Em Carta Aberta à sociedade maranhense,
os estudantes de Direito da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) vêm a público denunciar supostos abusos e irregularidades cometidas no âmbito administrativo do curso.
Na Carta, os estudantes denunciam o que chamam de "graves suspeitas" em torno da "existência de
irregularidades" em concursos e seletivos para professores, além de
"ameaças, coações e assédios morais" que pairam sobre os "corredores e salas de aula do curso" e que "são sistematicamente silenciadas diante de ameaças, represálias e perseguições aos estudantes que contestam a ordem (im) posta".
Com a palavra, os responsáveis pelo curso de Direito da UFMA.
Confira o texto bombástico dos estudantes na íntegra:
CARTA ABERTA DOS ESTUDANTES DE DIREITO
DA UFMA
Os estudantes do Curso de Direito da
UFMA, através de seu órgão máximo de deliberação, a
Assembléia Geral dos Estudantes vêm, por meio desta carta expor a realidade
do curso e da própria universidade, nos seguintes termos.
O Curso de Direito da UFMA, hoje
dividido nos turnos matutino e noturno, tem 94 anos de
existência e está listado entre os melhores cursos do Brasil. Tem nota
máxima no ENADE e também o selo “OAB Recomenda”, que faz com que a
própria Ordem dos Advogados do Brasil indique interessados para cursar
Direito na UFMA. Somado a isso, há pouco tempo foi anunciada a
aprovação pela CAPES do primeiro programa de Pós-Graduação (Mestrado) do
curso.
No dia 09 de abril deste ano,
tornaram-se amplamente públicos os acontecimentos da última
Assembleia Departamental do curso, realizada no dia 15 de março de
2012, através da divulgação de um relatório elaborado por
representantes discentes em um blog de um reconhecido jornalista ludovicense.
Esta medida impulsionou uma série de
manifestações estudantis em torno da causa, pois estes fatos representam
somente o estopim de uma triste, assustadora e abjeta realidade
que vem assolando há anos o curso: discriminação, racismo,
elitismo, autoritarismo, irregularidades, imoralidade, anti –
democracia, que pairam sobre os corredores e salas de aula do curso e
são sistematicamente silenciadas diante de ameaças, represálias e
perseguições aos estudantes que contestam a ordem (im) posta.
Ao longo destes últimos anos, uma série
de graves suspeitas surgiu em torno da administração do
curso. São suspeições em torno da existência de irregularidades de
concursos e seletivos públicos para professores, da acumulação de funções
públicas, de privilégios, ameaças, coações, assédios morais.
Diante desse cenário, os poucos
discentes que fazem frente ao que determinam os professores ou
mesmo se indispõem com esses, são retaliados, seja com ameaças de
reprovações discricionárias ou de serem processados penalmente,
indeferimento de cadeiras, exclusão arbitrária de inscrições em disciplinas
ou mesmo nas bancas de monografia e supervisão de estágios. Ou
seja, o curso de Direito da UFMA muitas vezes sepulta os princípios
basilares da boa administração pública: legalidade, impessoalidade,
publicidade, moralidade e eficiência.
Tudo isso é reforçado pelo Departamento
e Coordenação do curso, uma vez que quase todos esses
procedimentos lhes dizem respeito diretamente. Exemplo disso é o indeferimento
arbitrário de disciplinas fundamentais para a conclusão do curso,
sem mais motivações; a ineficiência em organizar as cadeiras
pendentes, oferecendo – as em períodos de férias ou horários
alternativos; as irregularidades de processos de recorreção de prova e
responsabilização dos professores pela perda ou não lançamento de notas;
e o mais grave: o cerceamento ao direito dos estudantes de
participarem dos espaços de deliberação do curso, a exemplo da Assembléia
Departamental, ou porque estas não são devidamente divulgadas ou porque a
participação e a voz só podem ser concedidas pela Chefe de
Departamento, segundo suas próprias palavras, o que vai de encontro as
próprias normas da Universidade que garante a participação e a voz aos
estudantes nesses espaços.
Portanto, vimos por meio desta reiterar
nossa indisposição em CALAR diante das irregularidades do
curso de Direito da UFMA que vêm sendo mascaradas com pompas,
honrarias e suntuosos congressos!
Para isso, convocamos os estudantes a
participarem dos espaços de deliberação, a construírem
as Assembléias de Estudantes de Direito a fim de que possamos
concretizar nossas denúncias e cobrar a mudança desse quadro às entidades
responsáveis, administrativa e judicialmente, como muitas vezes
aprendemos no nosso curso. Solicitamos também o apoio da sociedade
brasileira e de órgãos institucionais, como o Ministério
Público Federal, Advocacia Geral da União, Defensoria Pública da União e
Controladoria Geral da União, de modo a investigarem as denúncias de irregularidades
que permeiam o curso. Dessa forma, faremos jus aos
professores e alunos que fazem do curso de Direito da UFMA referência
nacional, referência essa que precisa ir muito mais além dos dados
governamentais e institucionais, de maneira a romper o silêncio, a
discriminação, a segregação, a ineficiência!
Assembléia Geral dos Estudantes de
Direito da UFMA
É um caso típico..dos que querem ensinar Direito sem ter o Direito como um valor.
ResponderExcluirSem dúvida, Francisco.
ExcluirGrato pela participação.
Justíssimo!!
ResponderExcluirParabéns aos estudantes pela iniciativa
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