CASTELO SAI DERROTADO DO DEBATE NA RÁDIO MIRANTE AM

Por Hugo Freitas

O debate realizado na Rádio Mirante AM, na manhã desta terça-feira (23), serviu para mostrar bem ao eleitor os perfis dos dois candidatos que disputam o segundo turno em São Luís: Castelo desesperado com a iminente derrota apontada por todas as pesquisas e Edivaldo seguro e confiante na vitória da mudança.

Enquanto o prefeito João Castelo (PSDB) demonstrou, do início ao fim do debate, total nervosismo e despreparo, atacando veementemente seu adversário, Edivaldo Holanda Júnior postou-se exemplarmente, não caindo nas provocações do tucano e apresentando propostas para a população, respeitando assim a inteligência e a paciência do ouvinte eleitor.

A tática utilizada por Castelo e sua equipe de assessores foi ancorar-se ferozmente num vídeo divulgado na internet e utilizado em seu programa eleitoral na TV, cuja veiculação já foi proibido pela Justiça (releia aqui), desferindo ataques pessoais ao seu oponente e à sua família, esvaziando, assim, o objetivo de um debate, que é o de apresentar propostas de melhorias e soluções para os problemas da cidade.

Por sua vez, Edivaldo manteve uma postura bem diferente da que ele teve no debate realizado na TV Mirante, ainda no primeiro turno. Sereno, seguro e com voz firme, pautado numa lógica propositiva de discussão de ideias, o candidato da coligação "Muda São Luís" não caiu nas provocações do tucano. "Vim debater propostas e não bater boca com o senhor", disse Edivaldo a Castelo.

O nervosismo do prefeito tucano estava estampado em sua fala e no tom da sua voz. Reiteradas vezes, Castelo recorria a um discurso que remonta aos tempos da Ditadura Militar, da qual o atual prefeito é sub-produto. Ele insinuou que os militares maranhenses que declararam apoio a Edivaldo atuam na "marginalidade"; e chamou os membros do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) de "subversivos" e "fascistas", sem dizer quem ordenou a prisão dos mesmos militares no silêncio da noite desta segunda-feira (21) (veja aqui).

Em seus espasmos memorialísticos, citou obras que realizou há mais de 30 anos, quando foi Governador do Maranhão indicado pela Ditadura Militar. Castelo arrotou que foi ele quem construiu o Sistema Italuís de abastecimento. Contudo, não soube explicar, quando perguntado, o porquê da constante falta d'água na cidade e os inúmeros rompimentos da adutora. Também não soube explicar porque nada fez para evitar a poluição de todas as praias de São Luís.

Além disso, Castelo não conseguiu esclarecer aos ouvintes o não cumprimento das promessas feitas ainda na campanha de 2008, quando ele foi eleito. Dentre os exemplos, o tucano disse que as 37 escolas prometidas não foram construídas porque ainda não existia o projeto "Brasil Carinhoso", da presidenta Dilma Roussef. Com isso, Castelo confessou que o que faz como prefeito é colocar a placa da Prefeitura de São Luís nas obras financiadas pelo Governo Federal, tal como os seus aliados do grupo Sarney.

Numa ação de total descontrole, Castelo tentou ainda convencer o mediador Roberto Fernandes a receber certos documentos para apresentar no debate. O jornalista explicou que sua função era de "mediador" e não de "assessor de imprensa", esclarecendo ao tucano que eles estavam numa rádio e não na TV.

Em suas considerações finais, Castelo extrapolou seu tempo, voltou a agredir seu adversário e, novamente, falou do polêmico vídeo, único argumento utilizado pelo tucano durante todo o debate para fazer frente às propostas de Edivaldo.

Por sua vez, Edivaldo Júnior fechou com chave de ouro sua participação, dentro do tempo, mantendo-se seguro diante das provocações e ofensas do adversário e conclamando a população a acreditar e a votar na mudança em São Luís. "Na prefeitura, vou combater a corrupção para que sobrem recursos para investir em projetos que beneficiem a população. Conheço os problemas de toda a cidade, pois estou permanentemente nas comunidades. Acredito na política como instrumento de transformação da sociedade. Não entrei na política para me servir, mas para servir à população. No dia 28 de outubro, a mudança em São Luís tem nome e número: Edivaldo Holanda Júnior, 36".