Lidiane Leite da Silva (PRB), prefeita de Bom Jardim, não recebe os professores do município para discutir as reivindicações da categoria e pôr fim à greve
O Sindicato dos Servidores da Justiça
do Estado do Maranhão (SINDJUS/MA) manifestou solidariedade aos professores de
Bom Jardim, em greve desde o dia 27 de abril. Como forma de apoio ao
movimento paredista, o presidente da entidade, Aníbal Lins, que é também
primeiro secretário nacional da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil,
participou de reuniões com os professores.
Lins lamentou que a prefeita de Bom
Jardim, Lidiane Leite da Silva (PRB), tenha rebaixado o nível do debate com os
professores que estão em greve, os quais ela classificou, segundo o dirigente,
de “mercenários”. “Não podemos admitir que uma pessoa escolhida pela população
trate os professores dessa forma, em vez de priorizar a abertura de negociação
e restabelecer o diálogo com a categoria”, criticou o sindicalista.
Reivindicações dos professores
De acordo com a presidente do
Sinprobem, professora Elisângela Carvalho, a categoria pede pouco mais de 13%
de reajuste salarial. Com o aumento, os docentes passariam seus vencimentos dos atuais R$
1.697,37 para R$ 1.917,78.
Os professores do município tentam,
desde dezembro do ano passado, uma reunião com a prefeita Lidiane. “Tentamos
conversar de todas as formas com a prefeita desde o final do ano passado, mas ainda não tivemos uma resposta positiva”,
afirmou a presidente do Sinprobem.
No último domingo (03), os professores
emitiram uma nota de repúdio contra a prefeita, na qual chamava de mentiroso um
comunicado veiculado por meio de carros de som na cidade. No documento, o
Sinprobem questiona o destino da merenda escolar na rede municipal de ensino, a
falta de material didático, a superlotação nas salas de aula e ainda a ausência
de profissionais em outras localidades do município.
Professores de Bom Jardim recebem apoio do Sindjus/MA para fortalecer movimento grevista
Há menos de seis meses, a Justiça
do Maranhão determinou que a chefe do executivo municipal fosse afastada do
cargo por 180 dias. Segundo o juiz Raul José Duarte Goulart Júnior,
titular da Comarca de Bom Jardim, a prefeita prestou informações falsas com o
objetivo de tentar demonstrar o regular cumprimento das determinações
judiciais.
Dois meses antes, em outubro de 2014, o “Bom
Dia, Brasil” mostrou que os alunos estavam sendo liberados mais cedo em razão
da falta de merenda e estrutura no município. A situação foi classificada pelo
jornalístico global como “absurda”.
Desde 2013, o Ministério Público
estadual já entrou com sete ações civis públicas contra Lidiane, que chegou a
ser retirada do cargo de prefeita, mas conseguiu retornar pouco tempo depois
com a ajuda de uma liminar obtida no TJMA.
Repasses federais
A Prefeitura de Bom Jardim recebeu do
Governo Federal, apenas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), quase R$ 4,5
milhões. O repasse foi feito entre janeiro, fevereiro e março de 2015.
Apenas em março deste ano, a Prefeitura
de Bom Jardim recebeu mais de R$ 80 mil apenas no âmbito do Programa de Apoio à
Alimentação Escolar na Educação Básica, segundo o Portal da Transparência do
Governo Federal.
Em 2014, Bom Jardim recebeu R$ 16,3 milhões
para programas relacionados à Educação, entre os quais o Programa Nacional de
Apoio ao Transporte Escolar (Pnate), Infraestrutura para Educação Básica e
Apoio à Alimentação Escolar na Educação Básica.
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