O programa "Domingo
Espetacular", da TV Record, exibiu ontem (06) uma reportagem bombástica que
revela fortes ligações entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso acusado por
15 crimes de contravenção, e o diretor da revista Veja em
Brasília, Policarpo Júnior, mostrando um esquema em que Cachoeira controlava o
que seria publicado na principal revista do país.
Os documentos a que o programa teve
acesso trazem provas de que as informações trocadas entre Cachoeira e o diretor
da Veja resultaram ao menos em cinco capas da revista, que
atendiam aos interesses do bicheiro e de seus asseclas.
As gravações registram ainda a forte
influência de Cachoeira sobre outras esferas de poder, como a pressão exercida
para a demissão da cúpula do Ministério dos Transportes, que havia se
desentendido com um dos aliados do contraventor, a construtora Delta.
Por meio do que o bicheiro passava para ser publicado na Veja,
vários funcionários do ministério foram afastados.
Na reportagem, Cachoeira se orgulha de
"plantar" notícias na Veja em
benefício próprio e sabe até quando determinadas matérias sairão.
A revista Veja apoiava
ainda um dos maiores parceiros de Carlinhos Cachoeira, o senador Demóstenes
Torres, transformado pela revista num dos paladinos da virtude na política
brasileira, "um mosqueteiro da ética".
Demóstenes, Cachoeira e Policarpo: um trio da pesada
A revista ainda não se manifestou diretamente sobre a reportagem. O diretor de redação da Veja,
Eurípedes Alcântara, limitou-se apenas à publicação na Internet de um artigo, sem citar nomes, em
que afirma que “ter um corrupto como informante não nos corrompe”.
A "CPI do Cachoeira", que
começou os trabalhos na semana passada em Brasília, deve convocar não apenas o jornalista
Policarpo Júnior, editor-chefe e diretor da Veja, mas também o responsável pela editora que publica a revista, Roberto Civita, presidente do grupo Abril.
Hugo Freitas
Assista abaixo à bombástica reportagem:
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