complicador a mais para tal índice de "rejeição" na esfera estadual, haja vista que o eleitor maranhense não afeito às dinâmicas da política tende a simplificar tal escopo de alianças múltiplas costurada por Flávio com um jargão popular: "tudo farinha do mesmo saco".

Por sua vez, o candidato governista, que simplesmente representa a manutenção das duas famílias mais "poderosas" do Maranhão, Sarney e Lobão, terá de remar, e muito, para chegar próximo de um percentual que leve a disputa para um eventual segundo turno. Além de uma biografia nada, digamos assim, "popular", Edinho Lobão acaba de pegar o ônibus lotado e em movimento. Para sentar na janela, terá que ter muito jogo de cintura, negociação política e, principalmente, habilidade para dialogar com aqueles com quem não tem o costume: o povo soberano do Maranhão.

A pesquisa Data M está registrada no TRE/MA sob protocolo 006/2014 e foi realizada entre os dias 19 e 22 deste mês. Foram consultados 1500 eleitores em diversas regiões do Maranhão e a margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

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