Por
Hugo Freitas
Para a
surpresa de muitos (inclusive do autor do blog) e infelicidade geral da
população que utiliza o sistema de transporte coletivo de São Luís, a greve dos
rodoviários continua.
Na
manhã de hoje (18), ao dirigir-me para mais um dia de estudos na Universidade
Federal do Maranhão (UFMA), deparei-me com a surpreendente paralisação de
inúmeros ônibus na Avenida Beira-Mar.
Eram
por volta de oito e meia quando os motoristas começaram a estacionar os ônibus
no Aterro do Bacanga, causando um grande congestionamento no local. Passageiros
foram obrigados a descer da viagem em pleno curso e seguirem a pé. Muitos
estudantes, que também se dirigiam para a UFMA, desistiram e resolveram voltar para
casa, utilizando-se do transporte alternativo efetuado por vans e carros
particulares, que aproveitaram para faturar um extra.
Os
motivos da paralisação desta sexta (18) que surpreendeu a todos, depois de ter
sido informado à imprensa que a direção do sindicato dos rodoviários havia
decidido pelo fim do movimento paredista (REVEJA),
foi a realização de uma assembleia, em plena Avenida Beira-Mar, organizada
pelos rodoviários que reclamavam do cancelamento
do plano de saúde, direito já conquistado pela categoria, além do reajuste de 7%, bem abaixo do
pleiteado.
Os
ônibus voltaram a circular normalmente após ficar decidido pelos grevistas que
a frota que irá circular neste final de semana será de apenas 50%. Os grevistas
informaram ainda que a partir da próxima segunda (21), a greve dos rodoviários
será de 100% e nenhum ônibus sairá das garagens por tempo indeterminado, até
que um novo acordo seja firmado com a classe patronal.
No
calor dos acontecimentos, surgiu a informação de que havia sido determinada a
prisão do presidente do Sindicato dos Rodoviários (STTRMA), Dorival Sousa, e
que este, sabendo disso, teria se abrigado na sede do órgão.
A esse
respeito, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA) emitiu nota à imprensa
informando o que segue abaixo, além de afirmar que irá tomar as providências
cabíveis para garantir o direito de locomoção da população, mediante o
descumprimento de decisão judicial outorgada pela desembargadora Ilka Esdras.
Confira
a nota do TRT-MA na íntegra:
O
Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (TRT-MA) informa que em nenhum
momento a presidente deste Regional, desembargadora Ilka Esdra Silva Araújo,
determinou a prisão de representante do Sindicato dos Trabalhadores em
Transportes Rodoviários do Maranhão.
Ontem
(17.05), a presidente do TRT-MA concedeu reajuste salarial linear de 7% aos
rodoviários e determinou a suspensão imediata da greve iniciada pela categoria
na última terça-feira (15), dando ciência da decisão às partes. Em caso de
descumprimento será aplicada multa diária de R$ 40 mil ao Sindicato dos
Trabalhadores, além da configuração do crime de desobediência à ordem judicial,
conforme previsto no artigo 330 do Código Penal e perturbação da ordem pública.
O descumprimento da decisão por parte do Sindicato das Empresas de Transporte
de Passageiros de São Luís (SET) acarretará aplicação de multa diária de R$ 50
mil.
A
presidente do TRT-MA disse que confia na maturidade dos representantes das
categorias dos trabalhadores e dos empresários do setor de transporte para
garantir à população de São Luís seu direito de locomoção, maturidade
demonstrada durante todo o processo de negociação ocorrido no Tribunal, com as
tentativas de conciliação entre as duas categorias.
A
desembargadora afirmou esperar não ser necessária a adoção de medidas mais
rigorosas frente a atos abusivos e ilegais por parte dos dois sindicatos.
Reafirma
a desembargadora, ainda, que a Justiça do Trabalho é um órgão pacificador dos
conflitos trabalhistas e que buscou a melhor solução para dirimir o litígio
entre trabalhadores e empresários do setor de transporte, prova essa que o
Ministério Público do Trabalho (MPT) pleiteou, a título de antecipação, o
percentual de reajuste salarial de no mínimo 5,1% e o TRT-MA concedeu 7% de
reajuste linear.
Segundo
a presidente, embora o percentual deferido não seja o pretendido pelos
rodoviários (que pleiteava 16% de reajuste), corresponde racionalmente ao
resultado da análise dos documentos juntados e argumentos suscitados pelas
partes.
Por
fim, a desembargadora informa que tomará as providências cabíveis para que a
decisão judicial seja respeitada.
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