Fique
atento, prezado leitor. A redução do rendimento nas cadernetas de poupança, que
será anunciada dentro em breve pelo governo federal, atende a uma lógica
estratégica que pretende impedir uma corrida dos investidores a esta modalidade
de investimento (a poupança) por causa da baixa dos juros no mercado
financeiro, mantendo assim um certo equilíbrio nas zonas de investimento no
país (títulos, dívidas públicas, ações de empresas, etc.).
De
acordo com o governo, as novas regras só irão afetar as novas cadernetas e os
novos depósitos. Quem já tem poupança (com depósitos efetuados até o dia
03/05/12), continua com o mesmo rendimento, algo em torno de 0,5% ao mês.
Contudo, os novos depósitos deverão ser corrigidos pelas novas taxas, o que irá
reduzir os rendimentos.
Funciona
assim: novos depósitos na poupança serão submetidos à taxa básica de juros da
Selic. Se esta for acima de 8,5%, o rendimento continua o mesmo. Se for igual ou
abaixo de 8,5%, o valor depositado diminui em ganhos. A taxa atual da Selic é
de 9% ao mês.
Segundo
o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em coletiva no Palácio do Planalto nesta
quinta-feira (03), a política de redução de juros está atrelada às mudanças nas
regras das cadernetas. Sem as mudanças, a redução das taxas de juros do país se
tornaria inviável. “A economia continuaria praticando taxas mais elevadas;
portanto, inviabilizaria redução da taxa de juros no Brasil”, disse.
A medida
provisória que regulamenta a alteração entra em vigor a partir desta sexta
(04). A caderneta de poupança continua isenta de imposto de renda.
Atualmente,
os bancos acumulam 430 bilhões de reais depositados em cerca de 100 milhões de
contas de poupança de todo o país.
Trocando
em miúdos, leitor poupador, se se ganha de um lado com a redução dos juros nos
cartões de crédito e no cheque especial, por exemplo, por outro os rendimentos
da poupança se tornam menores à medida que a taxa básica de juros da Selic for
diminuindo, a partir de 8,5% ao mês.
A atual
postura da política econômica do governo Dilma, que deve manter essa tônica de
redução ao longo do ano, atende ao próprio comunicado oficial da presidenta,
que em pronunciamento veiculado no rádio e na TV, no último dia 30 de abril, cobrou
dos bancos uma postura menos "perversa", já que o sistema financeiro
brasileiro "é um dos mais sólidos e lucrativos", o que não justifica
portanto possuir "os juros mais altos do mundo", que pulverizam o
impulso na produção e no consumo.
Hugo
Freitas
Confira
o trecho do pronunciamento da presidenta Dilma, onde cobra uma postura menos
"perversa" dos bancos:
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