Sérgio Muniz, juiz da 2ª Zona de São Luís
Por Hugo Freitas
Que a Justiça maranhense, como em quase
todo o país, não tem nada de cega isso não é novidade, como já argumentei em
artigo oportuno (verificar a página de "artigos" no blog). Para o presente texto, basta dizer que a escolha dos togados
que compõem as Cortes brasileiras são feitas por políticos, desde os governadores até o Presidente da República. E isso garantido
pela Constituição.
Mas a decisão deste sábado (20) do juiz
da 2ª Zona da capital, Sérgio Muniz, no mínimo, é absurda. O referido
magistrado proibiu a divulgação da pesquisa eleitoral que aponta a liderança do
candidato da coligação "Muda São Luís", Edivaldo Holanda Júnior (PTC),
em quase 20 pontos percentuais de vantagem em relação a seu oponente, o
prefeito João Castelo (PSDB), cerceando assim a liberdade de imprensa e privando a população do direito sagrado à informação, justamente faltando apenas uma semana para o 2º turno em São Luís.
A pesquisa realizada pelo instituto
DataM, que seria divulgada na edição deste domingo (21) no jornal O Imparcial,
foi proibida de ser veiculada sob a alegação (pasmem!!!) de implicar em
"prejuízo irreparável aos interesses da coligação requerente ("Pra
Fazer Muito Mais", do tucano Castelo).
Não satisfeito em proibir a publicação
da pesquisa em um jornal de grande circulação na capital, o magistrado
estipulou multa no valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), em caso de descumprimento de sua
sentença. O valor é altamente abusivo e demonstra o total autoritarismo com que age o togado maranhense, típico representante das práticas políticas que remontam à República Velha, quando os coronéis comandavam (e ainda comandam) com mão de ferro a Justiça, a Polícia e a Imprensa.
Os argumentos do juiz incidem sobre a
não publicação dos votos brancos e nulos pelo DataM nas pesquisas já
realizadas, a que o togado chamou de "indícios de irregularidades",
já que a pesquisa poderá divulgar "dados incorretos".
Deveria saber o referido magistrado que
toda pesquisa de intenção de votos está cimentada num espaço amostral, num
universo delimitado de entrevistados. A partir daí, é que se pode computar os
dados percentuais que tomam ares de generalidade. Por ser desta natureza, nenhum levantamento eleitoral é "preciso" em seus números para além do universo pesquisado; daí o porquê do realce da "margem de erro".
Quanto ao aspecto dos votos brancos e nulos, a própria Justiça Eleitoral não os toma em consideração. Segundo súmula do Tribunal Superior Eleitoral, para fins de cômputo geral das eleições, são descartados os votos brancos e nulos. Portanto, uma vez que tais votos não são considerados válidos, nenhum instituto de pesquisa é obrigado a levá-los em apreciação.
Flávio Dino e Sérgio Muniz trocam "gentilezas"
Discussão nas redes sociais
O presidente da Embratur e principal
cabo eleitoral de Edivaldo Júnior, o ex-juiz federal Flávio Dino criticou
veementemente a decisão de Sérgio Muniz, chegando a chamá-lo de
"incompetente", via twitter. "Decisão absurda de um juiz
incompetente impedindo um jornal a publicar pesquisa a pedido de Castelo. O que
mais ainda veremos no Maranhão?", disse Flávio em seu microblog.
Dino disse, ainda em seu twitter, que
irá denunciar a decisão de Muniz nas instâncias judiciais superiores.
"Vamos denunciar ao Conselho Nacional de Justica e a Corregedoria do TSE,
pois não vamos aceitar decisões absurdas e parciais", asseverou.
Flávio Dino afirmou também que chegou a ser agredido fisicamente por Sérgio Muniz, em visita ao TRE-MA acompanhado de advogados. "Nunca pensei nisso. Vim ao TRE falar com o Procurador Eleitoral. No corredor, fui agredido p/ Sérgio Muniz, que me empurrou aos gritos", denunciou Dino em seu twitter.
Por sua vez, em seu perfil no facebook,
Sérgio Muniz rebateu as críticas de Flávio e defendeu-se afirmando que não
julga motivado por "querelas políticas". “Incompetente quem mostra
ser é Vossa Excelência. Se não concorda com a decisão peça que aqueles que se
julgarem prejudicados recorram. A decisão de absurda não tem nada conquanto
pautada na prova dos autos que aponta grave irregularidade na produção dos
dados. Você pelo jeito esqueceu o que aprendeu na universidade e na carreira de
magistrado, passando a demonstrar pro povo quem realmente é: um lobo em pele de
cordeiro. Recorrer e representar, ao CNJ ou à Corregedoria do TSE é um direito
garantido a quem se julgar prejudicado. Fiquem a vontade para fazê-lo. Não
decido motivado por querelas políticas, mas sim pautado nas provas que integram
os autos”, afirmou Sérgio.
Em tempo, o juiz Sérgio Muniz é o mesmo
que tentou engavetar o processo de cassação da governadora Roseana Sarney.
Acompanhe a íntegra da decisão abaixo:
Para quem não sabe ou se recorda, o juiz indicado pela OAB-MA Sergio Muniz, esta a frente do lento processo em que o governador José Reinaldo Tavares pede a cassação do mandato da governadora Roseana Sarney (PMDB) e do vice Washington Oliveira (PT), por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2010.
ResponderExcluirSérgio Muniz é filho de Antônio Muniz, que vem a ser secretário adjunto da Casa Civil no governo de Roseana Sarney. Ou seja, o pai do juiz é subordinado direto da governadora, que é ré no processo.
Sérgio Muniz sonha com uma vaga para desembargador. Para se defender de acusões em que estaria beneficiando a governadora no processo, o juiz declarou em março deste ano que Ricardo Murad trabalha pra beneficiar o próprio irmão Samir Murad e prejudicar seu sonho.
Muitos crêem que hoje, Ricardo Murad e seus vereadores eleitos já apóiam Castelo. Um exemplo ja declarado é seu menino de ouro: Fábio Câmara.
Agora tirem suas próprias conclusões. Apresentei os fatos. Repassem se possível.
Marcelo Carvalho
Grato pela participação e pela colaboração com suas informações, Marcelo.
ExcluirO leitor (e o eleitor) agradecem.
É isso aí mesmo. Esse indivíduo, não é juiz. Ele está juiz. Foi nomeado ao cargo através do vergonha em que se tornou o "quinto constitucional", dos advogados. Meu maior prazer vai ser ver algum dia esse excremento chamado "quinto constitucional" ser abolido, porque a única coisa para que serve é para nomeação de apaniguados, cúmplices e parentes de quem está no poder, para os tribunais. Para fazer exatamente isso que indivíduo está fazendo no TRE: envergonhando a sociedade. Ailás, o teor da decisão acima evidencia o nível de preparo, competÊncia e imparcialiade do sujeito: nenhuma. A decisão é nula porque nem fundaementação, tem.
ResponderExcluirVirou um excremento o "quinto constitucional": sinônimo de incompetÊncia, apadrinhamentos e outras sujeiras.
Marlon Robert