Por Hugo Freitas
Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, quero trazer às leitoras e leitores do Blog do
Hugo Freitas não apenas congratulações e desejo de felicidades às mulheres do
Brasil e do mundo, mas um texto que exprime bem a luta histórica do sexo
feminino pela conquista de direitos e avanços sociais no combate à dominação
opressora masculina.
Que o
texto sirva de reflexão e de motivação para que mulheres e homens lutem, em
conjunto, pelo fim da discriminação, do preconceito e das desigualdades sociais
entre os sexos.
"As
mulheres são 51% da população brasileira e apenas 10% no Congresso
Nacional."
UBM –
UNIÃO BRASILEIRA DE MULHERES
DIA
INTERNACIONAL DA MULHER
Mais
Poder Político para as Mulheres!
As
mulheres do mundo inteiro se levantam para lutar e comemorar o 8 de Março, data
em que o movimento feminista internacional marca a trajetória da participação
ativa das mulheres para transformarem a sua vida e a sociedade.
Nós,
militantes da União Brasileira de Mulheres (UBM), de todas as idades, raças,
classes e orientação sexual, vimos denunciando o patriarcado como o sistema de
opressão das mulheres e o capitalismo como o sistema de exploração de uma
imensa maioria de mulheres e homens. Já em nosso Congresso de fundação,
ocorrido em 1988, adotamos a frase “Por um mundo de igualdade, contra toda
opressão”, demonstrando nossa compreensão que é preciso combater estes dois
sistemas que se ligam e se reforçam mutuamente. E, desta forma, ao combater
estes sistemas, denunciamos as muitas formas históricas do Imperialismo, o
racismo, o sexismo, a misoginia, a xenofobia, a homofobia.
Neste 8
de março de 2014, continuaremos lutando por mais poder político para as
mulheres. Sabemos que para aprofundar a democracia é preciso que as mulheres
participem das mais diversas esferas de decisão: nas universidades, nos
partidos políticos, nas gestões públicas, nas casas legislativas, no poder
judiciário, nas entidades e movimentos sociais e sindicais. Gerações de
mulheres, em todos os tempos, dão o melhor de suas vidas quando lutam contra
todas as formas de escravidão e pela autodeterminação dos povos em todo o
mundo; quando dizem não às guerras e defendem a paz para mulheres e homens em
sua diversidade de jeitos, cores e crenças; quando atuam por uma América Latina
altiva, unida, diversa e soberana; quando defendem um Brasil, radicalmente
democrático, que, além de passar a limpo sua história e memória, se transforme
numa grande potência econômica, energética, alimentar, científica e divida
riquezas com a esmagadora maioria do povo trabalhador.
Continuaremos
a batalhar com os demais movimentos feministas e sociais por igualdade de
direitos e na remuneração do trabalho, no acesso aos postos de representação,
nas oportunidades de ascensão e melhoria de qualidade de vida, na democratização
da mídia, dentre outros. Estes embates, no seio da sociedade capitalista
brasileira, têm como norte a superação da opressão patriarcal e da exploração,
que recaem com mais força sobre as mulheres, subjugadas por uma ideologia que
trava a efetiva emancipação do gênero humano.
Avançamos,
sim ao eleger a primeira presidenta de nosso país, uma mulher cravada na luta,
mas continuamos a denunciar nossa sub-representação, estamos em condições muito
aquém do que já se andou em países como Equador, Costa Rica e Bolívia. Isso,
num país que se alçou ao patamar de sexta economia do mundo.
Somos
51% da população brasileira e apenas 10% do Congresso Nacional. As grandes
manifestações de junho do ano passado denunciaram também esta forma de política
que discrimina a maioria do eleitorado. Este ano completamos 50 anos do Golpe
Militar no Brasil, onde as mulheres saíram às ruas e lutaram pela democracia.
Mas esta democracia ainda esta inconclusa e em disputa. As mulheres passaram a
votar há apenas 82 anos.
Consolidar
a democracia brasileira passa por ações que assegurem as mulheres mais
condições de disputar os espaços de poder. Por isso, defendemos o fim do
financiamento privado de campanha, lista fechada com alternância de gênero e
paridade na composição dos espaços legislativos. Portanto, a luta pelas
reformas democráticas é essencial para combater o machismo, emancipar as
mulheres e aprofundar a democracia.
Denunciamos
a violência enquanto elemento estrutural do sistema capitalista e patriarcal e
como um instrumento para controlar as nossas vidas, os nossos corpos e as
nossas sexualidades. Defendemos a Lei Maria da Penha, o respeito para com as
mulheres e o financiamento para as políticas públicas, tais como centros de
referência, casas abrigo, delegacias para as mulheres.
Nós,
mulheres brasileiras lutamos para que nossos direitos sejam respeitados e os
direitos dos nossos povos e territórios; queremos cidades justas e com
possibilidade de viver. Queremos que o campo e a floresta sejam espaços também
respeitados, pois é a partir deles que tiramos nossa possibilidade de vida.
Nós,
mulheres brasileiras lutamos para que sejam respeitados nossos direitos e os
direitos dos nossos povos e territórios, queremos cidades justas e com
possibilidade de viver, queremos saúde enquanto dever do Estado e direito de
todo cidadão e cidadã mediante a consolidação do SUS em um sistema universal,
público, de qualidade, integral, equânime garantido por financiamento
suficiente e justo através da democracia participativa. Queremos que o campo e
a floresta sejam espaços também respeitados, pois é a partir deles que tiramos
nossa possibilidade de vida.
Em 2014
reafirmamos nosso compromisso para enfrentar as eleições em nosso país, sabendo
que dois campos estarão em disputa. E que estaremos no lado das trabalhadoras e
dos trabalhadores. Vamos com coragem enfrentar a sub-representação política e
nos mobilizar para garantir que os direitos arduamente conquistados sejam
ampliados.
Reafirmamos
nossa luta em defesa de todas as nossas vitórias e por tudo que ainda temos que
conquistar!
Viva as
mulheres! Viva o 08 de março! Viva o povo brasileiro!
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