Enfim, os boatos tornaram-se factuais. Cerca de 700 alunos do Centro Universitário do Maranhão, o Uniceuma, estão sendo investigados pela polícia por compra de resultados em disciplinas dos diversos cursos oferecidos pela instituição de ensino superior.
A maioria dos alunos envolvidos no caso de alteração de notas são de cursos da área da saúde, como Medicina, Odontologia (estes dois os mais caros do Uniceuma, com mensalidades que giram em torno de três mil reais) e Enfermagem, além de Direito e Engenharia.
A fraude foi denunciada pela própria reitoria da instituição à polícia, no início da semana.
De acordo com o delegado Breno Galdino, da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC), já foram interrogados 20 alunos suspeitos de envolvimento com a fraude. Eles disseram estar surpresos com a adulteração das notas e negaram ter ligação com o caso.
O delegado disse que as investigações estão em fase inicial e não se tem muitas informações sobre os envolvidos. "Estamos construindo como se dá essa quadrilha, como ela vem agindo. Como foram sendo cooptados os alunos para fazer essa adulteração de notas. E quem estava recebendo. De posse desse material, chegaremos aos culpados", ressaltou Galdino.
Já foi constatada a existência de disciplinas em que o aluno figurava no sistema como "aprovado", sem ter feito nenhuma prova durante um semestre inteiro. Segundo a Seic, existem até casos envolvendo alunos já formados.
A principal suspeita é que alguém de dentro do próprio Uniceuma estaria modificando no sistema da instituição as notas de algumas disciplinas em troca de dinheiro.
O reitor do Uniceuma, Marcos Barros, se pronunciou à imprensa sobre a fraude por ele denunciada. "Nós fizemos uma auditoria e ao detectamos as adulterações, procuramos a polícia. Isso mostra nosso compromisso com a verdade", disse o reitor.
Nenhum estudante foi punido formalmente, até o momento, e nenhum funcionário afastado. "Precisamos ter certeza dos envolvimentos para procedermos às punições", asseverou o reitor.
Identificados os beneficiados com a fraude, estes poderão ser expulsos da instituição e terem os diplomas cassados, no caso daqueles que já se formaram.
A Seic informou que está apurando o caso de forma sigilosa.
Porém, irresponsavelmente, alguns blogueiros começaram a divulgar supostos nomes de filhos de figurões envolvidos no esquema, o que abre precedente jurídico até mesmo para processo por parte daqueles que tiverem seus nomes inclusos na lista dos "fofoqueiros de plantão", sempre preocupados aporcalhadamente com a "audiência".
Hugo Freitas
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